Poema Quebrado Oswaldo Montenegro Eu era apenas rio Esperando que você navegasse Poema quebrado no frio Num salão vazio Esperando que você recitasse Eu era manhã cinzenta Esperando de você a aurora Um lobo de olhar em brasa Te vendo em casa (e o lobo do lado de fora) E eu era, quem diria A melodia que jamais compusera E eu, que jamais daria Era o verbo dar Dizendo assim: quem dera! Então não vá embora Agora que eu posso dizer Eu já era o que sou agora Mas agora gosto de ser
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Mostrando postagens de outubro, 2007
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A um ausente (Carlos Drummond de Andrade) Tenho razão de sentir saudade, tenho razão de te acusar. Houve um pacto implícito que rompeste e sem te despedires foste embora. Detonaste o pacto. Detonaste a vida geral, a comum aquiescência de viver e explorar os rumos de obscuridade sem prazo sem consulta sem provocação até o limite das folhas caídas na hora de cair. Antecipaste a hora. Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas. Que poderias ter feito de mais grave do que o ato sem continuação, o ato em si, o ato que não ousamos nem sabemos ousar porque depois dele não há nada? Tenho razão para sentir saudade de ti, de nossa convivência em falas camaradas, simples apertar de mãos, nem isso, voz modulando sílabas conhecidas e banais que eram sempre certeza e segurança. Sim, tenho saudades. Sim, acuso-te porque fizeste o não previsto nas leis da amizade e da natureza nem nos deixaste sequer o direito d
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O texto retirei do filme "Dança Comigo?". O diálogo é entre a esposa e o detetive que contratou pra descobrir qual o segredo que o marido esconde. Ela começa dizendo: - Tantas promessas que fazemos e não cumprimos... por que as pessoas se casam? - Paixão. - Não. - Pensei que fosse uma romântica. Então, por quê? - Porque precisamos de uma testemunha para nossas vidas. Há um bilhão de pessoas na Terra. O que significa a vida de cada um? Mas no casamento você promete cuidar de tudo, das coisas boas, das ruins, das péssimas, das coisas mundanas... de tudo. O tempo todo, todo dia. Você diz: ´Sua vida não será despercebida porque eu a notarei. Sua vida será testemunhada porque serei sua testemunha´. A solidão é o pior castigo. Triste de quem vive sozinho. Quero uma testemunha na minha vida, não quero mais que ela passe despercebida, não quero mais fazer compras de supermercado sozinha, não quero mais ser uma e ter que me aquecer com um edredon, quero ser dois ou três ou ma
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"Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente..." [Martha Medeiros] (Do blog Tempo de Travessia . E eu continuo sem criatividade!) Ode a mais um deletado. Essa brincadeira já tá perdendo a graça, e de tão ridícula chega a ser patética. Aff!!! A mulher de cada porto Edu Lobo - Chico Buarque 1985 ELE Quem me dera ficar meu amor, de uma vez Mas escuta o que dizem as ondas do mar Se eu me deixo amarrar por um mês Na amada de um porto Noutro porto outra amada é capaz De outro amor amarrar, ah Minha vida, querida, não é nenhum mar de rosas Chora não, vou voltar ELA Quem me dera amarrar meu amor quase um mês Mas escuta o que dizem as pedras do cais Se eu deixasse juntar de uma vez meus amores num porto Transbordava a baía com todas as forças navais Minha vida, querido, não é nenhum mar
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Coração partido mata , diz reportagem: http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/ Mas isso Gonçalves Dias já tinha dito há muito tempo atrás... Se se morre de amor Se se morre de amor! - Não, não se morre, Quando é fascinação que nos surpreende De ruidoso sarau entre os festejos; Quando luzes, calor, orquestra e flores Assomos de prazer nos raiam n'alma, Que embelezada e solta em tal ambiente No que ouve e no que vê prazer alcança! Simpáticas feições, cintura breve, Graciosa postura, porte airoso, Uma fita, uma flor entre os cabelos, Um quê mal definido, acaso podem Num engano d'amor arrebentar-nos. Mas isso amor não é; isso é delírio Devaneio, ilusão, que se esvaece Ao som final da orquestra, ao derradeiro Clarão, que as luzes ao morrer despedem: Se outro nome lhe dão, se amor o chamam, D'amor igual ninguém sucumbe à perda. Amor é vida; é ter constantemente Alma, sentidos, coração - abertos Ao grande, ao belo, é ser capaz d'extremos, D'alt