Meros devaneios tolos


Bem certo que deleto pessoas... o problema é que ainda não aprendi a esvaziar a lixeira. Alguém aí pode me ensinar?


Meros devaneios tolos - Parte II

Sentada na cama apenas o via dando o seu sermão. Via, mas não conseguia ouvir. Ele, sentado no sofá... um metro e setenta e oito de sol em plena noite. Ele, que tanto falava fazendo com que eu o admirasse mais, apesar de estar detestando as palavras que ele dizia, incansavelmente, querendo me fazer entender o que eu já tinha entendido. Mas eu não ouvia. Apenas via aquela boca que há alguns minutos tinha acabado de beijar proferir palavras que na verdade eram repreensões. Senti-me envergonhada do papel que desempenhara até então. Fingia que não gostava. Fingia que não estava interessada. Fingia que era só amiga, quando na verdade queria tudo e muito mais. Queria ser a amada, a amante, a namorada. Queria mesmo sabendo que nunca teria, por isso fingia. Agora eu estava ali, tendo-o tão perto. Na minha frente. Falando as únicas coisas que eu não queria ouvir. Simplesmente porque eu tinha fingido demais.

---
Eu deixei um recado no pára-brisa do carro dele. Depois ri de mim mesma, me achei ridícula, tipo aquelas menininhas de colégio. Acho que ele nem viu o bilhete. Ou viu e fez de conta que não. Não comentou nada depois. Na certa também achou ridículo. Indigno de comentários. Não sei porque fico procurando. Às vezes esqueço da minha situação. Esqueço que com ele sou apenas pra "de vez em quando", e que agora é a hora que sumimos um do outro de novo, mais uma vez, num grande círculo vicioso, até ele me ligar com sua voz grave dizendo: "Quer me ver?", e eu, claro, depois de relutar um pouco, sempre dizer "sim". De vez em quando. Talvez por muitos anos a mais. Ou não.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

MINHA ROSA É ÚNICA NO MUNDO

Eu sou do Trecho

O Buraco do Seu Priquito