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Mostrando postagens de fevereiro, 2014

O acaso zombava dela.

Mariá tinha decorado a placa do carro, assim quando visse na rua saberia que ele estaria por perto. Por meses olhou a placa de todos os carros pretos que passavam, mas nenhum nunca foi o dele. Desta vez estava distraída, mas as letras e os números pularam na sua frente. Quando se deu conta estava exatamente ao lado. Tentou manter a calma e a dignidade, buzinou três vezes para chamar sua atenção e talvez trocar algum cumprimento amigável. Buzinou, mas ele não ouviu. Foi aí que ela notou a outra no banco do passageiro: branca, cabelos longos, prestava atenção ao que ele contava, alguma história sobre assaltos, polícia, bandido, Mariah percebeu pela forma como ele gesticulava animado.  O acaso zombava dela. O tráfego não colaborava. Foram alguns minutos observando enquanto era ignorada. Chegou a conclusão que ele fizera uma boa troca. Continuou observando e viu quando ela passou a mão pelos cabelos louro escuro de forma sensual. Viu quando trocaram beijinhos e afagos. Viu quando ele

Abandono

"Por mais que lhe dissessem que a amavam, não havia nenhum reconhecimento de que a prova disso fosse o abandono." (A Menina que Roubava Livros)
Gastamos horas nos atualizando, ao mesmo tempo em que geramos muito pouca notícia sobre nós mesmos. O que você tem feito? A população do planeta está em plena atividade, todos trabalhando, planejando, comemorando, matando, sobrevivendo, um mundo no gerúndio, sem interrupções, e a gente consumindo tudo isso, soterrados por tanta notícia, por tanto apelo, por tanta exigência de opinar, concordar, discordar. Você poderia estar ouvindo uma música agora, olhando pró céu. Você poderia estar regando suas plantas, poderia estar observando o barulho da chuva, poderia estar preparando um chá ou lendo um belo poema em vez desses meus lamentos. Não, não me abandone, mas deixo aqui uma perguntinha: você tem recebido notícias de si mesmo?   Martha Medeiros

Tire-o da cabeça

Livrar-se de uma lembrança é um processo lento, impossível de programar. Ninguém consegue tirar alguém da cabeça na hora que quer, e às vezes a única solução é inverter o jogo: em vez de tentar não pensar na pessoa, esgotar a dor. Permitir-se recordar, chorar, ter saudade. Um dia a ferida cicatriza e você, de tão acostumada com ela, acaba por esquecê-la. Com fórceps é que a criatura não sai.  (Martha Medeiros)

Ensaio de Aniversário - por Fátima Nascimento

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O primeiro foi um sucesso tão grande que resolvemos repetir esse domingo. Mais que só fotos, diversão total. Parabéns, Fátima Nascimento ( http://fatimafotoarte.blogspot.com ), missão dada é missão cumprida e você arrasou nas minhas fotos. A-mei e até 2015! 

Descarte.

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Pensei que fosse amor. Depois lembrei que é só você quem sabe descartar bem. Descarte. Desencane. É tudo desperdício de energia. E de amor.  "Pensei que era verdade o que era sedução (...) Quem é que consegue esquecer um olhar? (...) Deixa eu te abraçar Deixa eu te beijar Eu te quero Deixa eu te sentir Deixa eu me iludir Eu te espero Seja sedução Seja uma ilusão Eu me engano Seja o que quiser Como você é eu te amo".
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Não sinto saudade dele, sinto saudade de quem eu achei que ele fosse...