segunda-feira, 28 de abril de 2025

Tarde... demais?

Descobri tarde que não tinha vocação para. Que não sou de Exatas, que não tenho o perfil pra Engenharia. Apesar de todos os indícios, preferi não percebê-los. Tanto tempo vivendo no cinza e colorindo como podia. Nas canetas, pen drives, cadernos, canecas e unhas. Certa vez comentei com um amiga, também de Exatas, que lamentava não ter seguido logo com o que sabia que tinha mais afinidade, e ela me falou algo óbvio, mas que só então fez sentido: "na nossa época não tínhamos tantas opções". Nem sei se na minha época fazíamos teste de vocação. Descobri tarde que sou de Humanas. Mesmo gostando sempre de ler, escrever, gostando de filmes, histórias, roteiros, mesmo sendo imaginativa, criativa.  Na nossa época... comecei a faculdade aos 18 anos e concluí aos 23. Já trabalhando na minha área, levando vida de adulta grande e crescida, seguindo com afinco até 2016. Estudei muito, tanto que nem queria mais. Trabalhei muito, tanto que nem quis mais. Ficou insuportável. Ficou incompatível. Se me arrependo? Não, nem por um segundo. Não teria tudo que tenho hoje se não fosse a inexatidão da Engenharia. Se não fosse a carreira que segui, o esforço, os estudos, as escolhas e os caminhos. E nem estou falando sobre coisas materiais. Lamento só ter descoberto tarde. Tarde por quê hoje já não sei como re-começar, com essa grafia mesmo. Sinto-me velha, antiquada e enrugada e nem falei que "bombei" no ENEM que teimo ainda em chamar de vestibular. Talvez precise de um cursinho, mas como chamam essas aulas hoje em dia? 

(continua)


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