segunda-feira, 27 de abril de 2015

No glamour

Não, definitivamente não há glamour algum em ser gerente. Mas o mais doloroso é o momento em que é preciso demitir alguém. Apesar de extremamente racional, sou muito emotiva, e o coração corta em ter que colocar mais uma pessoa na fila do desemprego. Ainda mais com esse panorama que o Brasil está hoje, ainda mais na área em que trabalho há mais de 10 anos. Recessão? Crise? São essas as palavras? Delações premiadas, roubalheira, Lava Jato. Que lave tudo e leve embora essa má fase. Quero admitir e treinar bons colaboradores. Quero começar um projeto do começo e levar até o final com bons resultados. Apesar de emotiva e extremamente racional, sou uma visionária. Enxergo e sonho lá adiante. Sou a realista mais otimista que já se ouviu falar. Até agora, nesse pouco tempo de gerência, já demiti uns tantos, espero que em breve esse cenário mude. Espero ansiosamente. Mas, por enquanto, assine o Aviso Prévio onde está marcado o x, por favor. 

terça-feira, 14 de abril de 2015

E vai-se mais um grande poeta

"Existe gente de fogo sereno, que nem percebe o vento, e gente de fogo louco, que enche o ar de chispas. Alguns fogos, fogos bobos, não alumiam nem queimam; mas outros incendeiam a vida com tamanha vontade que é impossível olhar para eles sem pestanejar, e quem chegar perto pega fogo." 

(Eduardo Galeano, 1940-2015)

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Dia do Beijo


Ternura - Vinicius de Moraes


Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta, muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar

 [extático da aurora. Texto extraído da antologia "Vinicius de Moraes - Poesia completa e prosa", Editora Nova Aguilar - Rio de Janeiro, 1998, pág. 259.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Magia



"- Por favor, limpe a chaminé sobre a paixão e a vida - incitou Nietzsche. 
- Uma das minhas pacientes é uma parteira - prosseguiu Breuer. - Está velha, encarquilhada, sozinha. Sofre de problemas cardíacos. Mesmo assim, está apaixonada pela vida. Certa vez, perguntei-lhe a fonte da sua paixão. Respondeu-me, então, que era o momento entre erguer um recém-nascido silente e o dar-lhe a palmada da vida. Ela renovava-se, assim dizia, pela imersão naquele momento de mistério, aquele momento entre a existência e o esquecimento. 
- E consigo, Josef? O que se passa? 
- Sou como a tal parteira! Quero estar próximo do mistério. A minha paixão por Bertha não é natural; é sobrenatural, sei disso, mas preciso de magia. Não consigo viver a preto e branco. 
- Todos precisamos de paixão, Josef - interrompeu Niestzsche. - A paixão dionísica é vida. Mas a paixão tem que ser mágica e aviltante? Não haverá uma forma de dominar a paixão? Deixe-me falar de um monge budista que conheci o ano passado em Engadine. Vive uma vida frugal. Medita durante metade das suas horas de vigília e passa semanas sem trocar uma palavra com ninguém. A sua dieta é simples: uma única refeição por dia, aquilo que conseguir que lhe dêem, talvez uma maçã. Mas medita sobre a maçã até que esta prenhe de vermelhidão, de suculência e de vivacidade. Ao fim do dia, apaixonadamente, antecipa a sua refeição. A conclusão é, Josef: não precisamos de renunciar à paixão, mas temos que mudar as nossas condições para a paixão. Breuer concordou, com um movimento da cabeça."

Irvin S. Yalom, in: Quando Nietzsche

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Voar

"Isso não serve para nada... a resposta é voar, não chorar". — A Game of Thrones - A Song of Ice and Fire by George R R Martin.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Tão eu...

"Exagerada toda a vida: minhas paixões são ardentes; minhas dores de cotovelo, de querer morrer; louca do tipo desvairada; briguenta de tô de mal pra sempre; durmo treze horas seguidas; meus amigos são semi-irmãos; meus amores são sempre eternos e meus dramas, mexicanos." 

(Autor Desconhecido)

domingo, 5 de abril de 2015

O benefício da dúvida

“Vivi com vários mestres zen – todos eles gatos.” 
– Eckhart Tolle

- Ela fez com você o que você faz com todas as mulheres.
- Como assim?
- O tal benefício da dúvida: quando você faz uma coisa errada, o parceiro descobre e mesmo assim você consegue convencê-lo de que não fez. Mesmo com todas as evidências e provas e comprovações. 
- Mas ela não fez isso, se tivesse feito, eu não estaria mais com ela. Isso não tem perdão, eu não aceito. 
- É, as suas outras mulheres também falavam assim... até não conseguirem mais fechar os olhos. 

A vida é mesmo uma via de mão dupla. O que vai, volta. O que sobe, desce. Ação e reação. Aqui se faz, aqui se paga. Desta vez ele arrumou uma igual a ele, o par perfeito, o chumbo trocado. Esse é o que não dói. Dessa vez não tem nenhuma Alice que deva acordar. É apenas a Rainha Louca cortando cabeças e o seu valete. Ou ele seria o Gato Risonho? 

sábado, 4 de abril de 2015

”Se os animais falassem, o cachorro seria um cara falastrão; mas o gato teria a graça de nunca dizer uma palavra mais que o necessário.” 
– Mark Twain

sexta-feira, 3 de abril de 2015

"Um gato tem honestidade emocional absoluta: seres humanos, por uma ou outra razão, podem esconder os sentimentos, mas os gatos, não.” 
– Ernest Hemingway

quinta-feira, 2 de abril de 2015