Marcha de Cecília Meireles.
Perfeito pra hoje.
"As ordens da madrugadaromperam por sobre os montes:nosso caminho se alargasem campos verdes nem fontes.Apenas o sol redondoe alguma esmola de ventoquebram as formas do sonocom a idéia do movimento.Vamos a passo e de longe;entre nós dois anda o mundo,com alguns mortos pelo fundo.As aves trazem mentirasde países sem sofrimento.Por mais que alargue as pupilas,mais minha dúvida aumento.Também não pretendo nadasenão ir andando à toa,como um número que se armae em seguida se esboroa,- e cair no mesmo poçode inércia e de esquecimento,onde o fim do tempo somapedras, águas, pensamento.Gosto da minha palavrapelo sabor que lhe deste:mesmo quando é linda, amargacomo qualquer fruto agreste.Mesmo assim amarga, é tudoque tenho, entre o sol e o vento:meu vestido, minha música,meu sonho e meu alimento.Quando penso no teu rosto,fecho os olhos de saudade;tenho visto muita coisa,menos a felicidade.Soltam-se os meus dedos ristes,dos sonhos claros que invento.Nem aquilo que imaginojá me dá contentamento.Como tudo sempre acaba,oxalá seja bem cedo!A esperança que falavatem lábios brancos de medo.O horizonte corta a vidaisento de tudo, isento...Não há lágrima nem grito:apenas consentimento".
Gosto de escrever, mas não consigo desenvolver minha monografia. Doida pra ter um pingo de disciplina, um pingo só. Mas sigo sem concentração, mesmo cheia de inspiração, porque o dom da escrita não é ter um coração partido, amiga?
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