quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Tentando voltar pra casa

Parecia filme de terror. Aqueles filmes tipo: "Eu sei o que vocês fizeram no verão passado". Tudo escuro, vidros fechados, muita chuva e carro embaçado pela respiração dos seus ocupantes. Não fomos muito longe, na saída da cidade, antes de chegar no trevo para Ouro Branco/Ouro Preto, depois da primeira ponte, curva... e uma árvore caída no meio da estrada. Os dois homens corajosos saem no meio da chuva torrencial para tentar retirar o empecilho. Impossível. Tentam, olham sob a luz do farol do carro. O morro em tempo de desabar. Melhor é voltar pra casa, preferível perder o vôo do que perder a vida, esperar e ver o que será feito pela manhã. 

Pela manhã o terror continua. Na outra cabeceira da ponte, o morro caiu todo! Poderíamos ter ficado presos entre o deslizamento de terra e a queda da árvore. Ou pior. Mais adiante, mais deslizamentos de terra, mais morros desbarrancados, tudo paralisado. E foi assim o caminho inteiro até Belo Horizonte. Engarrafamentos quilométricos. Em Ouro Preto um morro caiu todo em cima da rodovíaria. Uma coisa absurda. Dois mortos. 

É estranho estar dentro de uma notícia do Jornal Nacional. Ver de longe, pela tela da televisão, é tocante, mas não tão chocante como presenciar. 52 municípios em estado de sítio. Graças a Deus, a pequena Santa Rita de Ouro Preto não está entre eles. Fiquei impressionada. Um lugar tão lindo, com paisagens tão magníficas, com clima tão gostoso, ser destruído rapidamente pela força da natureza. 

Graças a Deus a chuva durante o dia cessou. Mas o trecho Ouro Branco-Belo Horizonte, que normalmente é feito em 1 hora e meia, dessa vez foi feito em 5 horas e meia por conta dos engarrafamentos quese formaram com o desabamento das encostas. Eu falei, 5 horas e meia de fome e sede. Seguindo a linha: "se a vida te der uma limão, faça uma limonada", só me restava fotografar!

Engarrafamento pouco é bobagem. O importante é apreciar a paisagem.


Ainda tivemos sorte, acharam uma fontezinha de água mineral na beira da estrada e foi lá que tentei matar minha sede.

14 horas de viagem e muitos deslizamentos de terra depois, chegamos em paz! Conseguir um voo, foi a mais difícil das lutas, já que perdemos o primeiro. Tivemos que esperar uma desistência porque o voo de 9 e meia já estava quase lotado, só tinha 1 vaga. Correria para despachar as bagagens faltando 20 minutos para a decolagem. Loucura sair correndo pelo aeroporto lotado. Mas finalmente, home sweet home! 

Viajar é bom, mas o melhor lugar do mundo é a casa da gente. Amo muito nosso lar!!!

Olho essas fotos e comento com marido meu - quantas aventuras já vivemos! Por 7 cidades já passamos... momentos inusitados compartilhamos... Mas isso é história para outro post. 

5 comentários:

  1. Te imaginei por todo o caminho batendo os calcanhares e suspirando "there's no place like home". hihihihi.

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  2. Graças a Deus que chegaram em paz, que nada de mais grave aconteceu. Tantos cotraempos mas deu motivo para contar essa história. Viva a vida.

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  3. Isso parece filme do fim dos tempos!
    Gostei mesmo foi da 1ª foto, tá muito legal. Pra ela ficar com esse ar de pintura, vc ajusta na própria câmera ao tirar a foto, ou depois no computador?

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  4. Tudo ajustado na câmera. Fotometria correta e nada mais. No photoshop.

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