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Mostrando postagens de agosto, 2014

O gasguito massagista de luvas brancas

Não gosto da morte porque ela faz a gente pensar muito na vida.  Depois de dias e dias tendo convulsões direto, de ter definhado tão rapidamente, de ter se acabado em tão pouco tempo, emagrecido, secado,  Jhoni morreu hoje no finalzinho da manhã.  Chorei como se tivesse morrido uma pessoa. Pra mim morreu mais que uma pessoa. Choro desde que ele adoeceu. Um bichinho encontrado nas ruas em cima de um papelão, um animalzinho abandonado que foi resgatado por uma amiga (se tornou uma amiga depois dele) e entregue a mim para ser cuidado. Infelizmente não consegui mudar a sua sorte, mesmo tendo tentado. E nos seus últimos dias fiz de tudo: internamento, remédios, tratamento em clínica veterinária. Pena que não deu certo. Pena que ele não se recuperou, não conseguiu resistir, pena que já era tarde demais. Perdoe-me, meu bichinho, meu bichano, se falhei em alguma coisa. Perdoe-me por não ter lhe acompanhado todos os dias desde o momento que te recebi na minha casa. Perdoe-me por não te

Não suporto gente...

A síndica do meu condomínio é um tipo que faz fofoca e intriga entre os moradores. Nunca fui muito com a cara dela, sempre a achei muito linguaruda e fofoqueira. Vivia a comentar sobre a mudança de alguns moradores e se as suas coisas mostravam se eram bem financeiramente ou não. É do tipo que cataloga os que "ganham bem" e os que "ganham mais ou menos-como-é-que-conseguiram-comprar-apto-aqui?". Desse modelo. Se eu já tinha motivos pra não gostar dela, com aquela cara branca de protetor solar a caminhar pelo condomínio falando alto, hoje completei a ojeriza com uma única frase que ouvi dela: "Não suporto gatos".  Sei que falou para que eu ouvisse, uma vez que sabe que eu amo e crio gatos, mas, sinceramente, não estava a fim de saber e não pedi a opinião dela. Essa afirmação de boca cheia "não suporto gatos" eu já ouvi de muita gente. É essa ou aquela: "não gosto porque tenho alergia". Normal. Mas depois que aprendi que rotular pess

Das paixões

Começo o dia desanimada e termino maravilhada.  A certeza das paixões que tenho na vida: minhas filhas felinas - Mia, Pérola, Pietra, Lilie (e as próximas gatinhas que virão) e a fotografia, que me dá belas imagens e um sensação de realização maravilhosa.  A certeza  do amor, azulzinho como eu sempre quis, um amor que cuida, se preocupa, ampara... um amor que sorri com os dentes mais brancos que já vi... o amor do meu marido. Eterno, disso eu tenho certeza, porque esse amor, mesmo que distante, mesmo que ausente, sempre existirá.  E junto com isso tudo, a minha cama macia, fofinha, certeza do conforto que Deus me deu. É no pouco que vejo o quanto Deus é bom comigo. Feliz por todas essas graças, Senhor. Obrigada, obrigada, obrigada.  

Se Puder Sem Medo

Deixa em cima desta mesa a foto que eu gostava Pr'eu pensar que o teu sorriso envelheceu comigo Deixa eu ter a tua mão mais uma vez na minha Pra que eu fotografe assim meu verdadeiro abrigo Deixa a luz do quarto acesa a porta entreaberta O lençol amarrotado mesmo que vazio Deixa a toalha na mesa e a comida pronta Só na minha voz não mexa eu mesmo silencio Deixa o coração falar o que eu calei um dia Deixa a casa sem barulho achando que ainda é cedo Deixa o nosso amor morrer sem graça e sem poesia Deixa tudo como está e se puder, sem medo Deixa tudo que lembrar eu finjo que esqueço Deixa e quando não voltar eu finjo que não importa Deixa eu ver se me recordo uma frase de efeito Pra dizer te vendo ir fechando atrás da porta Deixa o que não for urgente que eu ainda preciso Deixa o meu olhar doente pousado na mesa Deixa ali teu endereço qualquer coisa aviso Deixa o que fingiu levar mas deixou de surpresa Deixa eu chorar como nunca fui capaz contigo Deixa eu enfrent

Mais sonhos

De repente é tanta coisa boa acontecendo, a alegria se instalando, a vida se mostrando, os sonhos se realizando, imagens belas, cores, luzes, sorrisos... Dá medo, dá medo de ser somente devaneio, ilusão passageira e eu acordo no meio do nada, do pó, do cinza, com cabelos de poeira, pés pesados de areia, olheiras de cansaço, olhos de desânimo. De bom só dinheiro no banco, planos e a vontade de comprar mais sonhos, mais sonhos, mais sonhos...
"E como eu não sou mulher de correr da dor, deixo ela entrar aos pouquinhos, esbugalhar meus sentidos, enfraquecer meu orgulho"... Tati Bernardi