quarta-feira, 22 de dezembro de 2004

Eu (ontem) joguei tanta coisa fora
Eu vi o meu passado passar por mim
Cartas e fotografias, gente que foi embora
A casa fica bem melhor assim

O céu de Ícaro tem mais poesia que o de Galileu
E lendo os teus bilhetes eu penso no que fiz
Querendo ver o mais distante sem saber voar
Desprezando as asas que você me deu...


(Tendo a lua -Tetê Tillett, Herbert Vianna)

Estavam num cantinho da minha gaveta de blusas. Cartas e cartões. Dois musicais (ainda existe isso?), mesma música, mesmas palavras. Te amo, te amo. Cartas de dois que me magoaram, um que eu magoei. Quanto papel, tinta e palavras jogados fora. Levaram-me a um tempo passado onde o amor foi demais. Tsc, tsc!

Hoje as fotos no mural são de outra pessoa. Será que papéis, tintas e palavras serão novamente desperdiçadas? Até quando?

Então é Natal. Natal de Papai Noel, porque o menino Jesus eu não vi em decoração nenhuma. Vi um Papai Noel Coisinha de Jesus dançando todo duro na porta de um armarinho, mas um Jesus mesmo, aquele na manjedoura, eu não vi em lugar nenhum. Mas ele não nasceu mesmo no dia 25 de dezembro... só instituíram essa data pra acabar com a festa pagã desse dia. Normal.

Então é Natal. E eu odeio a Simone cantando essa música: "Hi-ro-shi-ma, Na-ga-sa-ki... " - eu odilho, mas a música não sai da cabeça. Mas é Natal, e a gente sempre fica pensando na vida, na morte da bezerra, nas besteiras que fez o ano todo.

E esse ano vai ser bom (tomara!).
Não vou pra PA porque ninguém merece passar 5 horas dentro de um ônibus que pára em toda roça, toda cancela, numa estrada esburacada... não mereço esse presente de natal, não mesmo. Mas vou pra casa do meu amado e depois pra casa da tia da minha amiga, filando a ceia da família dos outros. Vou estar com as minhas primas e vai ter troca de presentes. A mesma coisa de sempre... mas esse ano eu estarei acompanhada... hehehe!

Então, se eu não aparecer até sexta-feira, Feliz Natal pra todos. Hohoho!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2004

Meus amigos são inteiramente bobeira - Parte II


Preservarei a identidade deste meu amigo. Contarei o milagre, mas o santo ficará anônimo.

Bom, às vezes no trabalho a gente tem que fazer hora extra, quando isso acontece é preferível ficar por lá mesmo, almoçar, e se der, tirar um cochilo também.
Gostaria de dizer que a hora extra não é remunerada, porque "urêa seca" só ganha salário seco (entenda-se: "orelhas secas" - terceirizados que prestam serviço. Peão de trecho, batedor de estaca, Zé-ninguém).
Tá, vergonha eu tenho de dizer que estou incluída nessa classe, mas pelo menos eu sou um "urêa seca" de nível superior.
Mas a história não aconteceu comigo, aconteceu com uma colega minha, que na hora da sesta ("urêa" também é cosmopolita) forrou o chão da salinha à parte do desenhista com projetos velhos e pegou no sono. Babou em cima dos projetos e acordou assustada achando que o chefe já tinha chegado. Levantou-se rapidamente tirando as remelas do olho, limpou o rosto babado, ajeitou a roupa e sentou em frente ao computador da sua sala, mas esqueceu dos cabelos.
Não se passaram 5 minutos e o chefe adentra ao recinto, e ela lá com os cabelos assanhados, um lado meio levantado e mastigado, fios em total desalinho, fuá. Só notou ao se olhar no espelho do banheiro, então passou um pouco d'água, ajeitou com as mãos e pensou: "Será que ele notou?"

Já ontem descubro um grande buraco na lateral esquerda da blusa dessa mesma colega. A costura se desfez e eu, com total discrição, tentei avisá-la.
Ela, sem nem pensar muito pegou um marcador de texto verde e pintou a parte do seu corpo que estava exposta. "É que eu só vou poder trocar essa blusa quando voltar da faculdade de noite. Veja se agora não ficou parecendo uma segunda pele?" (a blusa era de um verde mais escuro). Falou naturalmente. E assim ficou, com a blusa descosturada e ainda saiu pra dar aula e resolver coisas no banco e no centro.

Mas não pára por aí.
Outro dia eu e ela saindo do trabalho e conversando sobre paisagismo. Ela falava e eu só ouvia: "É que vou fazer um jardim na minha casa, colocar grama esmeralda, palmeiras, mini-exórias, uns anões e sapos e blá-blá-blá..." - e seguimos olhando os jardins da empresa e da vizinhança.
Ao passar por uma esquina, notamos um jardim que tinha tudo pra ser bonito, mas estava seco e mal-tratado, tinha até uma meia velha suja pendurada em uma das plantas. Minha colega observando, comentou: "E esse? Diz ele que fez um jardim" - Pooomm! - ouvi em seguida um barulho estranho e suspeito, será que era o que eu estava pensando?
Virei rapidamente pra minha colega que completou: "Eitcha! Fiquei tão emocionada que peidei!" Falou assim, com a mesma seriedade com que comentava sobre paisagismo.
Rapaz, eu fiquei muito sem graça. Tentei manter a postura, a seriedade, mas uma risada calada foi se formando dentro do âmago do meu ser, foi me dando uma fraqueza nos braços, depois nas pernas e então parei de andar. Joguei minha agenda na calçada, sentei e ri, ri tanto que a barriga ficou musculosa. Senti dores nas costas do esforço risístico (sic) e só então a minha colega sentou e riu junto comigo incontrolavelmente.

Agora digo: a gente ganha pouco mas se diverte.

Pê Esse: Ei, colega, vou sentir sua falta quando o fim dos tempos chegar.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2004

Tenho que parabenizar...

Manu pelo seu aniversário no dia 06;
Nel, minha colega de trabalho, pelo aniversário no dia 07;
E Fabinho por ter passado no vestibular de Administração.

Êêêêêêêêê!!!!!
Felicidades aos três, muitos anos de vida pras duas e que meu amor ganhe muito dinheirinho pra poder pagar a faculdade.
Êêêêêêêêê!!!!!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2004

Não é a dor que quero entender (essa dói e pronto),
mas esse mistério de duas almas
que não se tocam no físico
e têm quase uma unidade na imortalidade.
Mas é isso que quero!
Você me ama?
Você quer construir uma vida comigo?
Tem desejo e sabor?
Eu sinto que você me quer, precisa de mim,
mas será que eu estarei
ao nível de suas expectativas?
Eu queria uma certeza,
quantas vezes vislumbrei o que seria o derradeiro
e nem início era.
Quantas vezes esperei contar
e só senti se afastarem e eu ficar no chão...
Eu quero a certeza do absoluto.
A afirmação positiva.
Não quero os sonhos dos loucos,
nem a vontade dos sem-alma.
Eu quero a certeza da vida.
A afirmação do amor.
Não apenas um amor carnal e dirigido,
mas do sentimento verdadeiro
que se entranha na alma
e que não existam mágoas, que não dissolva.
Quero ter a certeza premonitória
que posso mergulhar, que não encontrarei uma pedra.
Quero a certeza da luz
que não se machuca nos espinhos,
penetra as sombras, não se inibe no mar...
Ou a certeza ou nada!
Duas almas que constróem uma estrada juntos,
não sabem como esse trajeto será,
mas apenas têm uma certeza quase sobre-humana
que têm que construir juntas.
São vidas independentes, mas harmônicas.
São autônomas, mas responsáveis.
Consistentes no que sentem
e têm a certeza do que realmente sentem.
Não é um "eu acho", "pode ser", "quem sabe",
"vamos tentar", "se der certo"...
É a certeza que só o verdadeiro amor tem.
Que não tem fronteiras, nem modos,
um amor que não espreita, não sucumbe,
nem apenas existe para satisfazer
nossos pequenos egoísmos.


(Carlos Eduardo Bronzoni©)

sexta-feira, 3 de dezembro de 2004

Brincadeira de criança como é bom, como é bom!

O colega Art perguntou: O que é o Can Can?
E eu respondo: Can Can?


Can Can é um envolvente jogo de baralho que exige muita malícia e esperteza na hora de fazer os descartes. Quem descartar todas as suas cartas primeiro vence o jogo.
Idade: a partir de 10 anos .


Sim, é a partir dos 10 anos, e daí?

Por falar em brincadeira de criança...

Tinha uma amarelinha no meio do caminho. No meio do caminho tinha uma amarelinha. Eu vinha de mãos dadas com meu amado e não consegui resistir, o saudosismo foi maior. Soltei a mão dele e saí pulando: um pé na casa 1, na casa 2, dois pés na casa 3 e 4, um pé na casa 5, casa 6... CÉU! Compenetrada, séria. Marcas de nostalgia em meu rosto.
Na hora de virar e voltar, ainda pulando, vejo Fabinho vindo na minha direção... também pulando e rindo... um pé na casa 1, casa 2 ...
Agora diga se a gente não dá certo!

E pra terminar:

- Amoooor... fala uma coisa bonita pra mim...
- Hum... você é... meu pedaço de pão Jacó.*
- Amor, logo pão Jacó!!!
- Mas é com manteiga (me enchendo de beijos).


* pão Jacó = pão francês = pão de sal = cacetinho (como queiram!)

quarta-feira, 1 de dezembro de 2004


"Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade".
(Marcos Lara Resende)

Final de semana é uma onda, vão pra minha casa e fazem a maior festa. Tá certo que deixam uma pilha de pratos sujos no domingo de noite pra que eu lave, mas pra minha sorte, sempre tenho meu fiel escudeiro ao meu lado pra me ajudar.

Primeira cena: Eu e Ellen almoçando. Abro o frasquinho de pimenta feita em casa e pingos voam por toda a mesa, atingindo um dos olhos de Ellen. Essa passa a coçar o olho calmamente e reclamando baixinho: "Vixe, meu olho ta ardendo... por que será?"
Demora alguns minutos pra que a minha unidade caia: "Eita, Ellen... (com toda paz)... será que foi a pimenta?"
Ellen se levanta: "Ai, meu Deus! Ai, meu Deus! Vou ficar cega!". Começa a pular no meio da cozinha, correndo em direção a lavanderia, dessa vez esfregando violentamente a mão no olho. Faz um escândalo, chama a atenção da vizinhança, passa meia hora com a cara debaixo da torneira lavando o olho vermelho fogo e depois senta no banco e se acaba de rir.

Segunda cena: Eu e Ellen assistindo o terceiro filme consecutivo. Madrugada. Eu com a cabeça apoiada na mão. Câimbra. Minha mão toda torta."Ellinha, Ellinha... socorro... ói a minha mão como tá". Ellen olha e grita, batendo na minha mão desesperadamente: "Sai, Sai! Ai que medo!

Terceira cena: Eu e Ellen conversando seriamente. Ela começa a fazer uma careta. Careta progressiva, até que pára e fica três minutos com a mesma careta olhando pra mim. Parada. Estática. Mêda. Parecia possessa. Depois do meu desespero, ri pra se acabar mangando da minha cara.

Quarta Cena: Eu, Kedma e Jamille jogando Can-can na madrugada do sábado. Das três a única sóbria era eu, apesar de bêbada de sono. Depois de 20 jogadas, Jamille, descabelada, toda torta sentada no chão, com as mãos cheias de cartas, pergunta:"Qual é mesmo a regra do jogo?"
Depois de ter bebido uma garrafa de vinho, bebe duas de água. A gente começa a tirar onda dizendo que o jogo só acaba quando a "bebinha" ganhar uma vez, e essa ao jogar uma carta azul repete:"Vou jogar a cor maaaais liiiinda do mundo. 70% do planeta tem essa cor". Ao jogar uma carta verde, diz:"A cooooor das matas" , fazendo um movimento semi-circular com a mão direita. E isso se repetiu pra cada carta azul e cada carta verde que ela jogasse a madrugada inteira.

Na verdade, meus amigos são inteiramente bobeira.