Historinhas

La Cucaracha

DESO, 12:30 pm, uma fome miserável. Fucei o armário atrás de algo que tapeasse a barriga até a hora do almoço. Encontrei meio pacote de biscoito salgado, embaladinho, lacrado com fita durex, escondido atrás de umas pastas. Minha alegria foi tanta que nem pensei duas vezes, rasguei o pacote e fui logo mordendo um biscoito. Fui seguida por Isaías e Gláucia que pareciam tão esfomeados quanto eu, e foi Gláucia quem "deu fé" da barata que saía de dentro do pacote, incomodada talvez pela destruição repentina do seu lar.
A cara de nojo foi generalizada e a corrida até o cesto de lixo bem competitiva. D. Barata e seu filhotes (nunca tinha visto filhotinhos de barata) foram lançados ao lixo, junto com os nossos biscoitos. Ficamos apenas a lamentar a barriga que roncava, e a imaginar como ela entrou lá.

Um espião que me amava

Terça-feira, estava eu às 3:20 da tarde no ponto de ônibus, com o sol na cara esperando pelo ônibus tartaruga. Vi sair do posto de lavagem um carro tipo weagon, daqueles de modelo antigo, não sei se era uma Belina (isso ainda existe?) ou Opala, sou péssima com carros e carro velho, pior. Bom, o que eu quero dizer é que me chamou a atenção o que estava escrito em todo o carro: "DJ (o nome do cara), fazendo você dançar". Pensei com meus botões: "Quem será esse ser bizarro de tamanha criatividade que inventou esse slogan?". Pensei e logo esqueci.
Qual não foi a minha surpresa ao conhecer hoje a figura. E mais surpresa ainda fiquei quando soube que além de DJ, dono de banda de forró e de posto de lavagem de carros, ele também era espião. Sim, há dias vivia a observar a minha vida.
Novamente estava esperando o tartaruga no ponto em frente ao posto, e ele se aproximou, sentou ao meu lado e começou a conversar: "Você é crente, né? Notei pela saia".
Tá na cara. Ou melhor, no corpo.
"Você trabalha na DESO, né? Notei pelo ônibus".
Ãh? Como sabia? Não existe nenhuma identificação no ônibus além da empresa proprietária dos ônibus e do número da linha. Ele me explicou que viu que o ônibus é da Itapé Turismo e que sabe que a DESO aluga os ônibus de lá.
Pode uma coisa dessas? O cara sabia até onde eu morava, ou melhor, o prédio onde moro, porque o Condomínio é ao lado do posto. Eu nunca reparei nele, nunca vi mais galego e ele me disse que todo dia quando chego do trabalho fica me observando, já conhece até as minhas roupas.
Misericórdia! Em que mundo nós estamos!
Ele sabia de tudo isso, mas não sabia o número do meu celular, era o que ele queria.
Ah, meus sais! Eu mereço.

Fui pra faculdade e na volta as portas do ônibus deram defeito e não se abriram. Nenhuma delas. Ficamos meia-hora (dêem o desconto!) dentro do ônibus, no terminal da Rodoviária, até o motorista conseguir resolver o problema. Já tava todo mundo pensando em quebrar as janelas pra poder descer e enquanto eu pensava em como ia fazer isso vestida de saia, um rapaz se aproximou e começou a conversar. Acabou me dando o número do seu telefone. Hum... acho que hoje passaram mel em mim.
Pra completar, dentro do "tartaruga" de volta pra casa um careca com cara de gay, de calça cinza, meias pretas e sapatos brancos, não parava de me olhar. De vez em quando dava sorrisinhos. Pense! Hoje foi o dia.

P.S. Amoroso:
Amore, conserta logo esses computadores. Você faz falta. ;-(

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