Sempre Soberana
quinta-feira, 2 de janeiro de 2025
Encontro
sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Na noite
sexta-feira, 27 de setembro de 2024
Amor e seu tempo - Carlos Drummond de Andrade
estendidos na mais estreita cama,
que se torna a mais larga e mais relvosa,
roçando, em cada poro, o céu do corpo.
É isto, amor: o ganho não previsto,
o prêmio subterrâneo e coruscante,
leitura de relâmpago cifrado,
que, decifrado, nada mais existe
valendo a pena e o preço terrestre,
salvo o minuto de ouro no relógio
minúsculo, vibrando no crepúsculo.
Amor é o que se aprende no limite,
depois de se arquivar toda a ciência
herdada, ouvida. Amor começa tarde.
quarta-feira, 4 de setembro de 2024
Agust D Ft. Ryuichi Sakamoto & WOOSUNG 'Snooze'
sexta-feira, 23 de agosto de 2024
O passado
sábado, 3 de agosto de 2024
sábado, 27 de julho de 2024
Despedida
sexta-feira, 26 de julho de 2024
Dvwn (다운) - Still (이두나! OST) Doona!
quarta-feira, 24 de julho de 2024
Velho, não, entardecido.
"Velho, não.
Entardecido, talvez.
Antigo, sim.
Me tornei antigo
porque a vida,
tantas vezes, se demorou.
E eu a esperei
como um rio aguarda a cheia".
(Mia Couto)
Ela casou tarde e por isso nunca teve filhos.
Ela ficou viúva muito cedo. Acho que foi seu primeiro e único namorado, então experiência não teve.
Ela agora já é idosa, não quer revelar a idade, mas aqui eu digo, ela já completou 80 anos.
A pele e o rosto já não são mais jovens, viçosos e cheios de colágeno. Mas o coração ainda quer e espera por um amado.
Alguns fragmentos de esperanças, algumas falsas ilusões.
O etarismo é doloroso e categorizar a vida de pessoas pela sua idade me parece uma atitude covarde. Por que o amor tem idade? Por que se sentir amada é só privilégio de determinada faixa etária?
Nos meus 20 e poucos anos era bombardeada por cobrança de um casamento. Falavam "você está velha, precisa arranjar um namorado para casar antes dos 30". Casei aos 32 e veio a cobrança por filho logo, porque eu já estava velha e o relógio biológico estava correndo, a ansiedade e as informações de que os óvulos envelheciam e ficavam escassos. Tive filho aos 40. Parece que passei toda uma vida achando que estava velha. Até hoje me sinto velha. Parece que nunca fui jovem.
Mas ela aos 80 me fala que se sente nova e pede que eu capriche na foto pra não aparecer a papada e fala de um paquera que tem "braços roliços" e sonha em novamente ser amada. Ela tem esse direito. Eu torço muito por ela.
Lembro de um filme de 1995: As Pontes de Madison. Assisti mais de uma vez e até hoje me lembro de várias cenas e falas. É uma história de amor maduro, onde os protagonistas já não são tão jovens, mas que vivem um amor intenso, gostoso, apesar de doloroso. É um filme lindo, marcante, que me faz pensar que todos tem o direito de viver um grande amor, se assim o querem. Independente de idade, independente de aparência. Que seja aos 80 anos, no final da vida ou na idade que for, mas que simplesmente aconteça.
"Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. (...)V-
Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi o apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, esperarei quanto tempo for preciso".
(Clarice Lispector)
segunda-feira, 8 de julho de 2024
Geração X
Para chegar lá era preciso trazer na muamba. do Paraguai. O irmão do meu pai assim fez e então o vídeo cassete chegou na nossa casa, no interiorzão da Bahia, e junto com ele um mundo à parte de histórias. Todo final de semana íamos à locadora pegar uma pilha de filmes e dessa época, anos 80 (quando a gente fala assim é por que está realmente velha?),| tenho ótimas recordações.
Era a fita que precisava ser rebobinada, era o cabeçote que precisava ser limpo, eram os desenhos que assistíamos incansavelmente, eram as fitas alugadas de Rocky ("Adrian, Adrian"!), Rambo (o bicho era bom! Bastava só ele pra dar fim a qualquer guerra), Jean Claude Van Damme (que abertura de pernas era aquela!) e os nossos preferidos Os Changeman! (Tsurugi, Hayate, Oosora, foram os nossos primeiros crushes asiáticos). Escrevo tudo na primeira pessoa do plural, porque eu não estava só nessas aventuras todas. Eu nem lembrava mais que minha paixão pelo Oriente tinha começado nessa época, aquele "cabelo de telhadinho", a franja caindo na testa já eram motivo de suspiros.
Os doramas trazem todas essas lembranças e sensações que eu tinha esquecido. Trazem muitas lembranças de mim e dos sonhos que eu tinha. É a nostalgia me trazendo para o presente e reavaliando o trajeto. Em que momento me perdi? Se é que me perdi. E quanto tempo fiquei alienada, alheia a um mundo enorme que tem lá fora, que eu já sabia que existia e que já sonhava conhecê-lo. Quanto tempo fiquei presa por causa de regras, normas de um grupo social limitado. Quanto tempo fiquei presa buscando uma carreira que só me adoeceu. Anos e anos bitolada numa religião onde nunca me encaixei, anos e anos dormindo, acordando e jantando trabalho. Valeu a pena? Sim, tudo vale à pena, mas agora me sinto tão pequena.
domingo, 7 de julho de 2024
25 e 21
Na estação em que as flores caem com o sopro do vento
Eu ainda posso sentir o toque da sua mão
Naquela época, eu não conseguia entender profundamente
Mesmo assim, as flores ainda eram lindas
Uh, sua fragrância levada pelo vento
Uh, eu pensei isso duraria para sempre
Nossos vinte e cinco e vinte e um
Naquele dia o mar estava bem calmo
Eu ainda posso sentir sua mão segurando a minha
No calor do sol, você e eu
Nós vivemos um sonho tão feliz que dói
Uh, a música daquele dia vem com o vento
Uh, eu pensei que você e eu daquele dia
Duraria para sempre
Sua voz e seus olhos
E até mesmo o calor do seu corpo
Quanto mais eu me lembro, mais eles desaparecem
Você se dispersa e não posso te pegar
Na estação em que as flores caem com o sopro do vento
Eu ainda sinto o toque da sua mão
Naquela época, eu não conseguia entender profundamente
Mesmo assim, as flores eram lindas
Uh, sua fragrância sendo levada pelo vento
Uh, eu pensei que duraria para sempre
Nossos vinte e cinco, vinte e um
Aah, a música daquele dia vem com o vento
Aah, eu pensei que você e eu daquele dia duraria para sempre
Eu pensei que duraria pra sempre nossos vinte e cinco, vinte e um
Nossos vinte e cinco, vinte e um
sexta-feira, 5 de julho de 2024
Queijo na Armadilha
terça-feira, 4 de junho de 2024
Deseje coisas novas e ame novamente.
"Mas de repente o vento volta a soprar. O som da tempestade de areia atinge os ramos mais altos. E então meu coração dispara. Isso significa que sinto falta de alguém que deixei para trás. O desejo de amar novamente faz meu coração disparar. Sonhe. E deseje. Ame profunda e longamente. Nós dormimos, descansamos e vivemos a alegria momentânea para que possamos nos recarregar e retornar ao mundo cheio de dores e ter novos sonhos. Deseje coisas novas e ame novamente, profunda e logamente. Mas, ainda amo você. Adorei cada momento. Terminamos. Fiquei grato. O fato de ter me deixado fez com que eu me amasse mais".
Trecho de um dos livros lidos no k-drama "Romance is a Bonus Book". Se é de um livro real, não sei. Só me lembrou dos inúmeros trechos que