Ser feliz no amor

..."me nego a viver em um mundo ordinário, como uma mulher ordinária, a estabelecer relações ordinárias. Necessito o êxtase. Não me adaptarei ao mundo, me adapto a mim mesma".
(Anaïs Nin)


Abaixo texto de Danuza Leão na revista Cláudia do mês de maio/2007. Muito interessante.




A paixão existe, para o bem e para o mal, e quando acontece é difícil evitar. O trágico é quando se confunde uma paixão com um dos 300 entusiasmos que se têm numa vida. Eu disse 300? Digamos 500, para as mais arrebatadas. E por que as mais e não os mais? Porque as mulheres se apaixonam muito mais do que os homens. Quantas histórias eu ouvi contar a respeito de amores mal resolvidos, traições, sofrimentos - todas escritas por mulheres. A maioria delas se queixando do homem, que não correspondeu com a mesma intensidade ou aprontou. Se esquecem de que a paixão não é um sentimento unilateral e só existe quando vivida a dois. Voltando: por que as mulheres se apaixonam tanto? Um olhar mais demorado, um telefonema na hora certa, um aperto no braço, e lá estão elas, desvairadas, prontas para qualquer loucura - quando eles permitem, é claro. Homens odeiam responsabilidades e, quando são pressionados, costumam se sair com a frase clássica: "Mas eu nunca te prometi nada". Prometeu, sim, só não disse as palavras - porque o amigo advogado avisou. Antes de conseguirem o que mais querem - e todo mundo sabe o quê -, eles fazem de tudo (e as mulheres sabem desde os 3 anos de idade que quanto mais tempo demorarem para entrar no motel maiores são as chances de que a coisa dure). Eles dizem, olho no olho, que nunca sentiram nada de parecido por mulher alguma, e elas - nós, aliás - acreditam em tudo. Mesmo assim, costumamos pedir que jurem, o que eles fazem com a maior facilidade, e aí vamos aos píncaros da felicidade. Como, em momentos de tal gravidade, alguém seria capaz de mentir? Se um homem quiser ter uma escrava a seus pés, basta que no dia seguinte à primeira transa mande flores dizendo, por escrito, tudo que ela gostaria de ouvir, que é apenas o de sempre. Só que ultimamente os homens têm verdadeiro pavor de ter uma mulher a seus pés, e o que costuma acontecer é desaparecerem no famoso dia seguinte para que não se caracterize nenhum vínculo. É dura a vida. Por mais que os tempos tenham mudado, o objetivo supremo da maioria das mulheres é ser feliz no amor. Por mais bem-sucedidas que sejam na carreira, por maiores que sejam suas glórias pessoais, se for preciso escolher entre um príncipe encantado e o resto do mundo, elas hesitam. A culpa é dos filmes e romances que, durante séculos, terminaram com a frase "e foram felizes para sempre". Tudo bem que a mulher mudou, mas ter uma carreira passou a ser importante sobretudo porque precisa se sustentar. Nunca se ouviu falar de alguma que, apaixonada, tenha dispensado o namorado para ir almoçar com uma amiga no shopping. Já eles fazem isso o tempo todo - ou você já ouviu falar de um homem normal que tenha deixado de ir ao futebol porque está apaixonado? O coração dos homens bate diferente do das mulheres, é ilusão pensar que isso vai mudar. As mulheres lutaram para se emancipar e conquistar seus direitos, mas continuam sonhando com o amor; os homens já nasceram emancipados, com todos os direitos, e não querem ouvir falar de amor.
E assim fica difícil.

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