Minha vida está dando uma reviravolta tremenda. Tenho tanta coisa pra falar, mas agora a fumaça das fogueiras não me deixa raciocinar.

Passei a semana na poeira do canteiro escondido numa estradinha de terra. Perdidas entre pilhas de pastas a serem arrumadas, sem internet, sem produzir nada de útil. Algumas horas sem energia, outras sem água, acordando mais cedo do que de costume, comendo sempre fora de casa.

Saí da minha cama-box-king-size-nela-eu-podia-me-revirar-à-vontade pra uma caminha-de-solteiro-com-um-colchão-de-madeira-bem-mais-estreito. Um lugar frio à noite, uma casa grande, pessoas estranhas. Continuo achando muito ruim crescer.

Mas os momentos bons permanecem, talvez fictícios, inventados, sonhados, como correr de mão dadas numa madrugada até a linha de trem, só pra ouvi-lo dizer, longe do barulho: "Estou apaixonado por você. Muito apaixonado. Você é linda. Muito linda. Queria ter você definitivamente na minha vida".

E o que vai ser de mim, meu Deus?

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