" (...) cumpriu sua sentença e encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca de nosso estranho destino sobre a terra, aquela fato sem explicação que iguala tudo que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo que é vivo, morre (...)"
Ariano Suassuna - O Auto da Compadecida.


Acordei pra ir direto ao enterro de uma tia de Fábio, uma senhora de sessenta anos que morreu da noite pra o dia.
Em dois anos, desde que comecei a namorar Fábio, esse é o terceiro velório que vou com ele. Coisa triste.
Depois da sexta-feira de opressão em que meu chefe teima em me tratar com uma débil mental, um sábado que só foi divertido à noite, e um domingo estranhíssimo, estou agora me sentindo justamente do jeito que sempre odeio me sentir.

Dia frio, escuro e chuvoso.
Aquela chuvinha fina que não pára de cair.
Uma tristeza aqui dentro.
A indecisão e a incerteza de sempre.
A opressão de agora.
De repente as coisas ficaram sem graça novamente.
Tento sorrir, mas é em vão.
Parece que na vida estou sempre buscando fugir da depressão,
mas ela está sempre dentro de mim,
meio escondidinha entre um sorriso fugidio e alegrias voláteis.
E a saudade de tudo que ainda não vi e nem consegui,
e talvez nunca consiga.

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