terça-feira, 26 de outubro de 2004


Ir ou não ir, eis a questão.
Da última eu perdi, chorei e sofri, seria diferente agora?
Eu que nunca sei lhe dizer não, também nunca aprendi a dar uma segunda chance.
Nem a mim.
Nem a ninguém.

O CHAMADO
(Marina Lima/Giovanni Bizzoto)

Vou seguir o chamado
E onde vai dar, e onde vai dar
Não sei
Arriscar ser derrotado
Por mentiras que vão, mentiras que vêm

Punir um coração cansado de sofrer
E de amar até o fim...
Acho que vou desistir
Céu abriga o recado pra eu me guardar,
mudanças estão por vir
Esperar ser proclamado o grande final,
o grande final feliz
Que tal aquele brinde que faltou?
Será que teria sido assim...
Acho que vou resistir

domingo, 24 de outubro de 2004




"Ele me deu rosas no nosso primeiro mês de namoro. Pensei que elas durariam pra sempre, mas murcharam no dia seguinte".

sexta-feira, 22 de outubro de 2004




"Às vezes eu tento enganar a consciência e faço pose de menina independente, mas não adianta. Ela vai pesar".

quinta-feira, 21 de outubro de 2004

Babalu, game over!

Dia 07 desse mês meu blog completou um ano. Não fiz festa porque criança de 1 ano sempre chora nessas festinhas e depois nem se lembra de nada apesar de você ter gasto os tubos com a decoração.
Enfim, não fiz festa porque estava deprê, mas saí pra comemorar no dia seguinte. Tá, eu não saí pra comemorar o aniversário do blog, mas faz de conta que foi.
Saí com minha amiga Jamille porque precisava respirar novos ares e ver caras diferentes, então fui pra uma festinha na casa das minhas primas.

Festa estranha com gente esquisita... amigos da minha prima Íris. Eu não conhecia quase ninguém, mas e daí? Como sou boba alegre, depois de uns instantes já estava descalça sentada no tapete conversando com um cara super sério que mal abria a boca pra responder nada. E eu enchendo ele de perguntas!
O amigo dele parece que gostou de mim porque ficou me chamando o tempo todo de "Erika com K" e toda hora me perguntava alguma coisa, atrapalhando o meu interrogatório ao cabeludo calado que descobri ser Phd em Física e que tinha voltado recentemente da Europa onde morou 7 anos (ele respondeu isso depois de uma leve sessão de tortura).
O outro, o amigo dele que parece que gostou de mim, era advogado e fazia mestrado na Bahia. Pô, pensei: e eu aqui dando uma de boba alegre pra uns caras super cabeças.
Thuuudo bem!

3 horas da manhã, eu morrendo de sono, minha amiga já tinha tomado banho de vinho e Kedma estava com uma touca de meia na cabeça e agarrada ao travesseiro dizendo que queria dormir, mesmo assim aceitou mais uma taça de vinho porque os amigos de Iris insistiram. Taça? Não... ela pegou um copo de bichinhos com asinhas dos guris e ficou toda concha bebendo no sofá.
Outra simulou um strip-tease (sem tirar a roupa) e conseguiram colocar um passe escolar na lateral da calcinha dela. Que decadência! Um passe escolar! Nem vale transporte era. Enfim, 3 horas da manhã, imagine o nível etílico da galera.

O cara advogado que parece que gostou de mim, como morava perto da minha casa, disse que nos levaria. E lá fomos: Eu, minha amiga, o cabeludo Phd em Física e o cara advogado.
Thuuuudo bem!

Caminho longo, distância, conversa alto nível. Alto nível??? Só se foi. De repente, não mais que de repente, o álcool subiu pra cabeça e os dois começaram a trocar códigos que nem eu nem minha amiga entendia, mas a gente ria mesmo assim.
"Babaluuuuuuuu!!!!" - começaram.
"Babaluuuuuuuu!!!!!" - repetiram.
"Babaluuuuuuuu!!!!!" - mais uma vez.
De repente variaram: "Big Bem, Babalu! Babaluuuuuu, Big Bem!"
E assim foram repetindo até um dos dois dizer: "Babalu, game over!" - e o outro responder: "Game over, Babalu!" Tudo isso permeado por risadinhas hihihi-hihihi. O que cachaça não faz!

No início estava engraçado, mas como não entendíamos nada, fomos murchando o sorriso. Quando chegamos ao nosso destino nos despedimos dizendo: "Tchau, Babalus!" Não era onda, é que não lembrávamos os nomes deles.

Na sexta seguinte, Babulu cabeludo ligou pra minha amiga chamando a gente pra sair. Assim que ela atendeu e ele se indentificou, ela olhou pra mim, me deu um toque e a gente gritou: "Babaluuuuu, game over!".
Dessa vez foi ele que riu sem graça

quarta-feira, 20 de outubro de 2004

Ontem

(CPM 22)

Ontem eu percebi...
Ontem o que eu fiz?
Não sei por quê
Mas nada mudou
Nada mudou

Foi melhor assim

Eu só queria voltar no tempo
Pra corrigir todos meus erros

Só queria estar bem perto de mim mesmo
Eu só queria te dizer onde estive aqueles dias
Só queria te dizer mas não podia
Por quê?

terça-feira, 19 de outubro de 2004

A quem interessar possa, estou bem, obrigada.

Fora saber que meu contrato de trabalho não será renovado, e que eu não sei como é ficar desempregada, e que sou uma consumista e gasto todo o meu dinheiro, e que forças do universo querem me afastar do meu amado, e que eu não sei o que eu vou fazer da minha vida... está tudo bem.
A TPM foi embora, graças, o sol brilha radiante, os passarinhos cantam, o amor é praticamente um engenheiro, só edifica e constrói, e a vida é bela. Aleluia!

Agradeço a atenção e as palavras de carinho de todos. Vocês são lindos.

sexta-feira, 15 de outubro de 2004

Momento deprê profunda



Momento deprê profunda.

"Como preencher as lacunas da alma?
Hoje tenho febre por causa desse vazio que me corrói. Um vazio que nada preenche, um vazio que talvez eu tenha buscado quando deixei pra trás as pessoas que amava. Tentei buscar inutilmente esse mesmo amor em outras pessoas. Em minha angústia fui pisada e fendas maiores foram abertas, como um grão de areia numa estrada asfaltada. Tão pequeno e causador de tantos danos.
Quase 10 anos e desde então desconheço o que é a paz, desconheço a felicidade eterna. Fui rejeitada, abandonada, desprezada, ignorada, injustiçada, hoje guardo as seqüelas. Já nem sonho mais, por isso nem durmo. Não tenho mais ilusões. Não acredito no amor. Quisera eu poder dormir e nunca mais acordar.
Sou uma mentira, minha vida é uma mentira. Pose altiva, independência, quase uma arrogância, tudo isso pra que ninguém perceba as lacunas, pra que ninguém perceba a fome e a sede que sinto de algo que não sei o que é, nem sei onde buscar. Só há escuridão. Só".

"Não me enveje, trabalhe"
(frase encontrada no pára-brisa traseiro de um carro)

Juro que eu tentei "envejar", me esforcei muito, mas resolvi continuar meu percurso até o trabalho lembrando do 10º mandamento: "Não cobiçarás a burrice do próximo".

quinta-feira, 14 de outubro de 2004

Previsão do tempo



"Me sinto tão só
E dizem que a solidão até que me cai bem.
Às vezes faço planos,
Às vezes quero ir
Para algum país distante e
Voltar a ser feliz.
"


(Maurício - Legião Urbana)

Previsão do tempo.

Ontem choveu torrencialmente na minha vida.
Hoje o dia amanheceu com um sol fraquinho e um arco-iris meio tímido.
Espero que as nuvens escuras se tornem esparsas e não haja tanta nebulosidade amanhã.
Pancadas de chuvas? Longe de mim. Assim espero.

quarta-feira, 13 de outubro de 2004



Eme

Tomara que passe logo porque já não me suporto mais. Ninguém me suporta.
Sexta-feira, na margem do rio de pedra eu sentei e chorei. Choreeeeeei sem saber por quê. Aí fiquei acomodando um monte de nóias na minha cabeça e enchi tanto a paciência do meu namorado, tadinho, sem ter culpa alguma.
Quando cansei de chorar resolvi sair com amigas. Passou... mais ou menos.
Sábado eu tava toda sem graça. Mas nada de choro.
Domingo fui pra uma festa e lá me senti uma estranha no ninho. Quando cheguei em casa choreeeeeeeei até dormir. Também não sei por quê.
E segunda... choreeeeeeei até não agüentar. A tarde toda.
Ontem eu acordei assim, ainda achando que não tinha chorado todas as lágrimas e resolvi sair pra não sofrer mais. Agora tô aqui, toda queimada do sol, lábios ardendo, rosto em brasa... e uma vontade enorme de chorar.
Li em algum lugar que a TPM acontece entre o 18º e o 25º dia do ciclo. Tenho certeza que minha TPM acontece durante todos esses dias.
E me tratem bem, por que se alguém me chamar de feia eu vou abrir o berreiro de novo.
Misericórdia!

sábado, 9 de outubro de 2004

Ela me perguntou se eu o amava mesmo.

Parei pra pensar, e incrível, descobri que não sei exatamente o que é amor.
Estou falando de amor de homem pra mulher e vice-versa. Cheguei a conclusão que amor de verdade só existe de mãe pra filho, porque o inverso também é duvidoso.
Mãe ama o filho porque é um pedaço dela, nasceu com dor e lágrimas, com muito sofrimento. Então é isso, amor está intimamente relacionado com dor. Amar dóóóói. Ui, como dói!

Acabei de ler "O amor nos tempos do Cólera" de Gabriel Garcia Marquez. Amei o livro que fala de amor, sim, amor como é na realidade, sem ilusões, talvez, em que se ama alguém porque esse alguém é bonito, tem um ótima profissão, um bom emprego, um bom carro, bons relacionamentos, boa imagem pública e outros tantos atributos.
E é assim mesmo. Pelo menos é o que vejo minhas amigas falando sempre que sabem que outra arranjou um namoradinho direito. Elas logo perguntam: "O cara tem carro?" - se a resposta for sim, logo querem saber o ano e o modelo. Se a resposta for não ou o modelo não for dos mais caros ou o carro for velho, então o cara é logo despachado para lista dos que não servem pra ser namorado de ninguém.
É, namorar hoje em dia tá muito mais difícil do que no tempo em que Carlos Drummond de Andrade escreveu aquela poesia.
O pré-requisito é ter "caráter" (faça movimentos circulares com a mãos fechadas com se estivesse manobrando um volante) e "personalidade" (faça um sinal característico de dinheiro com o dedo indicador e polegar).

Eu sempre quis ser a diferente... Meu primeiro grande amor foi alguém que só tinha estudado o ensino fundamental, tinha um subemprego e morava num dos bairros mais pobres da cidade. Alguém que já tinha sido casado e sustentava dois filhos.
Nossa! Nessa época o amor pra mim era romantizado, eu achava que tudo podia ser superado, que venceríamos qualquer coisa, bastava um amar de verdade o outro. Como eu tinha mais condições, fiz tudo por ele, os maiores sacrifícios, passei por cima de todo mundo da minha família, desafiei os amigos que tinham coragem pra me falar a verdade, briguei com Deus e o mundo. Ele chorava de amor, fazia mil declarações, até que um dia me falou, assim do nada, num rompante de sinceridade: "Não gosto mais de você, e estou indo embora porque essa é a única maneira de você me esquecer".
Uia! Pra onde foi todo o amor?

Aí eu mudei. Disse pra mim e pra quem mais queria ouvir que só ficaria com alguém que fosse do meu nível de escolaridade, nível social, econômico, político, religioso... o que fosse. Tinha que gostar das mesmas coisas que eu. Idealizei alguém que supunha não existir... e não é que encontrei? Alguém que procurava a mesma coisa que eu, que tinha os mesmos gostos, só que um simples detalhe atrapalhou tudo - eu gostava dele - ele não gostava de mim. Detalhe... simples detalhe.

Outra vez ouvi de um rapaz que gostou de mim, mas de quem não consegui gostar: "Eu demorei tanto tempo pra encontrar a mulher dos meus sonhos, e agora que encontrei... perdi". Doeu ouvir isso. Mas tinha que ser como foi. Mas por quê?

Agora eu gosto de alguém que suponho gostar de mim. Uma pessoa maravilhosa, um rapaz bonito, bom filho, trabalhador, de caráter e personalidade. Só que o carro dele é velho, bem velho, então minhas amigas acham que ele não serve pra mim.
Foi sobre ele que me perguntaram se eu o amava.

No livro que citei antes, Fermina Daza se apaixona por Florentino Ariza que era feio e pobre, mas casa com Juvenal Urbino que era bonito e rico. Vivem 50 anos de amor meio conturbado, até descobrir, depois da morte do marido e pondo um fim à espera constante de Florentino Ariza, que ela amava realmente esse outro.
Demorou muito tempo pra descobrir, e eu continuo teimosa ainda acreditando no amor dos livros de romance, que tudo suporta, tudo crê, tudo espera.

Falei e Disse.

quarta-feira, 6 de outubro de 2004

"Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isso não tem importância. O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado."

(Shakespeare, Sonhos de Uma Noite de Verão)

terça-feira, 5 de outubro de 2004

Sabe quando você deseja ardentemente que o tempo volte atrás pra você fazer tudo diferente, e de repente o tempo não volta, mas a situação se repete e você descobre que vai fazer tudo igual?
Tá acontecendo algo assim comigo...
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Outro dia, eu e mainha assistindo televisão. Estava no intervalo e passava um pedaço de um clipe musical em que o rapaz negro e magro, tocando um violão, lentamente cantava:
"Se eu fosse algum rei, fosse o teu Senhor..."
Eu pergunto: Quem é esse, mainha?
Ela responde: Pela letra da música deve ser algum crente.
Mal ela calou a boca e o teor da letra mudou:
"Eu proclamava a tua boca, um reinado meu
O teu corpo nu, meu santuário... "

Mainha: Oxe! Que crente é esse?
Eu: Mainha! Não é música de crente não... é um tal de Max Viana, filho de Djavan, eu acho... Kkkkkkk!

Pra você ver hoje em dia a gente não consegue diferenciar o que é dito "santo" do profano. Tá mesmo uma bagunça.

Mas a música é até mais ou menos. Eis a letra.

Canções de Rei
(Max Viana)

Se eu fosse algum rei, fosse o teu Senhor
Eu proclamava a tua boca, um reinado meu
O teu corpo nu, meu santuário...

Se eu fosse algum rei, teu Imperador
Eu ordenava, teu coração a gostar do meu
Cada dia teu, meu calendário...

Inventava canções de rei,
Conquistava o teu amor,
Desobedeceria a lei,
Revelava quem eu sou
Te mostrava que só eu sei,
Onde tudo começou
Inventando canções de rei
Pra enfeitar o nosso amor...