Caldas Novas, saudades de ti!

Meus amigos são todos assim:
metade loucura, outra metade santidade.
Escolho-os não pela pele, mas pela pupila,
que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Louco que senta e espera a chegada da lua cheia.
Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e
peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta.
Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Pena, não tenho nem de mim mesmo, e risada, só ofereço ao acaso.
Quero amigos sérios,
daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem,
mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos, nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice.
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos,
para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos,
bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que
a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril.


Marcos Lara Resende

(Colaboração de Flávia Jorlane)

Não tem mar no Centro-Oeste???
É, parece que não.
Mar... pode ser de qualquer coisa... no meu caso era um mar de ilusão...
um oásis no sertão... águas salgadas...
eu acho, mas não deu pra provar pra ter certeza, sei que era bom de se olhar...
Em certos momentos de um azul enebriante, estonteante...
Em outros casos, verde como nunca se viu igual.
Hipnotizante.
Pode um só mar ter duas cores?
Talvez sim, talvez não.
E pra quem gosta de enigmas, esse é de fácil interpretação.



Em Caldas Novas. Acordando no Apart-service, eu e Thaíse.

Tem gente que nunca muda.
Vive uma vida medíocre em que nada progride.
Sempre na mesma.
Mesmo trabalho, mesma casa, mesmos costumes, mesmas palavras...
Conheço gente assim.
Gente que conheci há 10 anos, quando eu era uma garotinha, esperando o
ônibus da escola sozinha, e ainda gostava de amores furtivos, passageiros.
Gente que ainda está nessa de amores sem compromisso... há 10 anos.
Gente que não cresceu, que não quer responsabilidade, se sente adolescente
e gosta de ser assim.
Há 10 anos...

Passeando no sábado à tarde, já que não podíamos estar nas piscinas.
Eu estou com cara de formiga. Tinha dormido depois de estudar a lição
na nossa Escola Sabatina doméstica.
Enoque, Ieda, eu e Iriscleide.

Caldas, foi bom demais da conta. Pena que passou rápido. Rápido demais.
Vou lá de novo.
Falei pra Kedmma: "A gente vai lá um dia", e ela riu:
"Você fala como se estivesse querendo ir ao shopping, ali perto".

Em Caldas, um garoto passou por mim e disse: "Você tem uma cara de CUSTOSA!"
CUSTOSA????
O que é isso? Quem souber, me diga.
Algo a ver com Economia, custos, valor, preço... uma pessoa cara????
Ou tem a ver com demora, com atraso?
"A menina custou a aparecer. Ela é custosa".
Não, maliciosos de plantão, ele disse CUSTOSA mesmo.
Nem me conhecia e disse isso. Ah, que infâmia, que ousadia!
Preciso saber... alguém pode me ajudar????

Acabou-se o que era doce. Voltando pra Brasília.
Nossas caras dizem tudo.
(Acho que estava querendo esmurrar alguém)

Uma boa noite e um Feliz Sábado !!!!
Beijos com uma gotinha de mel (pra não enjoar) pra todos.

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