sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Meros devaneios tolos

Triste é ter sono e não conseguir dormir. Nunca pensei que fosse sofrer de insônia, nunca tive problema pra dormir, "arrumei" isso quando cheguei aqui. Ê, ê, aí, hein?
Por isso escrevo posts longos que parece que ninguém lê. Tenho recebido pouquíssimos comentários, porém, valiosos. E vai mais um post longo de uma das minhas séries.

Meros devaneios tolos - Parte III


[Escrito em 3.12.05 12:30 AM]

É estranha a efemeridade dos momentos e situações. Parece que foi ontem que recebi uma ligação no meio do expediente de alguém bem longe de mim que voltava da praia com sua prancha e dizia: "Vi esse mar lindo azul e lembrei de você!"
Às vezes penso que o gostar é uma grande mentira. Todos fingem que amam e que querem ser amados, quando na verdade é apenas ilusão, uma confusão de reações químicas e joguetes da imaginação. Analisando friamente: Por que ele lembrou de mim quando viu o mar azul? Não tenho olhos azuis. Nunca estive com ele em frente de mar nenhum. A única coisa que existia era papo, conversas intermináveis, palavras apenas. Agora, se por algum motivo ele lembrou de mim... pra quê me dizer? Eu não estava pedindo pra saber. Meses depois não estava eu perto dele, perto desse mar? E nem por isso pensou em mim... sequer olhou direito pra mim. São essas coisas que não consigo entender...

"Falas de amor, e eu ouço tudo e calo
O amor na Humanidade é uma mentira.
E é por isto que na minha lira
De amores fúteis poucas vezes falo.

O amor! Quando virei por fim a amá-lo?!
Quando, se o amor que a Humanidade inspira
É o amor do sibarita e da hetaíra,
De Messalina e de Sardanapalo?

Pois é mister que, para o amor sagrado,
O mundo fique imaterializado
— Alavanca desviada do seu fulcro —

E haja só amizade verdadeira
Duma caveira para outra caveira,
Do meu sepulcro para o teu sepulcro"?!

(Idealismo - Augusto dos Anjos)
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Depois de tentar ver o pôr-do-sol e só conseguir chegar quando ele já se escondia no mar, nos sentamos num banco em frente ao farol. Enquanto ele cantava pra mim uma música que falava de despedida (acho que só pra me irritar), um grupo de pessoas se posicionou bem na nossa frente pra tirar uma foto do melhor ângulo do Farol da Barra. O fotógrafo dava as diretrizes para uma senhora e duas crianças, e então percebemos que também saíriamos na foto e saíriamos bem! Ele, como sempre divertido, encostado em mim, a minha frente, se ajeita no banco fazendo uma pose, põe um sorriso nos lábios e sem retirá-lo diz: "Bb, a gente vai sair na foto! Sorria pra foto, Bb, sorria pra foto"!!! Olhei pra ele e vi ainda o sorriso estático, típico dos que estão sendo fotografados, e pus no rosto o mesmo sorriso olhando fixamente para a câmera alheia.
O retratista notando nossa atitude, nos olha, baixa a câmera e fala para a senhora: "Aqui não dá, vamos mais pra frente". E saiu puxando a mulher com as duas crianças para um lugar onde ficaríamos completamente fora do foco, fazendo nosso sorriso murchar. Murchou, mas eu nunca ri tanto na minha vida! Lembrava da ousadia dele, eu seguindo seu conselho, do sorriso dele pra foto, e ria, ria do fotógrafo indo embora nos frustrando e ria muito. Ri como há muito tempo não tinha rido. Cheguei em casa e continuei rindo toda vez que lembrava. Ri até doer as costas. Ri deitada no chão sem me controlar. E ele só me olhava, incrédulo, e ria também com um sorriso lindo de dentes brancos, com um olhar lindo, como há muito tempo eu não tinha visto.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

A verme

Tendo a plena convicção que meu blog anda muito chato (chato pra quem lê, pra mim tá uma delícia, como sempre!), resolvi voltar um pouco aos velhos e bons tempos de historinhas leves e divertidas sobre o "dia-a-dia do meu cotidiano".


A verme.

Bom, alguns sabem que eu passei um tempo bem doente. Nesse tempo minhas primas-irmãs-queridas-e-amadas vieram cuidar de mim, dar remedinho, fazer comidinha, essas coisas, mas o mais importante elas fizeram por mim e que ajudou na minha cura: me fizeram rir e rir muito!

Estava eu, Siri-na-lata e a Cafuçu, exatamente nessa ordem, lado a lado, sentadas na cama. Eu e a Cafuçu, dupla de hipocondríacas, falando de doença o tempo todo, comentando sobre as vezes que fomos parar na urgência, as injeções, as dores, os remédios, conversando sobre isso empolgadíssimas! Siri-na-lata, coitada, completamente fora do contexto, calada, no meio de nós duas, olhando de um lado pra o outro, não sabia o que fazer para adentrar na conversa. Coisa chata é não saber conversar sobre um determinado assunto, né? Então, ela estava se sentindo excluída, com certeza, e quando já não suportava esse sentimento, falou num rompante, nos interrompendo:

"E eu que tenho uma verme"!

Paramos para ouvir a sua história. "Eu já comprei o remédio, mas tem que parar 10 dias de beber pra tomar esse remédio e eu ainda não consegui".

"Pois, Siri-na-lata", continuo, tentando incentivá-la, "você tem que parar, minha filha, porque senão, essa verme vai crescer e uma hora ela vai ter que sair de dentro de você, por algum lugar"!

Siri-na-lata grela o olho e a Cafuçu (vulgo: Siri-nega-do-zói-verde) continua: "É verdade, você tem que parar e tomar o remédio, porque ela cresce mesmo".

E Siri-na-lata: "Cresce quanto? De que tamanho ela fica"?

Eu faço com as mãos um tamanho aproximadamente de 50 cm, enquanto Siri-na-lata me olha assustada. Ao mesmo tempo que eu, a Cafuçu faz o mesmo gesto, só que num tamanho bem menor que o meu. Bem menor mesmo, o que era mais lógico e mais correto, já que ela, futura bióloga, deve já entender do assunto, mas que não ajudaria muito a incentivar a nossa querida prima, a largar por um tempo a cervejinha de quase todo dia para combater a verminose.

Siri-na-lata estava olhando pra mim, de lado pra Siri-nega-do-zói-verde, mas rapidamente virou e viu que não concordávamos com o tamanho da tal verme. Cafuçu, essa, tentou consertar seu fora e aumentou um pouco o tamanho imaginário da verme. Aumentou, depois diminuiu um pouco, aumentou, diminuiu de novo, isso tudo rapidamente, com as mãozinhas abertas. Ficou vacilante. Siri-na-lata notando nossa discordância, então pergunta:

"Sim, mas de que tamanho é essa verme mesmo"?

Caímos na risada. Deu vontade de dizer: "Do tamanho do rabo da mãe"!* Mas por respeito a nossa tia, apena rimos muito.

p.s.1: Soube ontem que ela finalmente conseguiu parar de beber por 10 dias e tomou o remédio pra verme. Mas isso só bem depois do carnaval.
p.s.2: * "Do tamanho do rabo da mãe"! é a frase final de uma piada sobre padre.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Só hoje deu pra escrever "sobre"

Apesar de hoje estar mais decepcionada com outras pessoas e fatos passados. Ainda bem que eu sempre consigo "cagar e andar" para aqueles que me decepcionam. Perdoem-me o termo, mas é "cagar e andar, pra não fazer monte grande" messsmo. Porque tem muita gente mesquinha e medíocre pelo mundo que não merece minhas lágrimas. Não merecem nenhum tipo de sentimento meu.

E...

Adeus, meu quase amor. Antes dia 15 era a data pra se comemorar, ultimamente os dias 19 de cada mês são sempre de despedidas. Pela enésima vez me despeço de você. Dessa vez de uma maneira horrível. Seria a última?
Adeus, meu sonho sem esperança. Ficam apenas as imagens, os meros devaneios tolos: você andando de mãos dadas comigo, você dançando comigo na sala da minha casa, você beijando meus lábios quando foi embora...

"We walked along a crowded street
You took my hand and danced with me
Images

And when you left you kissed my lips
You told me you'd never ever forget these images, no

I never want to see you unhappy
I thought you'd want the same for me

Goodbye, my almost lover
Goodbye, my hopeless dream
I'm trying not to think about you
Can't you just let me be?
So long, my luckless romance
My back is turned on you
I should've known you'd bring me heartache
Almost lovers always do

I cannot go to the ocean
I cannot drive the streets at night
I cannot wake up in the morning
Without you on my mind
So you're gone and I'm haunted
And I bet you are just fine
Did I make it that easy for you
To walk right in and out of my life?

Goodbye, my almost lover
Goodbye, my hopeless dream
I'm trying not to think about you
Can't you just let me be?
So long, my luckless romance
My back is turned on you
I should've known you'd bring me heartache
Almost lovers always do".

(Almost Lover - A Fine Frenzy)

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Clichês

Entre o amor e o ódio existe um linha tênue.
Eu o odeio de todo o meu coração.

(Meu Deus, como eu sou piegas!)

"Eu só queria distância da nossa distância".
(É Mágoa - Ana Carolina)

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Consentimento

Marcha de Cecília Meireles.
Perfeito pra hoje.

"As ordens da madrugada
romperam por sobre os montes:
nosso caminho se alarga
sem campos verdes nem fontes.
Apenas o sol redondo
e alguma esmola de vento
quebram as formas do sono
com a idéia do movimento.

Vamos a passo e de longe;
entre nós dois anda o mundo,
com alguns mortos pelo fundo.
As aves trazem mentiras
de países sem sofrimento.
Por mais que alargue as pupilas,
mais minha dúvida aumento.

Também não pretendo nada
senão ir andando à toa,
como um número que se arma
e em seguida se esboroa,
- e cair no mesmo poço
de inércia e de esquecimento,
onde o fim do tempo soma
pedras, águas, pensamento.

Gosto da minha palavra
pelo sabor que lhe deste:
mesmo quando é linda, amarga
como qualquer fruto agreste.
Mesmo assim amarga, é tudo
que tenho, entre o sol e o vento:
meu vestido, minha música,
meu sonho e meu alimento.

Quando penso no teu rosto,
fecho os olhos de saudade;
tenho visto muita coisa,
menos a felicidade.
Soltam-se os meus dedos ristes,
dos sonhos claros que invento.

Nem aquilo que imagino
já me dá contentamento.

Como tudo sempre acaba,
oxalá seja bem cedo!
A esperança que falava
tem lábios brancos de medo.
O horizonte corta a vida
isento de tudo, isento...
Não há lágrima nem grito:
apenas consentimento".
Gosto de escrever, mas não consigo desenvolver minha monografia. Doida pra ter um pingo de disciplina, um pingo só. Mas sigo sem concentração, mesmo cheia de inspiração, porque o dom da escrita não é ter um coração partido, amiga?

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Expectativas x Perspectivas

expectativa
s. f.,
esperança baseada em supostos direitos, probabilidades ou promessas;
esperança;
probabilidade;
expectação.

perspectiva
s. f.,
arte de representar num plano os objetos tais como se apresentam à vista, conforme a sua posição e distância;
aspecto que apresentam os objetos vistos de longe;
panorama;
aparência;
miragem;
probabilidade.
em -: esperado no futuro.

Estou trocando um pelo outro, sem nem saber ao certo seus reais significados. Mas tá sendo muito bom estar cheia de perspectivas. Não sei por que as expectativas trazem sempre um certo tom de decepção. E sinto que coisas boas virão!!!

E por que eu sou sempre tão cismada? Farejo mentira e falsidade à distância, por telefone, por carta, por e-mail. A voz e as frases escritas ou ditas não me convencem. Tão ruim ver isso em quem a gente gosta. Tão ruim saber que mesmo duvidando de tudo ainda dou certo crédito. Ah, tinha esquecido que a isso dão o nome de ceticismo. Esqueci também que ser cética fez com que alguém gostasse muito de mim. Pelo menos eu ACHO que ele goste muito de mim...

domingo, 17 de fevereiro de 2008

As Possibilidades Perdidas

Fiquei sabendo que um poeta mineiro que eu não conhecia, chamado Emilio Moura, teria completado 100 anos neste mês de agosto, caso vivo fosse. Era amigo de outro grande poeta, Drummond. Chegaram a mim alguns versos dele, e um em especial me chamou a atenção: "Viver não dói. O que dói é a vida que não se vive". 

Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz. Sofremos por quê? 

Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade interrompida. 

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar. Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender. Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada. Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar. 

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: se iludindo menos e vivendo mais. 



Canção (Emilio Moura) 

Viver nao dói. O que dói 
é a vida que se não vive. 
Tanto mais bela sonhada, 
quanto mais triste perdida. 

Viver não dói. O que dói 
é o tempo, essa força onírica 
em que se criam os mitos 
que o próprio tempo devora. 

Viver não dói. O que dói 
é essa estranha lucidez, 
misto de fome e de sede 
com que tudo devoramos. 

Viver não dói. O que dói, 
ferindo fundo, ferindo, 
é a distância infinita 
entre a vida que se pensa 
e o pensamento vivido. 

Que tudo o mais é perdido.


Texto escrito em 20 de agosto de 2002 por Martha Medeiros.  Fala sobre as coisas sonhadas e não vividas - são essas que mais doem. Mas tudo vem desse idealismo que mora dentro da gente. Por isso que às vezes acho muito mais fácil ser pragmática, idealismo demais fere e nos deixa paralisado. Acho que é isso, ah, sei lá, cara... rs! 

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Mente vazia

Acho que voltei aos dias em que nada tenho a comentar. Vai uma música aqui, uma poesia acolá... romântica nunca vou deixar de ser, mas agora já não sou mais a apaixonadinha que aceita tudo sem se manifestar. Também não quero mais o papel da solitária carente. Nem da engenheira de 30 anos que não sabe se virar. Decidi ser uma mulher completa (hahaha!!!) e vou aprender a cozinhar. Aproveitar mais o mar azul de Salvador. O céu lilás de fim de tarde. Os amigos. O tempo. Estou cheia de planos. E a velha vontade de conhecer o velho mundo.
Lembrei que alguém quis me irritar contando a história do animal, a apaixonadinha e o mineiro encantado, história sem graça pra minha vida que teima em ser tão racional. Acho que também vou deletar alguns patéticos do msn.

"O dia mente a cor da noite
E o diamante a cor dos olhos
Os olhos mentem dia e noite a dor da gente"

"Enquanto houver você do outro lado
Aqui do outro eu consigo me orientar
A cena repete a cena se inverte
Enchendo a minh'alma d'aquilo que outrora eu deixei de acreditar

Tua palavra, tua história
Tua verdade fazendo escola
E tua ausência fazendo silêncio em todo lugar

Metade de mim
Agora é assim
De um lado a poesia, o verbo, a saudade
Do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim
E o fim é belo, incerto... depende de como você vê
O novo, o credo, a fé que você deposita em você e só
Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você
Só enquanto eu respirar".

(O Anjo Mais Velho - O Teatro Mágico)

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Tarde demais

Existem coisas piores que estar sozinho
mas geralmente leva décadas para entender isso
e quase sempre quando você entende é tarde demais.
E não há nada pior que tarde demais.

Charles Bukowski

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Vida amarga, como é doce a dor da palavra dita de tão longe, dita de tão longe, dita de tão longe...
(Teatro Mágico)


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Lama

Eu tirei você de mim da pior maneira possível.
Eu lhe arranquei da forma mais odiável, suja e covarde.
Mas perdoe-me se não consigo sentir nojo de mim agora,
já chorei tudo que tinha pra chorar,
e qualquer coisa é menos dolorosa do que ver, sem você,
o tempo passar.

Mas...

"Não, não passa o tempo
Ao menos para mim
Tomo comprimidos e sigo sem dormir
Vejo tantos portos, não há onde atracar
Já não existem laços, alguém cortou
Trac, trac, trac
Todos os perfumes, todo aquele lugar
Todas as misérias e tudo mais que há
Cada movimento do sol sobre você
Cada móvel velho e cada anoitecer
Yeah, yeah...

Dá-me tu amor, solo tu amor
Solo dá-me tu amor

Poucas garantias há para nós dois
Nada neste mundo tem tanto valor
Todos os vizinhos parecem saber
E lançam seus olhares sobre eu e você
Yeah, yeah...

Veio todo mundo, a Rádio e a TV
Veio o comissário, anjos do céu também
Todos querem algo, sangue ou não sei quê
Em todo Universo nada lhes dá mais prazer
Yeah, yeah...

Dá-me tu amor, solo tu amor
Solo dá-me tu amor".

(Trac Trac - Os Paralamas Do Sucesso)

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Trinta Anos

Ele foi o primeiro a me ligar. Ficamos 1 hora ao telefone. Novamente não dormi à noite com tantas palavras que pulavam na minha cabeça. Além dos "parabéns", teve "eu amo você", "não quero ficar longe", "estou com muita saudade", "você é especial", teve até um certo "volta pra mim". Não sei se são mentiras ou se seriam meias-verdades. Agora é tão difícil perdoar e acreditar. Mas não posso esconder de mim, eu queria, queria sim...

Trinta Anos
Os Paralamas Do Sucesso
Composição: Hebert Vianna

Chove à noite, chove
Os dois pés no chão
Só me faltam nove
Só me resta a visão
Ordem, quem quiser se vire, ordem
Eu vou atrás de mim
Vale tudo, vale livre, pasmem!
A voz me disse sim
Dorme à noite, dorme
Só eu é que não
Quadro que comove
Olhos, pés e mão
Ainda ontem, ainda há uma chance
A vida vive em mim
Bem maior tão desigual, bastante
E torna a dizer sim
Eu disse eu te amo
Me sentei no chão
São os trinta anos
E este colchão
E uma onda que não muda nunca
A dor que vai e vem
São remotas sensações longínquas
Agora eu lembro bem

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Dia feliz

Não dizem que a vida é feita de momentos felizes? Então...
Em Aju, com amigas, com primas, família, pessoas e coisas queridas por perto.
E já disse que me sinto PODEROSA dirigindo? Apois!

E amanhã completo 30 anos. Estava assustada com a minha saída da casa dos 20, mas hoje, agora, estou me sentindo... assim...

SOBERANA!!!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Boas palavras




"Seja como for o que penses, creio que é melhor dizê-lo com boas palavras."
William Shakespeare

Pela primeira vez passei a noite insone. Não preguei o olho. Não consegui dormir nada. Não tive uma gota de sono. Só vi estrada-estrada-estrada, um calor miserável, um aperto na poltrona 45, um cara espaçoso do lado e uma raiva, uma raiva dele, de mim, de tudo, uma raiva que me consumiu o caminho inteiro.
Fiquei a me martirizar por 4 horas e meia. Proferindo mil impropérios na memória, querendo dizer mil desaforos. É bom mesmo que não me ligue. Nunca mais.
Uma vez me perguntaram por que eu gostava dele e eu respondi: "Por que ninguém nunca me tratou tão bem". Agora vejo ele sumir quando eu mais precisava da companhia e da ajuda de todo mundo, me descartou, me deixou pra trás. Ninguém nunca me tratou tão mal. Nem o mais ridículo e cruel dos meus ex-namorados (que, diga-se de passagem, se mostram cada vez mais patéticos, depois conto).
Pela primeira vez comi strogonoffe (sei lá como se escreve) de soja com arroz carregado no alho às 5 da manhã. Coisa boa é voltar a gostar de comer.
Pela primeira vez vi o céu enquanto o sol nascia. Vermelho, laranja, azul-escuro-amarelado. Bonito. Quando se está triste demais gosta do pôr-do-sol. O inverso seria verdade?
Dormi pouco. Acordei com gosto de briga na boca, como se tivesse discutido até o último fôlego.