Meus amigos são inteiramente bobeira - Parte II


Preservarei a identidade deste meu amigo. Contarei o milagre, mas o santo ficará anônimo.

Bom, às vezes no trabalho a gente tem que fazer hora extra, quando isso acontece é preferível ficar por lá mesmo, almoçar, e se der, tirar um cochilo também.
Gostaria de dizer que a hora extra não é remunerada, porque "urêa seca" só ganha salário seco (entenda-se: "orelhas secas" - terceirizados que prestam serviço. Peão de trecho, batedor de estaca, Zé-ninguém).
Tá, vergonha eu tenho de dizer que estou incluída nessa classe, mas pelo menos eu sou um "urêa seca" de nível superior.
Mas a história não aconteceu comigo, aconteceu com uma colega minha, que na hora da sesta ("urêa" também é cosmopolita) forrou o chão da salinha à parte do desenhista com projetos velhos e pegou no sono. Babou em cima dos projetos e acordou assustada achando que o chefe já tinha chegado. Levantou-se rapidamente tirando as remelas do olho, limpou o rosto babado, ajeitou a roupa e sentou em frente ao computador da sua sala, mas esqueceu dos cabelos.
Não se passaram 5 minutos e o chefe adentra ao recinto, e ela lá com os cabelos assanhados, um lado meio levantado e mastigado, fios em total desalinho, fuá. Só notou ao se olhar no espelho do banheiro, então passou um pouco d'água, ajeitou com as mãos e pensou: "Será que ele notou?"

Já ontem descubro um grande buraco na lateral esquerda da blusa dessa mesma colega. A costura se desfez e eu, com total discrição, tentei avisá-la.
Ela, sem nem pensar muito pegou um marcador de texto verde e pintou a parte do seu corpo que estava exposta. "É que eu só vou poder trocar essa blusa quando voltar da faculdade de noite. Veja se agora não ficou parecendo uma segunda pele?" (a blusa era de um verde mais escuro). Falou naturalmente. E assim ficou, com a blusa descosturada e ainda saiu pra dar aula e resolver coisas no banco e no centro.

Mas não pára por aí.
Outro dia eu e ela saindo do trabalho e conversando sobre paisagismo. Ela falava e eu só ouvia: "É que vou fazer um jardim na minha casa, colocar grama esmeralda, palmeiras, mini-exórias, uns anões e sapos e blá-blá-blá..." - e seguimos olhando os jardins da empresa e da vizinhança.
Ao passar por uma esquina, notamos um jardim que tinha tudo pra ser bonito, mas estava seco e mal-tratado, tinha até uma meia velha suja pendurada em uma das plantas. Minha colega observando, comentou: "E esse? Diz ele que fez um jardim" - Pooomm! - ouvi em seguida um barulho estranho e suspeito, será que era o que eu estava pensando?
Virei rapidamente pra minha colega que completou: "Eitcha! Fiquei tão emocionada que peidei!" Falou assim, com a mesma seriedade com que comentava sobre paisagismo.
Rapaz, eu fiquei muito sem graça. Tentei manter a postura, a seriedade, mas uma risada calada foi se formando dentro do âmago do meu ser, foi me dando uma fraqueza nos braços, depois nas pernas e então parei de andar. Joguei minha agenda na calçada, sentei e ri, ri tanto que a barriga ficou musculosa. Senti dores nas costas do esforço risístico (sic) e só então a minha colega sentou e riu junto comigo incontrolavelmente.

Agora digo: a gente ganha pouco mas se diverte.

Pê Esse: Ei, colega, vou sentir sua falta quando o fim dos tempos chegar.

Comentários

  1. Eita, me acabei de rir vendo esses posts mais antigos. Poommmm kkkkkkkkkk

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  2. Kkkkkkkkkkk!!! Tô relendo e morrendo de rir, lembrando. Eita, deu até saudade da época do DESO. Era bom demais!

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