Com essa foto não preciso dizer mais nada. Fátima Nascimento conseguiu captar o meu silêncio, coisa que em mim é tão rara. Olho e reolho, foto mais linda, pra dizer o quanto eu sou LIVRE!
"E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará".
quinta-feira, 29 de maio de 2014
domingo, 25 de maio de 2014
Os livros de John Green
Acabei A Culpa é das Estrelas praticamente desidratada. Comprei no mesmo dia o Cidades de Papel. Baixei todos pra ler no kindle. Viciei.
lelivros.us |
terça-feira, 20 de maio de 2014
Harmatia
Todos nessa história têm uma harmatia sólida como uma rocha: a dela, estar tão doente; a sua, estar tão bem. Se ela estivesse melhor ou o senhor, mais doente, então as estrelas não estariam tão terrivelmente cruzadas, mas é da natureza das estrelas se cruzar, e nunca Shakespeare esteve tão equivocado como quando fez Cássio declarar: "A culpa, meu caro Bruto, não é de nossas estrelas/ Mas de nós mesmos." Fácil falar quando se é um nobre romano (ou Shakespeare!), mas não há qualquer escassez de culpa em meio às nossas estrelas.
(John Green - A Culpa é das Estrelas, página 106)
segunda-feira, 19 de maio de 2014
Hazel
(...) o corpo desliga quando a dor fica insuportável demais, que a consciência é temporária e que tudo vai passar. Mas, como sempre, não desmaiei. Fui deixada na areia com as ondas batendo em mim, sem poder me afogar.
(John Green - A Culpa é das Estrelas, página 100)
domingo, 18 de maio de 2014
sábado, 17 de maio de 2014
Coisas não lidáveis
- Ela disse que não conseguiria lidar com isso - o Isaac falou. - Estou prestes a perder a visão e ela não consegue lidar com isso.
Eu fiquei pensando no verbo lidar, e em todas as coisas não lidáveis com que se tem de lidar.
- Sinto muito. - falei.
(...)
- Isso é inaceitável - ele me disse. - Isso é totalmente inaceitável.
- Bem, para ser honesta - falei -, quer dizer, ela não deve mesmo conseguir lidar com isso. Você também não, mas ela não precisa. E você, sim.
(John Green - A Culpa é das Estrelas, página 60)
sexta-feira, 16 de maio de 2014
Strike!
Eu e Maroca no pedal da tarde. 20 anos sem subir numa bike e num é que ninguém esquece como andar de bicicleta! O medo foi só fazer um strike na galera que tava correndo ou andando pelo parque. De resto, foi uma maravilha, pernas tremendo do esforço, mas não paro nunca mais.
terça-feira, 13 de maio de 2014
Gatinhos de rua
Esse é o último gatinho de rua que pego. Não vou mais fazer isso. Primeiro eu não tenho espaço adequado para cuidar deles, segundo não tenho dinheiro suficiente pra gastar com veterinário, remédio, castração, e depois entregar pra uma pessoa que não tenho certeza se vai cuidar direito. Eu cuido como cuidaria de um bebê. Dou comida, banho, limpo cocô, dou remédio, levo pra médico, compro brinquedo, tenho o maior amor. Os gatinhos chegam aqui em casa machucados, doentinhos, couro e osso e saem gordinho, sadio e com pêlo macio. Aí, aparece uma pessoa que o adota e devolve sem motivo nenhum ou então é alguém que vai deixar o bichinho ir pra rua e, mais cedo ou mais tarde, morrer atropelado ou envenenado.
Sábado fui entregar a Ratinha e vi que a adotante deixa o outro gato dela ir pra rua. O gatinho macho, que parecia ser da mesma idade da Ratinha, estava com a orelhinha toda machucada do cachorro, que também é dela, morder. Só não trouxe a Ratinha de volta porque não tenho como ficar com ela no apartamento até aparecer outra pessoa. Não tenho espaço adequado, não tenho onde colocar tantas caixas de areia, não há um lugar onde eles possam brincar tranquilos, não tenho ninguém aqui que possa me ajudar a cuidar deles.
Um dia quando eu tiver uma casa com um espaço maior onde eles possam ficar esperando adoção sem ir pra rua, sem correr perigo, quando eu tiver um emprego fixo sem ter que viver pensando em demissão e em como me virar nos meses de desemprego, aí eu volto a cuidar dos filhotinhos de rua. Enquanto isso, vou cuidar com muito carinho das minhas quatro filhotas e fechar os ouvidos pros miados dos outros bichinhos.
Triste.
segunda-feira, 12 de maio de 2014
A Ratinha
Tinha uma réstia de luz que vinha da janela. Ela deitou naquele risco de sol, brincou, rolou e depois parou observando a claridade. Enquanto isso eu a observava. Nem sabia ela que daqui a pouco eu ia ter que levá-la pra sua segunda adotante, torcendo que dessa vez ela fosse bem cuidada e não fosse devolvida. Queria poder ficar com você, minha Ratinha, mas só posso pedir a Deus para olhar pelas suas 7 vidinhas. Que você seja muito amada.
sábado, 10 de maio de 2014
Gnocchi nosso de cada mês
Dessa vez rolou Cecília Meireles, dólar, euro e cartão de crédito internacional ilimitado. rs! E que nossos pedidos sejam realizados. Já completamos 1 ano com esse nosso encontro mensal. Essas meninas são um presente especial, em particular, que a fotografia me deu. Em setembro vai rolar fotos especiais pra ela dos nossos poetas portugueses preferidos diretamente de Portugal. Pedidos feitos, missão dada que será cumprida. Feliz demais com esse ciclo de amizade.
sexta-feira, 9 de maio de 2014
quinta-feira, 8 de maio de 2014
. A arte de ser feliz .
Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde, e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.
Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças que vão para a escola.
Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.
Ás vezes, um galo canta. Às vezes, um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las
assim.
Cecília Meireles
quarta-feira, 7 de maio de 2014
Discurso
E aqui estou, cantando.
Um poeta é sempre irmão do vento e da água:
deixa seu ritmo por onde passa.
Venho de longe e vou para longe:
mas procurei pelo chão os sinais do meu caminho
e não vi nada, porque as ervas cresceram e as serpentes
andaram.
Também procurei no céu a indicação de uma trajetória,
mas houve sempre muitas nuvens.
E suicidaram-se os operários de Babel.
Pois aqui estou, cantando.
Se eu nem sei onde estou,
como posso esperar que algum ouvido me escute?
Ah! Se eu nem sei quem sou,
como posso esperar que venha alguém gostar de mim?
Um poeta é sempre irmão do vento e da água:
deixa seu ritmo por onde passa.
Venho de longe e vou para longe:
mas procurei pelo chão os sinais do meu caminho
e não vi nada, porque as ervas cresceram e as serpentes
andaram.
Também procurei no céu a indicação de uma trajetória,
mas houve sempre muitas nuvens.
E suicidaram-se os operários de Babel.
Pois aqui estou, cantando.
Se eu nem sei onde estou,
como posso esperar que algum ouvido me escute?
Ah! Se eu nem sei quem sou,
como posso esperar que venha alguém gostar de mim?
terça-feira, 6 de maio de 2014
Retrato
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
Em que espelho ficou perdida a minha face?
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
Em que espelho ficou perdida a minha face?
segunda-feira, 5 de maio de 2014
Epigrama n. 2
És precária e veloz, Felicidade.
Custas a vir e, quando vens, não te demoras.
Foste tu que ensinaste aos homens que havia tempo,
e, para te medir, se inventaram as horas.
Felicidade, és coisa estranha e dolorosa:
Fizeste para sempre a vida ficar triste:
Porque um dia se vê que as horas todas passam,
e um tempo despovoado e profundo, persiste
Custas a vir e, quando vens, não te demoras.
Foste tu que ensinaste aos homens que havia tempo,
e, para te medir, se inventaram as horas.
Felicidade, és coisa estranha e dolorosa:
Fizeste para sempre a vida ficar triste:
Porque um dia se vê que as horas todas passam,
e um tempo despovoado e profundo, persiste
domingo, 4 de maio de 2014
A Última Cantiga
Tu, que foste a minha paixão,
virás a mim, pelo meu gosto,
e de muito além do meu rosto
meus olhos te percorrerão.
(...)
(...)
Ainda que sendo tarde e em vão,
perguntarei por que motivo
tudo quanto eu quis de mais vivo
tinha por cima escrito: «N ã o».
E ondas seguidas de saudade,
sempre na tua direção,
caminharão, caminharão,
sem nenhuma finalidade.
sábado, 3 de maio de 2014
Pus o meu sonho num navio
Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
depois abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar.
Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre dos meus dedos
colore as areias desertas
O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho dentro de um navio...
Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.
Depois, tudo estará perfeito:
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.
e o navio em cima do mar;
depois abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar.
Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre dos meus dedos
colore as areias desertas
O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho dentro de um navio...
Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.
Depois, tudo estará perfeito:
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.
sexta-feira, 2 de maio de 2014
Canção
Nunca eu tivera querido
Dizer palavra tão louca
Bateu-me um vento na boca
E depois no teu ouvido
Levou somente a palavra
Deixou ficar o sentido
O sentido está guardado
No rosto com que te miro
Nesse perdido suspiro
Que te segue alucinado
No meu sorriso suspenso
Como um beijo malogrado
Nunca ninguém viu ninguém
Que o amor pusesse tão triste
Esta tristeza não viste
E eu sei que ela se vê bem
Só se aquele mesmo vento
Fechou teus olhos também
Dizer palavra tão louca
Bateu-me um vento na boca
E depois no teu ouvido
Levou somente a palavra
Deixou ficar o sentido
O sentido está guardado
No rosto com que te miro
Nesse perdido suspiro
Que te segue alucinado
No meu sorriso suspenso
Como um beijo malogrado
Nunca ninguém viu ninguém
Que o amor pusesse tão triste
Esta tristeza não viste
E eu sei que ela se vê bem
Só se aquele mesmo vento
Fechou teus olhos também
quinta-feira, 1 de maio de 2014
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