Maré Ruim

"O tempo parou feito fotografia
amarelou tudo que não se movia
o tempo passou, claro que passaria
como passam as vontades que voltam no outro dia".
(Engenheiros do Hawaii)


Nos últimos meses só tenho tomado toco. É revoltante a quantidade de foras que já tomei ou de coisas erradas que me aconteceram. Passei a desejar, desde então, todos os dias, receber uma única e simples boa notícia, mas não, é só contrariedade. Chego a pensar que Deus tá meio que de mal de mim. Será que pedir desculpas, resolve? É que não sei o que fazer para agradá-lo, já entreguei minha vida, meu coração, já quis adorá-lo de verdade, mas nada deu certo.

Esse final de semana descobri que as únicas pessoas com as quais posso contar no mundo é a família - pai, mãe, irmãos. No meu caso, um único irmão. Esses nunca estão ocupados demais pra mim e sempre estão prontos a me estender a mão, caso seja necessário. Pelo menos é assim que eu vejo, não é possível que me decepcione com isso também. Mas pensar nisso me fez chegar a conclusão do quanto estou sozinha no mundo. E se essas únicas 3 pessoas forem embora da minha vida, o que será de mim? Não tenho marido, nem filhos, não tenho sequer um namorado-companheiro... ui! Ruim pensar isso...

Mas, o que posso fazer? Sigo a vida tentando me resignar ao que parece ruim. Corro atrás da felicidade e ela corre pra mais longe de mim. Engulo o nó na garganta pra não sufocar, quando não dá pra engolir, me tranco no quarto e no escuro choro tudo que não posso ter ou tudo que tomaram de mim, e espero essa maré ruim passar.

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