Não sei por quê, mas ultimamente tenho lembrado demais da minha infância, da minha cidade natal, das minhas origens. Uma saudade que, apesar de honita, dói. O caminho pra escola repleto de ipês amarelos dos dois lados, os jardins tão bem cuidados (que soube que nem existem mais), o rio, os gramados, as árvores. Uma espécie de paraíso, pelo menos na minha lembrança é, um lugar seguro onde eu estava protegida.
Chegando em casa hoje encontrei o jardineiro com uma mangueira molhando o jardim. Imediatamente fui transportada pra minha infância com banhos de mangueira em tarde de muito calor como as de hoje. Lembrei até do cheiro de grama molhada, do uniforme da escola molhado, grudando no corpo. Deu vontade de me jogar na frente daquele jato de água fresquinha e me molhar inteira, mas o medo da confirmação de loucura me deteve. Subi o elevador, entrei em casa, sentei na frente do ventilador e chorei, chorei, chorei.
Em que momento eu me perdi do meu futuro?
segunda-feira, 11 de novembro de 2019
quinta-feira, 17 de outubro de 2019
Ainda sobre a morte
Ontem recebi a triste notícia de que minha avó paterna faleceu. Na verdade, não recebemos a notícia, descobrimos por acaso.
Minha avó paterna não era a mãe biológica do meu pai, ela era mãe por adoção. Adoção à brasileira, mas adoção. Mas o que importa a nomenclatura? Ela era a única mãe que ele conhecia e reconhecia, ela era simplesmente sua MÃE. Ela não era minha "avó de criação" ou "avó por adoção", ela era puramente minha AVÓ.
Ninguém da família nos avisou do seu falecimento, mas sentimos mesmo assim. Eu e meu irmão, seus NETOS, não netos por adoção ou netos de criação, a amávamos. Meu pai a amava. Amor é amor, independente da nomenclatura, do sangue ou do que está no papel. A gente amava nossa avó.
Não, não fomos informados do seu falecimento, não sei por quê não nos avisaram, mas tb já nem quero mais saber. Vou guardar pra sempre a imagem dela na última vez que a vi, seus cabelos lisinhos e seu rosto já bem enrugado. Ela era meiga e carinhosa e apesar de não a ver com tanta frequência eu a amava.
Minha avó paterna não era a mãe biológica do meu pai, ela era mãe por adoção. Adoção à brasileira, mas adoção. Mas o que importa a nomenclatura? Ela era a única mãe que ele conhecia e reconhecia, ela era simplesmente sua MÃE. Ela não era minha "avó de criação" ou "avó por adoção", ela era puramente minha AVÓ.
Ninguém da família nos avisou do seu falecimento, mas sentimos mesmo assim. Eu e meu irmão, seus NETOS, não netos por adoção ou netos de criação, a amávamos. Meu pai a amava. Amor é amor, independente da nomenclatura, do sangue ou do que está no papel. A gente amava nossa avó.
Não, não fomos informados do seu falecimento, não sei por quê não nos avisaram, mas tb já nem quero mais saber. Vou guardar pra sempre a imagem dela na última vez que a vi, seus cabelos lisinhos e seu rosto já bem enrugado. Ela era meiga e carinhosa e apesar de não a ver com tanta frequência eu a amava.
Minha avó Menininha, descanse em paz. Junto com você vai o pouco que restava das minhas origens. Já não existe mais nada. Mas a vida é daqui pra frente. Guardo somente boas lembranças. Dona Odete, pra sempre nos nossos corações.
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