quinta-feira, 28 de junho de 2012

Meu avô

Meu avô está indo embora para sempre. Com seus quase 92 anos (96 na identidade), ele se despede de nós aos pouquinhos a cada dia. Ele não tem doença alguma, não tem diabetes, pressão alta, problemas de coração ou qualquer outro problema que costuma acometer as pessoas dessa idade. Ele não tem nada além do peso dos muitos anos vividos e um tal de Alzheimer. Carinha chato, hereditário, debilitante, impiedoso. Do diagnóstico até agora não se passou muito tempo, mas o processo foi rápido: meu avô quase já não fala mais, não reconhece pessoas mais próximas, não interage, não conta suas piadas, suas histórias, seus chistes, não conversa, não toca mais a sua sanfona. É triste. É a morte chegando, inescapável. Mais triste é pensar que ela chega pra todo mundo, cedo ou tarde. Ela vai chegar pra mim um dia também, a não ser que o Senhor me dê a graça de ser trasladada aos céus sem vê-la. Fora isso, ela chega. Penso mais: se eu com meus 30 e poucos anos já luto contra uma doença incurável, o que será de mim aos 90? Se eu chegar até lá.

Meu avô em todos os seus muitos anos plantou árvores, teve filhos, foi escrito em um livro. Construiu, trabalhou, viveu... e tocou muita sanfona nos bailes do interior de Pernambuco com sua turma de forrozeiros pé de serra. Alegre, severo, divertido, rígido, sim, meu avô viveu. 8 filhos, 21 netos, 14 bisnetos... por aí, e muitos amigos. Estará para sempre na história desse povo todo, nas lembranças dos encontros de família em Petrolândia. Eu não consegui dar um bisneto pra meu avô, queria muito, mas acho que não dá mais tempo para isso. Espero só que eu consiga construir pelo menos metade do que ele construiu e conquistou durante toda a sua vida. Espero que na ressurreição a gente possa encontrar Seu Isidio, em seu corpo incorruptível, tocando sua sanfona de sempre.  Espero. 

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Fotogangue na mídia

Mais um vez! Links abaixo. Dessa vez com as aulas práticas no Forró Caju com direito a acesso aos bastidores, palco e apresentação magnífica da Quadrilha Asa Branca, que coisa mais linda! Eu, claro, teletransportada de Recife, não podia faltar, inaugurando minha Naomi. Foi muito, muito bom.
Foto: Arthuro Paganini

Foto: Arthuro Paganini


http://www.aracaju.se.gov.br/forrocaju2012/index.php?act=noticiasleitura&codigo=51350

http://www.infonet.com.br//saojoao/2012/ler.asp?id=130322

terça-feira, 26 de junho de 2012

Perguntas recorrentes

Ah, você é engenheira, TRABALHA NA ÁREA?
Ah, você é vegetariana, VOCÊ COME O QUÊ?
Ah, menina, você parece tão nova, QUANTOS ANOS VOCÊ TEM?
Ah, você já é casada, TEM FILHOS?
E no final do culto, depois de 2 anos frequentando a mesma igreja: VOCÊS SÃO DAQUI MESMO?

Aff. 

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Apetite!

Aff, estou comendo que nem um louca e com medo de engordar que nem uma porca. Pior que só engordo bunda e barriga (podia ficar só no primeiro b). Acabei de bater um pratão de pedreiro (isso às 4 da tarde!) - feijão, arroz, ovo e quiabo - achei pouco, comi um potinho inteiro de doce de leite com biscoito salgado e agora tô desejando amendoim cozido (que só tem aqui em Sergipe, não tem igual em lugar nenhum do mundo)... o que será isso, gente? Verme? rs! 

domingo, 24 de junho de 2012

Foco

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Eu quero, eu posso, eu vou conseguir!

sábado, 23 de junho de 2012

Ansiedade

Foi assim o dia inteiro: ansiedade, ansiedade, ansiedade. Uma falta de ar e o coração que bate mais forte. Pensamentos, cabeça a mil. Penso, analiso, tento definir. Tento não esquecer do que decidi. Esperar acontecer é a pior parte.

"Lancem sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês". 
1 Pedro 5:7

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Naomi chegou!

Depois de campanha intensa com marido meu, finalmente ganhei minha primeira câmera reflex, a Nikon D5100, que já tinha batizado pelo nome Naomi (coisa interna da FotoGangue). 

Foi rápido. Pedi na sexta, ainda em Recife, e quando cheguei de Salvador na quinta, o aviso de chegada já estava aqui em Aracaju desde terça. Agora é estudar mais fotografia e fazer belas fotos. Feliz demais! 

S>egue a campanha por lentes e flash, mais dinheiro investido. Misericórdia, que diacho de hobby tão caro! rs! Mas quem sabe um dia, assim, bem sem pretensão, eu não faça alguma coisa profissional... fotojornalismo, talvez (já que gosto tanto de contar histórias), ou eventos como casamentos que adoooroooo!!! Deus ajude!

E tem neguinha enciumada... olha a carinha triste dela... rs! 

quarta-feira, 20 de junho de 2012

terça-feira, 19 de junho de 2012

Salvador

Os soteropolitanos que me perdoem, mas  Salvador não é lugar para se morar. Cê tá é doido! Meus amigos sergipanos vão adorar ler isso vindo de mim, mas a César o que é de César. E pensar que já vivi no meio dessa loucura por 1 ano, nem me acredito, nem me vejo morando mais aqui. Qualquer lugar que se vá não se gasta menos de 1 hora de ônibus; Transporte coletivo caótico, tudo parece apinhado de gente, qualidade de vida zero. Tá certo que Recife também tem um trânsito infernal, mas Salvador bate recorde de perda de tempo em deslocamentos, talvez se assemelhando a outras grandes capitais como São Paulo, por exemplo. Tô fora. Vou a Salvador só a negócios e turismo, sim, porque não me canso das belezas da cidade e do estado, lugares tão lindos e únicos que só tem por aqui! rs! Afinal de contas, nasci baiana e vou morrer com tal, orgulhosa disso.

Em Ponta de Humaitá - Salvador - Bahia

segunda-feira, 18 de junho de 2012

1 ano e meio de casados


Em breve, bodas de algodão. Já estou nos preparativos, porque casar de novo é mt bom. rs! (considerando que toda boda nossa é um novo casamento). Obrigada, meu Deus, por cada dia ao lado de marido meu, benção após benção, um amor que só aumenta, só podia vir do Senhor mesmo. Estou muito, muito feliz por isso. Obrigada!


domingo, 17 de junho de 2012

Dia de cultivar as amizades

Final de semana com amigos que fiz por causa do trabalho. Amigos que jamais encontraria se não fosse o Trecho. Amigos que talvez nunca mais eu volte a trabalhar com eles, mas que estarão perto sempre, mesmo que longe. Festinha com um casal de amigos que fiz no curso de noivos e que agora são 3. Amigos que sei, surgiram do nada, mas que vão ficar pra sempre.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Nada sei

Eu só sei que nada sei. E cada dia que passa tenho mais certeza disso.

Pra terminar de acabar, cheguei em casa e o bebê mais fofo da galáxia já tinha viajado... duro vai ser acordar amanhã sem os gritinhos dele... :(

terça-feira, 12 de junho de 2012

Eterno namoro

Chego da aula e descubro um presentinho de marido meu para mim nesse dia dos namorados. Eita homem romântico e ainda ajudou a movimentar a economia. Keynes agradece e eu também. rs!


E o melhor do dia dos namorados: ficar mais bonita para o amado e ouvi-lo dizer que gostou muito. Isso não tem preço!

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Otimismo

Eu que sempre me considerei extremamente realista, por vezes deveras pessimista, hoje me espanto com o tanto que sou otimista...

domingo, 10 de junho de 2012

Aparências - Pareço, logo existo


De tanto observar uma enxurrada de gente fingindo ser o que não é, ou fingindo viver o que não vive, o texto de Martha Medeiros veio bem a calhar. Mais um texto dela nessa semana. Bora lá!
Foi-se o tempo em que a disputa se resumia ao clássico Ser x Ter. Dizem que ninguém mais dá a mínima para o que é, só para o que tem. Exagero. As pessoas ainda se preocupam com o que são. O problema é que não gostam do que são. Gostariam de ser outra coisa. E aí entra o verbo que está no topo das paradas hoje em dia: parecer.
Tem gente que quer parecer rica, e adota um padrão de vida que não condiz com a sua realidade. Pra manter a fachada de bem-nascida, acaba colecionando dívidas e queimando seu nome na praça. Nos eventos sociais, pode até ser a mais fotografada, mas para os comerciantes é bola preta na certa. A rica mais sem crédito das colunas.

Tem aqueles que querem parecer mais bem relacionados do que são, e se enturmam, forçam intimidade e grudam feito chiclete em pessoas que mal conhecem, só para descolar um convite para uma festa, um show, uma estreia, qualquer lugar que projete.

Os que querem parecer mais cultos do que são, você sabe, são aqueles que nunca foram além do prólogo do livro e é o que basta para olharem a ralé de cima para baixo, como se fossem portadores da sabedoria universal.

Há os que querem parecer mais jovens do que são: bom, quem não gostaria? É uma dádiva parecer ter cinco anos menos, sem esforço. A genética é mais generosa com uns do que com outros. Há muito tempo que eu não tento mais adivinhar a idade de ninguém: sempre erro, já que todo mundo parece ter bem menos. Mas se você tem 56 e parece ter 56, não é caso para enfiar a cabeça dentro do forno.

Os casos mais patéticos, no entanto, são os daquelas pessoas que querem parecer mais felizes do que são. O recurso adotado: mentem.

O casamento delas está uma lua de mel, os filhos só dão alegrias, são muito requisitadas no trabalho, os amigos não param de telefonar, a vida tem sido um passeio num campo florido, e fica sem explicação aquele olhar melancólico, o sorriso forçado, a exaustão de ter que passar o falso entusiasmo adiante, como se não tivéssemos condições de perceber seu verdadeiro estado de ânimo, que é coisa que se transmite sem palavras. Ver alguém se esforçando para parecer feliz é das situações mais constrangedoras que se pode testemunhar.

Está triste? Esteja! Não é rico, nem jovem, nem belo? Nem por isso ficará sozinho. Pessoas não se apaixonam por estereótipos, mas pela singularidade de cada um, pela capacidade de ser surpreendido, pela sedução que o inusitado provoca. Uma pessoa que se preocupa em “parecer” já está derrotada no primeiro minuto de jogo.

Dá valor demais à opinião dos outros, não age conforme a própria vontade, não se assume do jeito que é, inventa personagens para si mesmo e acaba se perdendo justamente deste “si mesmo”, que fica órfão. Quer parecer mais inteligente? Comece admitindo que não sabe nada sobre nada e toque aqui: ninguém sabe.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Deus me proteja

Cara, nem gosto de Rita Lee, mas hoje vai essa música, porque de macumbeiro eu quero é distância. Vade retro, meu Deus é muito mais forte que o teu!

Deus me proteja da sua inveja
Deus me defenda da sua macumba
Deus me salve da sua praga
Deus me ajude da sua raiva
Deus me imunize do seu veneno
Deus me poupe do seu fim

Deus me acompanhe
Deus me ampare
Deus me levante
Deus me dê força

Deus me perdoe por querer
Que Deus me livre e guarde de você


(Reza - Rita Lee)

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Felicidade não é o destino e sim a viagem!

Pensando no tempo, nos lugares e nas pessoas, pensando na vida e nas coisas que ainda não fiz, que quero fazer, que ainda vou fazer, algo me disse que é agora, que tá na hora...

E me lembrando do desapego que sempre preguei e que nesses últimos dias estava um tanto esquecido, encontrei esse texto de Martha Medeiros (mais um essa semana, mais um de tantos dela que gosto). É bem assim mesmo: viver pelo mundo é largar as coisas materiais por onde passamos. Permanecem apenas os bons momentos, os amigos que fizemos, a felicidade que vivemos. 


Vende-se Tudo – texto de Martha Medeiros

No mural do colégio da minha filha encontrei um cartaz escrito por uma mãe, avisando que estava vendendo tudo o que ela tinha em casa, pois a família voltaria a morar nos Estados Unidos. O cartaz dava o endereço do bazar e o horário de atendimento. Uma outra mãe, ao meu lado, comentou:
- Que coisa triste ter que vender tudo que se tem. 
- Não é não, respondi, já passei por isso e é uma lição de vida.
Morei uma época no Chile e, na hora de voltar ao Brasil, trouxe comigo apenas umas poucas gravuras, uns livros e uns tapetes. O resto vendi tudo, e por tudo entenda-se: fogão, camas, louça, liquidificador, sala de jantar, aparelho de som, tudo o que compõe uma casa.
Como eu não conhecia muita gente na cidade, meu marido anunciou o bazar no seu local de trabalho e esperamos sentados que alguém aparecesse. Sentados no chão. O sofá foi o primeiro que se foi. Às vezes o interfone tocava às 11 da noite e era alguém que tinha ouvido comentar que ali estava se vendendo uma estante. Eu convidava pra subir e em dez minutos negociávamos um belo desconto. Além disso, eu sempre dava um abridor de vinho ou um saleiro de brinde, e lá se iam meus móveis e minhas bugigangas.
Um troço maluco: estranhos entravam na minha casa e desfalcavam o meu lar, que a cada dia ficava mais nu. No penúltimo dia, ficamos só com o colchão no chão, a geladeira e a tevê. No último, só com o colchão, que o zelador comprou e, compreensivo, topou esperar a gente ir embora antes de buscar. Ganhou de brinde os travesseiros.
Guardo esses últimos dias no Chile como o momento da minha vida em que aprendi a irrelevância de quase tudo o que é material. Nunca mais me apeguei a nada que não tivesse valor afetivo. Deixei de lado o zelo excessivo por coisas que foram feitas apenas para se usar, e não para se amar. Hoje me desfaço com facilidade de objetos, enquanto que torna-se cada vez mais difícil me afastar de pessoas que são ou foram importantes, não importa o tempo que estiveram presentes na minha vida.
Desejo para essa mulher que está vendendo suas coisas para voltar aos Estados Unidos a mesma emoção que tive na minha última noite no Chile.
Dormimos no mesmo colchão, eu, meu marido e minha filha, que na época tinha 2 anos de idade. As roupas já estavam guardadas nas malas. Fazia muito frio. Ao acordarmos, uma vizinha simpática nos ofereceu o café da manhã, já que não tínhamos nem uma xícara em casa.
Fomos embora carregando apenas o que havíamos vivido, levando as emoções todas: nenhuma recordação foi vendida ou entregue como brinde.
Não pagamos excesso de bagagem e chegamos aqui com outro tipo de leveza: “só possuímos na vida o que dela pudermos levar ao partir," é melhor refletir e começar a trabalhar o DESAPEGO JÁ!
Não são as coisas que possuímos ou compramos que representam riqueza, plenitude e felicidade. São os momentos especiais que não tem preço, as pessoas que estão próximas da gente e que nos amam, a saúde, os amigos que escolhemos, a nossa paz de espírito.
Felicidade não é o destino e sim a viagem.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Seu apartamento é feliz?

Mais uma noite que rolo na cama e não consigo dormir. É de noite que consigo ver, ouvir e produzir as coisas mais interessantes e minha cabeça fervilha de ideias e curiosidades que me impedem de dormir. Desta vez encontro um texto de Martha Medeiros compartilhado pela minha amiga Livinha. Vou reproduzi-lo aqui, porque hoje, pra variar, estou de novo com saudade de coisas (além das pessoas). 

Escolhi cada milímetro quadrado do nosso apartamento. Ele foi todinho planejado por mim e por marido meu (antes disso, por Deus pra nós) e eu sinto falta até do brilho do piso em porcelanato, dos espelhos por todos os cantos, do vermelho da cerâmica da cozinha, dos bibelôs, objetos que se espalham pela casa e que ganhei de presente de amigos e parentes queridos, das minhas cristaleiras que vão do piso até o teto, dos cantos que ficaram por ser decorados, do vento que muitas vezes entra tão forte pela janela da varanda. Mas viver também é desapegar. E assim sigo, tentando fazer desse lugar que não é nosso lugar, um cantinho também feliz, com detalhes, cheiros e cores que são só nossos. 

Eis o texto. E a resposta é sim, meu apartamento é muito feliz. Ou melhor, nossos apartamentos, nossos lares são felizes. Assim desejo que seja sempre, mesmo que seja uma choupana ou uma casinha de sapé no lugar mais inóspito da face do planeta. 

"Dia desses fui acompanhar uma amiga que estava procurando um apartamento para comprar. Ela selecionou cinco imóveis para visitar, todos ainda ocupados por seus donos, e pediu que eu fosse com ela dar uma olhada. Minha amiga, claro, estava interessada em avaliar o tamanho das peças, o estado de conservação do prédio, a orientação solar, a vizinhança. Já eu, que estava ali de graça, fiquei observando o jeito que as pessoas moram.

Li em algum lugar que há uma regra de decoração que merece ser obedecida: para onde quer que se olhe, deve haver algo que nos faça feliz. O referido é verdade e dou fé. Não existe um único objeto na minha casa que não me faça feliz, pelas mais variadas razões: ou porque esse objeto me lembra de uma viagem, ou porque foi um presente de uma pessoa bacana, ou porque está comigo desde muitos endereços atrás, ou porque me faz reviver o momento em que o comprei, ou simplesmente porque é algo divertido e descompromissado, sem qualquer função prática a não ser agradar aos olhos.



Essa regra não tem nada a ver com elitismo. Pessoas riquíssimas podem viver em palácios totalmente impessoais, aristocráticos e maçantes com suas torneiras de ouro, quadros soturnos que valem fortunas e enfeites arrematados em leilões. São locais classudos, sem dúvida, e que devem fazer seus monarcas felizes, mas eu não conseguiria morar num lugar em que eu não me sentisse à vontade para colocar os pés em cima da mesinha de centro.

A beleza de uma sala, de um quarto ou de uma cozinha não está no valor gasto para decorá-los, e sim na intenção do proprietário em dar a esses ambientes uma cara que traduza o espírito de quem ali vive. E é isso que me espantou nas várias visitas que fizemos: a total falta de espírito festivo daqueles moradores. Gente que se conforma em ter um sofá, duas poltronas, uma tevê e um arranjo medonho em cima da mesa, e não se fala mais nisso. Onde é que estão os objetos que os fazem felizes? Sei que a felicidade não exige isso, mas pra que ser tão franciscano? Um estímulo visual torna o ambiente mais vivo e aconchegante, e isso pode existir em cabanas no meio do mato e em casinhas de pescadores que, aliás, transpiram mais felicidade do que muito apê cinco estrelas. Mas grande parte das pessoas não está interessada em se informar e em investir na beleza das coisas simples. E quando tentam, erram feio, reproduzindo em suas casas aquele estilo showroom de megaloja que só vende móveis laqueados e forrados com produtos sintéticos, tudo metido a chique, o suprassumo da falta de gosto. Onde o toque da natureza? Madeira, plantas, flores, tecidos crus e, principalmente, onde o bom humor? Como ser feliz numa casa que se leva a sério?

Não me recrimine, estou apenas passando adiante o que li: pra onde quer que se olhe, é preciso alguma coisa que nos deixe feliz. Se você está na sua casa agora, consegue ter seu prazer despertado pelo que lhe cerca? Ou sua casa é um cativeiro com o conforto necessário e fim?

Minha amiga ainda não encontrou seu novo lar, mas segue procurando, só que agora está visitando, de preferência, imóveis já desabitados, vazios, onde ela possa avaliar não só o tamanho das peças, a orientação solar, o estado geral de conservação, mas também o potencial de alegria que os ex-moradores não souberam explorar". (Martha Medeiros)

sábado, 2 de junho de 2012

Animal print

Presentinhos, presentinhos... adooroo!!! Olha o mimo que marido me deu. Além de ter estampa de dálmata (é o que tá na etiqueta), ele tem um brilho dourado magnífico que não consegui fotografar, por mais que tenha tentado. Mais perua, impossível! Se já é o presente do dia dos namorados? Não, não, pelo menos ele não me disse que era, então vou esperar por mais alguma coisa. rs!



Peep Toe da Vizzano - coisa mais linda!

sexta-feira, 1 de junho de 2012

E as coisas começam a se ajeitar...

Ontem compramos o que julgo serem os últimos itens de decoração da nossa casa em Recife. Até que enfim decidi por um tapete mais barato e num tom que converse com o resto da mobília da sala. Só conseguia gostar do mais caro e fomos duas vezes na loja para ver se eu mudava de opinião. Na terceira ida, lá estava o tapete esperando por mim, em cima da pilha de tapetes, praticamente piscando o olhinho para que eu o levasse. Marido meu ficou feliz por gastar metado do dinheiro que ia gastar com a minha primeira escolha. Compramos  também a tábua de passar roupa (minhas costas agradecem, porque passar roupa na cama ninguém merece) e pregadores de roupa de todas cores e formatos: jacarés, peixinhos, pezinhos, notas musicais, solzinhos, roupinhas... tudo pra mim é diversão! Almofadas, cortina, mantas para o sofá, tudo em seus devidos lugares. Roupa de cama e banho, tuuudoo devidamente combinados entre si. Ah, a máquina de lavar já chegou e já lavamos 3 trouxas de roupa, faltou varal pra tanta roupa, mas no final deu tudo certo. A casa finalmente está cheirosa, sem baratas, limpinha, arrumadinha. O guarda-roupa antigo deu trabalho pra ficar sem o cheiro forte de madeira antiga, mas agora tá decente, nada como óleo de peroba. Não sei se falei, mas alugamos um apartamento mobiliado, então algumas coisas são novas outras bem velhas, carecendo de um tratamento e limpeza adequados. A televisão, por exemplo, é nova, tela plana, mas não estava com a imagem perfeita. Finalmente demos um jeito nela! (foi uma semana de luta com a antena externa) A internet banda larga também já está a contento (ninguém merece essa 3G de qualquer operadora). Enfim, as coisas começam a se ajeitar. Deus abençoe nosso lar!