Às vezes sinto saudade do trecho, nele tudo é tão passageiro, tão aquele momento, parece que nem o passado, nem o futuro existem, apenas o presente, o estar ali, amizades feitas naquela hora, passeios arranjados, lugares novos, casas diferentes e a certeza de que tudo passa realmente e nunca mais é do mesmo jeito. Voltar pra casa e conviver com todos os tempos verbais, passado, presente, futuro do presente, pretérito mais-que-IMperfeito é meio estranho. Conviver com pessoas tão conhecidas, amigos de longas datas, ex-namorados, parentes é tudo tão monótono. A mesma academia, o mesmo curso de inglês, a mesma igreja, os mesmos restaurantes, os mesmos shoppings, esse mesmo povinho provinciano de Aracaju com suas cismas e desconfianças, os mesmos parentes com seus traumas e recalques, os mesmos amigos com seus medos, dificuldades e problemas. Tudo estagnado, parado no tempo. Há 5 anos uma prima não falava com outra por causa de um mal entendido; há 15 anos um rapaz cultiva uma mágoa