ficam encantadas".
(Guimarães Rosa)
Meio ano sem você. |
Ser mãe sempre foi meu sonho, sempre foi meu desejo, por anos vivi com esse objetivo, hoje vivo por eles. Vivo o maior milagre, o maior amor que uma mulher pode ter. Vivo a benção. Obrigada, Senhor!
Parece nome de gente, mas é um medicamento.
Succinato de Desvenlafaxina. Demorei um pouco pra aprender este bendito nome, mas os efeitos de sua abstinência foram mais rápidos e mais intensos. Basta 1 dia sem tomar e já aparece uma tontura. 2 dias e a tristeza vem. 3 dias e uma depressão de morte, pior do que aquela que me levou a tomar este medicamento.
No meu caso, vejo este tarja vermelha pior que o tarja preta que tomei durante muitos anos, uma década pra ser mais exata. O alprazolan, mesmo que me digam seus efeitos colaterais, nunca os senti na alma. O único problema que sentia em sua abstinência era a insônia, o fato de não conseguir dormir me irritava, mas não a ponto de me entristecer profundamente. Digo que seu uso traz uma sensação de "I wanna love you"! (Is this Love de Bob Marley) , sensação de sol brilhante e feliz no dia seguinte... mas meu querido psiquiatra o retirou completamente. Em seu lugar, este bendito remédio com nome de homem. Terei que informá-lo que coração partido não faz mais parte dos meus relacionamentos, deixei no passado. Hoje, mãe de família, não tenho tempo pra chorar o fim de um amor não correspondido. Fralda pra trocar e mamadeiras pra lavar não me permitem mais.
...
E era sobre remédios que sempre conversava com minha prima Adriana. Ela já tinha tomado vários e eu um tanto quanto ela. Mas, graças a Deus, ela teve alta e não usa mais. Fiquei sem minha companheira neste assunto, mas feliz por ela e esperançosa de ver a minha vez também chegar.
"Eu acredito no mecanismo do infinito. O dia de amanhã cuidará do dia de amanhã e tudo chegará no tempo exato".
Caio Fernando AbreuMeu amigo, meu gordinho. Hoje completaram-se 4 meses da sua partida. A certeza de que nunca vou me acostumar com sua ausência permanece. Junto com você se foi todo o carinho, todo o amor que você tinha por mim. Fique aqui só com meus sentimentos. A raiva desse vírus, aquele vontade de ter lhe visto uma vez mais depois de todos esses anos, a certeza excruciante de que a vida passa tão rápido e que a gente tá sempre correndo, correndo, sem nem atentar para as coisas que verdadeiramente importam.
Hoje estou mais triste do que de costume. Mas não mais triste do que o dia que soube do seu falecimento. A sua presença, mesmo que distante, era tão viva e tão confortadora. Precisava dela hoje. Precisava de você.
QUANDO A CASA DOS AVÓS SE FECHA
Acho que um dos momentos mais tristes das nossas vidas é quando a porta da casa dos avós se fecha para sempre, ou seja, quando essa porta se fecha, encerramos os encontros com todos os membros da família que, em ocasiões especiais, quando se reúnem, exaltam os sobrenomes como se fossem uma família real e eles (os avós) são culpados e cúmplices de tudo.
Quando fechamos a casa dos avós também terminamos as tardes felizes com tios, primos, netos, sobrinhos, pais, irmãos e até recém-casados que se apaixonam pelo ambiente que ali se respira. Não precisa nem sair de casa, estar na casa dos avós é o que toda família precisa para ser feliz.
As reuniões de Natal, regadas com o cheiro da tinta fresca, que a cada ano que chegam pensamos “...e se essa for a última vez”? É difícil aceitar que isso tenha um prazo, que um dia tudo ficará coberto de poeira e o riso será uma lembrança longínqua de tempos melhores.
O ano passa enquanto você espera por esses momentos e, sem perceber, passamos de crianças abrindo presentes, a sentarmos ao lado dos adultos na mesma mesa, brincando do almoço, e do aperitivo para o jantar, porque o tempo da família não passa e o aperitivo é sagrado.
A casa dos avós está sempre cheia de cadeiras, nunca se sabe se um primo vai trazer namorada, porque aqui todos são bem-vindos.Sempre haverá uma garrafa térmica com café, ou alguém disposto a fazê-lo. Você cumprimenta as pessoas que passam pela porta, mesmo que sejam estranhas, porque as pessoas na rua dos seus avós são o seu povo, eles são a sua cidade.
Fechar a casa dos avós é dizer adeus às canções com a avó e aos conselhos do avô, ao dinheiro que te dão secretamente dos teus pais como se fosse uma ilegalidade, chorar de rir por qualquer bobagem, ou chorar a dor daqueles que partiram cedo demais. É dizer adeus à emoção de chegar à cozinha e descobrir as panelas.
Aproveite bem a casa dos avós, aproveite cada segundo. Pois chegará um tempo em que, na solidão de suas paredes e recantos, se fechar os olhos e se concentrar, você poderá ouvir talvez o eco de um sorriso ou de um grito, preso no tempo.
Posso dizer que ao abri-los, a saudade vai pegar você, e você vai se perguntar: por que tudo foi tão rápido? E vai ser doloroso descobrir que o tempo não foi embora... Nós o deixamos ir!
Eu que sempre tive poucos amigos, hoje perdi um dos melhores deles.
Tão sem propósito escrever aqui sabendo que ele não irá ler sobre, ele que era meu leitor fiel, comentarista, incentivador.
Hoje só quero dizer que agradeço muito a Deus por você ter entrado na minha vida, Abe, por ter feito tanta diferença, por ter me mostrado a bondade, a generosidade, a amizade no seu sentido mais puro. Você sempre foi anjo.
A promessa da gente se encontrar um dia permanece pela eternidade. Na nova terra, na volta de Cristo, me chama, corre, quero aquele abraço de urso e ver novamente aquele sorriso torto, o mais lindo que já vi na minha vida.
Nunca irei te esquecer.
Ich liebe dich.
Te amo.
Pra sempre.
Momentos de reflexões dolorosas vivi hoje. Momentos de lembranças dos motivos pelos quais resolvi trocar a engenharia pela fotografia profissional somente. Um monte de momentos e situações nada prazerosos que de tanto me atormentarem, me fizeram "largar tudo" para viver daquilo que me satisfazia, que me fazia feliz, que era a fotografia.
Vejo hoje com mais frequência do que gostaria, fotógrafas fazendo trends e memes sobre ser autônoma nessa área. O sofrimento, o cansaço, as preocupações, o trabalho excessivo. Realmente não sabia nada sobre isso, não sabia que viver de fotografia me exigiria muito mais conhecimento, informação, organização e tantas outras coisas mais. Fui aprendendo "natoralmente" e da forma mais onerosa. Ainda não aprendi tudo e tenho certeza que nunca vou aprender, por mais que me esforce. Se estivesse uma faculdade para tal, 6 anos não seriam suficientes, porque tem coisas que só a prática, o lidar, o tempo. Porque viver de fotografia é muito menos fotografar, é mais gerenciar.
Assim também era com a engenharia, isso eu já sabia. Pra mim foram 6 anos de faculdade (comecei com Engenharia Química, 2 anos e meio, e depois mudei pra Civil até concluir), onde aprendi "malamente" a como gerenciar. Depois vieram os anos de prática (no meu caso, 15 anos de experiência) e aí é que a porca torce o rabo, porque ninguém nunca me ensinou que pessoas do sexo oposto ao meu e com cargo mais elevado iriam me tratar com falta de respeito, que iriam me tratar como ninguém e que eu ia ter que engolir tudo aquilo calada.
Foram 15 anos engolindo, mas não calada. Eu era nova, corajosa e destemida. Eu sabia que eu tinha potencial. E briguei, briguei muito. Lembro de um fato bem específico (foram muitos e quero contar todos um a um, mas não hoje), só esse descreverei por agora: um gerente novo, um homem de 60 anos, de fisionomia carrancuda e um sorriso artificial no rosto, sendo apresentado a todos os coordenadores, eu entre eles, eu única mulher entre eles. Na visita ao campo, dentro do carro, ele vira pra mim e indaga: "E VOCÊ? NÃO VÁ "ME" INVENTAR DE ENGRAVIDAR NESSA OBRA, HEIN"? Um clima pesado se instaurou, mas por 2 segundos não entendi o que ele quis dizer, nada tinha a ver com os assuntos técnicos que eu falava, que todo mundo no carro conversava (eu e mais 3 homens). Não entendi, estranhei e de tão estranha que fiquei, não soube o que responder.
Aquilo ficou reverberando na minha cabeça e confesso que me incomodou enormemente. Passado alguns dias estive no Sindicato dos Engenheiros e comentei com o Presidente do Sindicato, um engenheiro com quem já tinha trabalho há alguns anos atrás. O comentário dele foi, juntamente com um risinho: "É que você é muito SENSÍVEL". Calei-me. Não sabia o que debater pra me fazer ser entendida. Mesmo minha intuição gritando pra cair fora, achei que o certo seria aceitar, afinal era a minha carreira, meu trabalho, e "trabalho é tão difícil de se consequir, quem nunca engoliu alguns sapos no ambiente de trabalho, hein"? Não sabia eu que era somente a ponta do iceberg.
Foram os piores anos da minha vida. E eu com toda a minha INOCÊNCIA e SENSIBILIDADE só percebi que era ASSÉDIO MORAL, PRECONCEITO DE GÊNERO, MACHISMO, quando o próprio, o gerente carrancudo de sorriso artificial, me disse: "DO JEITO QUE VOCÊ RECLAMA, DAQUI A POUCO VAI QUERER ME PROCESSAR POR ASSÉDIO MORAL, NÉ"?
Escrevo em letras garrafais porque acho que retórica nenhuma vai me ajudar a descrever o que foi que vivi. Hoje sei que foi tudo isso, mas na época eu só entendia como FALTA DE RESPEITO. E sim, era, mas era pior que isso ainda. Depois dessa fase tenebrosa da minha vida, nunca mais eu fui divertida. Nunca mais eu consegui rir das pequenas coisas do mesmo jeito. Nunca mais eu consegui fazer graça da mesma forma.
Desde então tenho gatilhos emocionais dolorosos e, tristemente, na fotografia, no último dias, muitas situações me despertaram pra isso. Hoje não foi sobre machismo, mas foi sobre desrespeito. Foi de uma mulher pra outra mulher. Foi sobre querer HUMILHAR e se achar SUPERIOR. É mais uma história triste, mas de tristeza basta esse post, outro dia eu conto com textão e letras garrafais, por hoje eu só quero dizer que detecto a ponta do iceberg com mais facilidade, e prefiro sempre agir a favor da minha intuição, não deixo mais que o desrespeito se torne algo pior, algo que eu só perceba quando o(a) agressor(a) me vier sinalizar, só depois que os danos cheguem a ser irreversíveis.
Há sempre algo de positivo nos momentos negativos que vivemos? Meu lado idealista quer dizer que sim. A gente aprende sempre com o que é ruim, né? Que bom. Mas queria eu ter ouvido minha intuição há não sei quanto anos atrás e ter caído fora quando aquele gerente me fez pergunta tão indecorosa, inoportuna e inconveniente. Queria ter fugido antes de afundar com o impacto do iceberg. Hoje eu estaria sendo cômica e não dramática, estaria escrevendo um textão rindo de tudo, rindo até das desgraças. Hoje não estaria chorosa com esse nó na garganta que teima em não se desatar. Mas tudo isso deve ser porque sou sensível demais, né?
Deus me proteja de mim
E da maldade de gente boa
Da bondade da pessoa ruim
Deus me governe e guarde, ilumine e zele assim
Deus me proteja de mim
E da maldade de gente boa
Da bondade da pessoa ruim
Deus me governe e guarde, ilumine e zele assim
Caminho se conhece andando
Então vez em quando é bom se perder
Perdido fica perguntando
Vai só procurando
E acha sem saber
Perigo é se encontrar perdido
Deixar sem ter sido
Não olhar, não ver
Bom mesmo é ter sexto sentido
Sair distraído, espalhar bem-querer
Deus me proteja de mim
E da maldade de gente boa
Da bondade da pessoa ruim
Deus me governe e guarde, ilumine e zele assim
Deus me proteja de mim
E da maldade de gente boa
Da bondade da pessoa ruim
Deus me governe e guarde, ilumine e zele assim
Caminho se conhece andando
Então vez em quando é bom se perder
Perdido fica perguntando
Vai só procurando
E acha sem saber
Perigo é se encontrar perdido
Deixar sem ter sido
Não olhar, não ver
Bom mesmo é ter sexto sentido
Sair distraído, espalhar bem-querer
Deus me proteja de mim
E da maldade de gente boa
Da bondade da pessoa ruim
Deus me governe e guarde, ilumine e zele assim
Deus me proteja de mim
E da maldade de gente boa
Da bondade da pessoa ruim
Deus me governe e guarde, ilumine e zele assim
Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi o apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, esperarei quanto tempo for preciso.
Clarice LispectorAi quem me dera, terminasse a espera
E retornasse o canto simples e sem fim...
E ouvindo o canto se chorasse tanto
Que do mundo o pranto se estancasse enfim
Ai quem me dera percorrer estrelas
Ter nascido anjo e ver brotar a flor
Ai quem me dera uma manhã feliz
Ai quem me dera uma estação de amor
Ah! Se as pessoas se tornassem boas
E cantassem loas e tivessem paz
E pelas ruas se abraçassem nuas
E duas a duas fossem ser casais
Ai quem me dera ao som de madrigais
Ver todo mundo para sempre afins
E a liberdade nunca ser demais
E não haver mais solidão ruim
Ai quem me dera ouvir o nunca mais
Dizer que a vida vai ser sempre assim
E finda a espera ouvir na primavera
Alguem chamar por mim...
(...) Ei, seu tonto, será que você não pode me olhar com olhos de devoção porque eu estou aqui quase esmagada com sua presença? Não, não dá pra dizer isso. Ei, seu velho, será que você pode me abraçar como se estivéssemos caindo de uma ponte porque eu estou aqui sem chão com sua presença? Não, você não pode dizer isso. Ei, monstro do lixo, será que você pode me beijar como um beijo de final de filme porque eu estou aqui sem saliva, sem ar, sem vida com a sua presença? Definitivamente, não, melhor não.
Amor não se pede, é uma pena.
(...) É triste amar tanto e tanto amor não ter proveito. Tanto amor querendo fazer alguém feliz.
(...) Mas amor, você sabe, amor não se pede. Amor se declara: sabe de uma coisa? Ele sabe, ele sabe.
substantivo femininoImunologia. Patologia acometida por um organismo que acaba por ser alvo das defesas de seu próprio sistema imunológico.Etimologia (origem da palavra autoimunidade). Aut(o) + imunidade.
Classe gramatical: substantivo feminino
Separação silábica: au-to-i-mu-ni-da-de
Plural: autoimunidades