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As dores acabam

As dores acabam Por Hilda Lucas - Publicado em 13/04/2008 É incrível, mas um dia toda dor acaba. É como acordar sem febre depois de noites de agonia. Você se pergunta distraída: Onde está a dor que eu deixei aqui? Foi embora, de repente, sem ser notada, sem alarde. Um dia você percebe que alguma coisa parou de doer. Um dia você entende que não precisa mais daquela dor. Um dia você sente preguiça de sofrer e tem vontade de alongar a alma, estende-la ao sol. As dores acabam por que a vida é maior e mais teimosa. Quando se está no olho do furacão, no fundo do abismo, velando um ente amado, rolando na cama vazia, a dor parece eterna, presença maciça, definitiva, que tudo ocupa e devasta. Ela fica ali, sentada no sofá, servindo-se do jantar, pulsando na outra metade do leito, rondando sua intimidade, compartilhando sua rotina. Lê seus livros, vai ao cinema com você, amiga íntima, inseparável. Torna-se familiar, corriqueira. Essencial. Reverenciada. A dor é um dublê que ocupa o lugar deixado

Resposta ao Tempo

"E o tempo se rói Com inveja de mim Me vigia querendo aprender Como eu morro de amor Prá tentar reviver". (Resposta ao Tempo - Nana Caymmi)