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Mostrando postagens de agosto, 2004

Pra não dizer que não falei das Olimpíadas.

Dormi na abertura. E na "fechadura" também. Quis dormir na final do vôlei masculino, mas Fabinho não deixou, toda hora alguém gritava, aí eu despertava pra gritar também: "Gooooool!!!!!" Mas foi bom, só assim fiquei sabendo que as regras do vôlei mudaram. Ainda estava achando que existia aquele lance de "vantagem". Descobri também o que é "ace" (se é assim que se escreve), quando se faz ponto de saque. Isso pra mim já foi um grande progresso.  Não vi Daiane dos Santos errar o salto. Mas vi aquele cara da natação se despedindo. Agora eu esqueci o nome dele. Vi aquele doido tirar o maratonista da pista, mas pensei que aquilo tinha acontecido em Olimpíadas passadas.  Não me perguntem o nome dos atletas que ganharam medalha de ouro. Só soube do fracasso do vôlei feminino na final do vôlei masculino.  E como é mesmo o nome do cara da natação...  Quando eu era adolescente tentei ser atleta de alguma forma. Tentei salto em distância, mas nã

Nada como um revigorante fim de semana na casa de mamãe e papai.

Casinha confortável. Mesa posta para café da manhã reforçado, almoço gostosinho, sobremesa, lanches, jantar delicioso.  Passeios de mãos dadas numa linda praça jogando pãozinho para os peixinhos no lago.  Risadas com as primas.  Banhos de rio.  Internet com velox! Ô, maravilha!  Rever velhos amigos que também vieram de outros lugares passar alguns dias na casa dos pais.  Meu namorado é doidinho. Na sexta-feira, eu nem tinha chegado em casa ainda do trabalho, e ele me liga: "Vamos pra Paulo Afonso?" Claaaaaro! Arrumei minha malinha básica e ainda tive tempo de também chamar minha amiga Jamille pra ir com a gente. Tadinha, está de coração partido, precisava de novos ares. E assim fomos.  Foi tudo tão bom que nem eu, nem Fábio, nem Jamille queríamos voltar. Mas depois de dois dias, pelo menos eu me sentia cheia de energia pra enfrentar a semana de trabalho, só que a viagem de volta me levou toda essa energia. Humpf!  Ônibus pinga-pinga lotado com itinerário escrito em l
"Mas eu não quero me encontrar com gente louca", observou Alice. "Você não pode evitar isso", replicou o Gato. "Todos nós aqui somos loucos. Eu sou louco. Você é louca." "Como sabe que eu sou louca?", indagou Alice. "Deve ser", disse o Gato, "ou não teria vindo aqui." (Lewis Carroll. Alice no País das Maravilhas)

Vaidade das vaidades...

"Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade. Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, que faz debaixo do sol? Uma geração vai, e outra geração vem; mas a terra para sempre permanece. Nasce o sol, e o sol se põe, e apressa-se e volta ao seu lugar de onde nasceu." (Eclesiastes 1: 2-5) Acordo às 6:30 da manhã morrendo de sono. Passo a manhã toda com sono, doida pra chegar em casa e dormir. Durmo a tarde quase toda, até mais de 5 horas e me levanto, morrendo de sono. Fico jiboiando em frente à TV até escurecer, protelando a hora de ir pra academia e acabo não indo porque estou com muito sono pra isso. Mato um pouco o tempo fazendo nada ou namorando até dar a hora de dormir e só então descubro, não estou com sono. Acabo dormindo pouco e acordo morrendo de sono e assim os dias passam e minha consciência pesa porque não fiz nada, não estudei nada, não li nada, não me exercitei. Agora... esse sono todo é stress, estafa, c

Pernóstica

Pernóstica = presumida, metida, pedante, antipática. É disso que meu amigo Wagner me chama. Que baixaria! E eu gosto. O pior é isso. Ele também me chama de herege. Manda torpedos desejando: bom dia (boa noite, boa tarde, feliz sábado, feliz domingo) vírgula herege.  Herege = pessoa que propala, segue, defende ou pratica doutrina religiosa contrária à considerada verdadeira; blasfemo; herético. Contrário à religião.    E é porque gosta de mim. Imagine! É nessa hora que ele faz questão de dizer: "quem disse que eu gosto de você?" Mas eu sei que ele me ama. Por que ele me chama de pernóstica, eu até entendo. Posso até ser mesmo metida, pedante, antipática. A sua raiva toda é que não admitia que eu, uma engenheira, pudesse ter tantos conhecimentos literários e saber tantas poesias, poemas e ter lido tantos livros quanto ele, um professor de literatura, formando em Letras. É engraçado: ele começa as poesias, querendo mostrar todo seu conhecimento e eu complet

Dona Encrenca e as conseqüências

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Dona Encrenca e as conseqüências. - Por que você mentiu, por quê? - praticamente gritava dentro do supermercado. Tinha até se esquecido que deixara de ser Dona Encrenca, mas e daí? Na hora da raiva toda mulher é uma encrenca. - Sabe de uma coisa, eu não quero mais namorar você. Vou embora agora. - Não, não, não. Você não vai e nem quero ouvir falar sobre isso. Segurou seu braço com vigor e ao mesmo tempo com carinho. Abraçou. Beijou. Enquanto ela tentava inutilmente se livrar dos seus braços. Coisa de cinema. - Eu explico. É que se eu dissesse que ela vinha você ia ficar com ciúmes. - Ciúmes dela? Dela? Tá louco? Eu já a conheço, sei quem é seu namorado, já saímos todos juntos. De onde tirou essa idéia? - Você não tem ciúmes dela? - NÃO! Pausa. - Não? Então de quem é mesmo que você tem ciúmes? Outra pausa. Dessa vez pra em seguida rir. Os dois juntos. Até brigando eles tinham humor. Mas era nisso que dava ser Dona Encrenca, mesmo que fosse ex-Dona Encre

Tem remédio pra paixão?

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(...) "E quase o ano inteiro os dias foram noites Noites para mim Meu sorriso se foi Minha canção também E eu jurei por Deus não morrer por amor E continuar a viver Como eu sou um girassol, você é meu sol Eu tento me erguer às próprias custas E caio sempre nos seus braços Um pobre diabo é o que sou Um girassol sem sol Um navio sem direção Apenas a lembrança do seu sermão Morro de amor e vivo por aí Nenhum santo tem pena de mim Sou agora um frágil cristal Um pobre diabo que não sabe esquecer Que não sabe esquecer Como eu sou um girassol, você é meu sol" (Girassol - Ira) Sábado. Noite chegando. Ele liga pra dizer que não podia me ver porque ia levar a amiga e um primo da amiga pra o shopping. "É que ela está com a habilitação vencida, pediu pra eu levá-la então". Como sempre, tentei me controlar, mas não consegui. Por que eu não poderia ir também? Ouvi a amiga dizer: "Chame ela também". E acabei indo j
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"Eu quero ser uma tarde gris Quero que a chuva corra sobre o rio O rio que por ruas corre em mim As águas que me querem levar tão longe Tão longe que me façam esquecer de ti " (Ana Carolina - Uma Louca Tempestade) Sweet Memories Piso de madeira. Você deitado no meu colo. Noite. Cabelos lisos. Nada mais.

Dona Encrenca se despede

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Dona Encrenca se despede Digeria as palavras da sua sogra enquanto lavava algumas peças íntimas. Já passava das onze da noite e vigorosamente torcia e espremia a cada lembrança. Era sempre Dona Encrenca a ciumenta, a insegura, a paranóica. Ele nunca tem ciúmes, ele nunca implica com nada, ele sempre entende e aceita tudo. A sogra reclamou disso. Não acreditando que ela pudesse ter aconselhado-a a consultar um psicólogo ou a tomar calmantes, resolver mudar de vez sua conduta. Não, não se transformaria numa gueixa submissa, nem sabia ainda em quem se transformar, só sabia que alguma coisa deveria ser feita. Tirou a roupa molhada na barriga, vestiu uma camisola de algodão rosa de bichinhos e foi dormir, articulando que aquela seria a última vez em que colocaria uma camisa de político para lavar roupa ou fazer qualquer outra coisa. Na manhã do dia seguinte, demorou um pouco mais que o costume para se arrumar. Maquiagem, salto, uma roupa mais arrumadinha. Para tanto se

Eu sou chata?

Nada com um passeio no shopping com o amado pra curar TPM. Ou não. Mas a torta de morango me fez muito bem. Os beijinhos também. Os carinhos ídem. Obrigada pela paciência de vocês. Fico até emocionada... snif! Snif! Obrigada pelos conselhos também. Chá de camomila, Manu ? Será que funciona mesmo? Nem tentei. Minha mãe costuma dizer: "Quem quiser casar com você vai ter que ter muita paciência, porque você é uma chata!" Se minha mãe diz isso normalmente, imagine eu na TPM. Deve ser por isso que eu não casei ainda. Mas quem disse que eu tenho pressa? Aliás, eu nem me vejo casada. Vejo-me morando na Europa. Alone. Sola. Mas... Ontem, conversando com Fábio, tento perguntar: - Fabinho... (com uma voz tão doce de dengo que a torta pareceu salgada) Eu sou chata? Pausa. - Não... mas é que de vez em quando você fica repetindo, repetindo o mesmo assunto, a mesma conversa... o tempo todo. - E isso não é ser chata? Pausa. - Huuum... Outra pausa pra completar. - Ma

TPM

E só. Sem comentários.
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"Amor é bicho instruído. Olha: o amor pulou o muro o amor subiu na árvore em tempo se estrepar. Pronto, o amor se estrepou. Daqui estou vendo o sangue que escorre do corpo andrógino. Essa ferida, meu bem, às vezes não sara nunca às vezes sara amanhã. Daqui estou vendo o amor irritado, desapontado, mas também vejo outras coisas: vejo corpos, vejo almas vejo beijos que se beijam ouço mãos que se conversam e que viajam sem mapa. Vejo muitas outras coisas que não ouso compreender..." (Trecho de O Amor Bate na Aorta de Carlos Drummond de Andrade) Insônia. Sentimento de perda. Melancolia. Nervosismo. Medo. Decepção. Desilusão. Solidão. Ansiedade. Saudade. Saudade...

Dona Encrenca e as paranóias

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Dona Encrenca e as paranóias O alarme tocava, tocava e ela não sabia o que havia disparado nem como desligava. Só sabia que doía. Doía nos ouvidos, na cabeça, no coração, na alma. Dona Encrenca é gato escaldado. Gata, melhor dizendo, que morre de medo de água gelada, e nada, nem ninguém conseguia convence-la de que o alarme era falso. Ela só sabia do sexto sentido. Quase como naquele filme, ela também via "Dead People". Pessoas enforcadas, esquartejadas, carbonizadas. Estava atormentada com as visões. Via, lembrava, sentia. O alarme tocava. Disparado por quem? Por quê? O barulho fazia com que ela lembrasse que já tinha sido trocada, abandonada, rejeitada, enganada. Nunca mais. Submeteu-o a um teste, e ele foi reprovado. Terminou tudo. Num acesso mais forte de loucura. Ele apenas disse: "Você é quem sabe" e ela não se arrependeu do que fez. Não havia motivos, mas ela só sabia do que sentia e isso bastava. Mas como num filme de amor, ele a fez e

Tudo que compro não presta

Alguém me explique: por que tudo eu compro não presta?  Com exceção de sapatos, que sou viciada e nem olho preço, todas as outras coisas que adquiro quebram ou param de funcionar em poucos meses.  Ano passado comprei uma câmera digital. Que maravilha! Eu, que adoro fotos, passei a fotografar até formigas se estivessem numa pose legal que valorizasse suas bundonas. Fiquei fascinada pelo mundo dos paparazzis, me sentia uma verdadeira fotógrafa... por 3 meses... até que a câmera quebrasse.  Mandei pra Assistência, me enviaram outra câmera que não era a minha com outros defeitos acoplados pra dar uma incrementada. Mandei de volta, mandaram uma nova... essa agora dá o maior trabalho pra ligar.  Thuuuudo bem!  Comprei um telefone sem fio com identificador de chamadas. Mês passado. Já não funciona mais.  Toda hora a gente tem que se levantar pra atender o telefone que fica do lado do computador. Como lá em casa é a sucursal da Telemar, toda hora tem alguém ligando, a gente está qua
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Noturno (Fagner). O aço dos meus olhos E o fel das minhas palavras, Acalmaram meu silêncio, Mas deixaram suas marcas. Se hoje sou deserto, É que eu não sabia, Que as flores com o tempo Perdem a força E a ventania vem mais forte. Hoje só acredito No pulsar das minhas veias, E aquela luz que havia Em cada ponto de partida Há muito me deixou... Há muito me deixou! Ai, Coração alado, Desfolharei meus olhos Nesse escuro véu, Não acredito mais no fogo ingênuo da paixão , São tantas ilusões Perdidas na lembrança... Nessa estrada Só quem pode me seguir sou eu Sou eu, sou eu, sou eu. Sabe quando você sente que tem algo errado e não sabe o que é? Tô sentindo isso. Tanto que nem consigo me concentrar no trabalho. Tem algo errado, tem algo errado... mas o que será? E o pressentimento fica soando como um alarme que eu não sei onde desliga. E queria destacar alguns comentários interessantes dos últimos posts: "Rapaz... enterrar vivo deve ser estranho

Já peguei nojo

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O povo diz que eu gosto de brigar. Gosto mesmo. Mas com gente inteligente e de classe. Gente burra e barraqueira só brigo quando a burrice é grande demais ou quando me atingem, porque esse tipo de gente só tá afim de bate-boca, aí me dá logo vontade de meter a mão na cara que é pra acordar pra vida. Ah, também não gosto de brigar com gente mentirosa, que fala e no minuto seguinte jura pelos céus que não falou nada. A esse tipo, mando dilatar forçadamente os esfíncteres anais. Parece que estou revoltada? Tô nada. Mas o que aconteceu no sábado de manhã merece um post. "Não me faça te pegar nojo" com o título "Já peguei nojo" , porque eu odeio explicar uma coisa óbvia pra quem não quer entender e só está a fim de polemizar. Aí, é como digo, dá vontade de meter a mão na cara mesmo. Tenho paciência não. Ele ficou me olhando incrédulo. Ele que sempre me chamou de bronqueira achando lindo o meu jeito de me defender, dessa vez olhava pra mim com cara de qu
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"Nós sepultamos muitos amigos que estão vivos, e nunca mais nos lembramos deles" (Augusto Cury- A inteligência de Cristo) Pensava nisso quando ia no ônibus. Há meses eu não entrava em contato com meu amigo Raul. Tinha prometido a mim mesma que só ia ligar pra ele quando ele ligasse pra mim. Da última vez ele ficou de me ligar no dia seguinte pra dizer se a gente poderia sair ou não, mas nunca ligou. Raul é um dos meus amigos que conheci na internet e que permaneceu como amigo quando saiu do virtual para o real. Amigo mesmo. Ele me ajudou a superar algumas coisas ruins, com ele eu posso conversar sobre tudo, dele ouço palavras lindas. Mas a gente acabou se afastando, sabe-se lá por quê. Só sei que ele me ligou. Reclamei da ausência, mas quando soube de uma coisa terrível que tinha acontecido com ele fiquei completamente chocada e penalizada. Nossa! Ele poderia ter morrido e eu nem saberia. É estranho como passamos meses e meses distantes das pessoas de q
Estou tão viciada em ER (Plantão Médico) que sonhei que John Carter cuidava de mim. Eu estava doentinha e ele olhava pra mim com aqueles olhos compadecidos... Sem falar que eu choreeeeei quando Mark Green morreu. Chegava a soluçar. Parecia que tinha morrido alguém bem próximo de mim. Ai, ai, só eu mesmo! E mainha detesta o seriado. Eu adoro. Será que estou na profissão errada? E estava aqui pensando... Se uma pessoa odeia tudo que eu amo... o que me leva a ainda gostar dela? E pensava mais... Quando alguém de quem eu não gosto e que eu sei que gosta de mim me liga, atendo indiferente, sem graça e fico sem assunto. Invento qualquer desculpa. Digo que estou cansada, que estou triste. Fico conversando só por educação, respondendo por monossílados, doida que a pessoa desligue. Agora... se agem assim comigo... é pelo mesmo motivo??? Será que não gostam de mim e falam só por educação? Vixe.
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Antes de descer do ônibus ele me viu. Eu olhei pra ele e o achei mais bonito do que sempre. A camisa azul destacava o seu peito. A calça apertada marcava suas pernas. Seu olhos castanhos, sua pele clara, seu cabelos lisos. Realmente tô apaixonada. Aí já sabe... ciúmes na área. O ciúmes de Dona Encrenca . Sábado à noite, casamento da amiga dele. Ninguém negaria que ele era o mais bem arrumado dos padrinhos. Tava tão lindo que parecia ter sido maquiado, retocado, melhorado. Terno cinza. Perfeito. Dona Encrenca resignada, sentou-se com a amiga pra esperar toda aquela cerimônia se desenrolar, quando a amiga comenta: - Olha ali, a ex dele. Dona Encrenca olha e é impossível não notar a beleza da garota. Alta, cabelos escuros e lisos na altura dos ombros presos num coque em que deixava cair alguns mechas, braços longos e brancos, rostinho afilado. Sentiu raiva. Raiva da brancura, do liso dos cabelos, da postura nobre. Controla-se... até o momento em que o vê conversan
"Se ninguém olha quando você passa Você logo acha Eu tô carente, eu sou manchete popular Tô cansado de tanta babaquice, tanta caretice Dessa eterna falta do que falar " Tô revoltada. Não, não estou na TPM, mas ando sem paciência. Briguei com quem me ligou ontem sem ter nada pra falar. Briguei com quem não me ligou. Descobri que tô começando a me apaixonar. Burra! De novo! De velho. Raiva de mim mesma.