A verme

Tendo a plena convicção que meu blog anda muito chato (chato pra quem lê, pra mim tá uma delícia, como sempre!), resolvi voltar um pouco aos velhos e bons tempos de historinhas leves e divertidas sobre o "dia-a-dia do meu cotidiano".


A verme.

Bom, alguns sabem que eu passei um tempo bem doente. Nesse tempo minhas primas-irmãs-queridas-e-amadas vieram cuidar de mim, dar remedinho, fazer comidinha, essas coisas, mas o mais importante elas fizeram por mim e que ajudou na minha cura: me fizeram rir e rir muito!

Estava eu, Siri-na-lata e a Cafuçu, exatamente nessa ordem, lado a lado, sentadas na cama. Eu e a Cafuçu, dupla de hipocondríacas, falando de doença o tempo todo, comentando sobre as vezes que fomos parar na urgência, as injeções, as dores, os remédios, conversando sobre isso empolgadíssimas! Siri-na-lata, coitada, completamente fora do contexto, calada, no meio de nós duas, olhando de um lado pra o outro, não sabia o que fazer para adentrar na conversa. Coisa chata é não saber conversar sobre um determinado assunto, né? Então, ela estava se sentindo excluída, com certeza, e quando já não suportava esse sentimento, falou num rompante, nos interrompendo:

"E eu que tenho uma verme"!

Paramos para ouvir a sua história. "Eu já comprei o remédio, mas tem que parar 10 dias de beber pra tomar esse remédio e eu ainda não consegui".

"Pois, Siri-na-lata", continuo, tentando incentivá-la, "você tem que parar, minha filha, porque senão, essa verme vai crescer e uma hora ela vai ter que sair de dentro de você, por algum lugar"!

Siri-na-lata grela o olho e a Cafuçu (vulgo: Siri-nega-do-zói-verde) continua: "É verdade, você tem que parar e tomar o remédio, porque ela cresce mesmo".

E Siri-na-lata: "Cresce quanto? De que tamanho ela fica"?

Eu faço com as mãos um tamanho aproximadamente de 50 cm, enquanto Siri-na-lata me olha assustada. Ao mesmo tempo que eu, a Cafuçu faz o mesmo gesto, só que num tamanho bem menor que o meu. Bem menor mesmo, o que era mais lógico e mais correto, já que ela, futura bióloga, deve já entender do assunto, mas que não ajudaria muito a incentivar a nossa querida prima, a largar por um tempo a cervejinha de quase todo dia para combater a verminose.

Siri-na-lata estava olhando pra mim, de lado pra Siri-nega-do-zói-verde, mas rapidamente virou e viu que não concordávamos com o tamanho da tal verme. Cafuçu, essa, tentou consertar seu fora e aumentou um pouco o tamanho imaginário da verme. Aumentou, depois diminuiu um pouco, aumentou, diminuiu de novo, isso tudo rapidamente, com as mãozinhas abertas. Ficou vacilante. Siri-na-lata notando nossa discordância, então pergunta:

"Sim, mas de que tamanho é essa verme mesmo"?

Caímos na risada. Deu vontade de dizer: "Do tamanho do rabo da mãe"!* Mas por respeito a nossa tia, apena rimos muito.

p.s.1: Soube ontem que ela finalmente conseguiu parar de beber por 10 dias e tomou o remédio pra verme. Mas isso só bem depois do carnaval.
p.s.2: * "Do tamanho do rabo da mãe"! é a frase final de uma piada sobre padre.

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