"Sabe, acho que ele poderia ter me ajudado... a enfrentar o que estava por vir na minha vida. Ele conhecia o segredo, sabe? O segredo da solidão. Como viver com ela, como enrolá-la no próprio corpo e ainda assim ser capaz de fazer coisas bonitas e coloridas como aqueles balões. E podia ter me ensinado, se eu tivesse pedido". (pág. 137)
"E, depois desse segundo funeral, depois que Pooja se transformar em cinzas diante dos meus malditos olhos, depois que eu tiver testemunhado o horror da minha própria filha morrendo diante de mim, vou querer derreter como gelo, vou querer desmoronar como um castelo de areia, vou querer me dissolver como açúcar num copo d´água. Vou querer parar de existir, entende? (...)
Uma mãe sem filhos, não é mãe de jeito nenhum. E, se não sou mãe, então não sou nada. Nada. Sou como o açúcar dissolvido num copo d´água. Ou como o sal que desaparece quando cozinhamos. Sou como o sal. Sem meus filhos, deixo de existir". (pág. 153)
"Para onde iam todas as lágrimas derramadas do mundo? (...) Se pudessem ser coletadas, poderiam irrigar os campos secos e esturricados da aldeia de Gopal, e outros tantos. Com isso, talvez essas lágrimas tivessem algum valor e todo esse sofrimento tivesse algum significado. Caso contrário, era tudo um desperdício, apenas um ciclo infindável de nascimento e morte, de amor e perda". (pág. 159)

"O meu povo tem um ditado – principiou ele. – Os Deuses da Inveja percebem quando uma coisa é bonita demais. E aí têm que destruí-la. Mesmo que seja sua própria criação, essa beleza desperta a sua inveja, e eles ficam com medo de que aquilo venha a ofuscá-los. E então destroem os próprios templos que construíram". (pág. 206)
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