quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Feliz 2009!!!



Eu que o diga. Depois de 26 dias internada e por ter passado por momentos inenarráveis, posso dizer que "em todas as coisas sou muito mais que vencedora, por aquele que me amou". (Rm 8.37)
Agradeço a oração de todos, os cuidados dos médicos, enfermeiros e técnicos, não poderia ser melhor tratada.
Agradeço também aos amigos que me visitaram e sempre tinham palavras de conforto, principalmente a Cínthia, que esteve presente desde o início.
Agradecimento especial e eterno a minha mãe que esteve comigo todo o tempo suportando tudo;
ao meu pai, sem ele não estaria tão bem agora;
ao meu amor, Ivanir, pelos 10 dias ao meu lado procurando me animar e me suportando nos meus choros, "enjoamento" e chatices, e a sua família (que já é minha também) pela atenção e orações;
Agradeçp também as minhas primas-irmãs Drica, Kedma, Iris e a Zene pelo alto astral e pela luz que me era trazida diariamente.

E aqui estou, fazendo minha lista de tudo que tenho que mudar e tudo que desejo alcançar.
Meus planos de final de ano não foram exatamente realizados, mas já era sabido que "o coraçao do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do SENHOR". (Pv 16:1)
Que bom que a partir de amanhã temos mais 12 meses pra sonhar e realizar e que seja profetizada em minha vida:


Um Janeiro de Provisão...

Um Fevereiro de Restituição...

Um Março de Milagres...

Um Abril de Restauração...

Um Maio de Portas Abertas...

Um Junho de Vitórias Certas...

Um Julho de Maravilhas Incontáveis...

Um Agosto de Surpresas Inigualáveis...

Um Setembro de Muita Glória...

Um Outubro de Muita Vitória...

Um Novembro de Sonhos Realizados...

Um Dezembro de Desejos CONCRETIZADOS...


O que não consegui neste Ano de 2008 é porque o Senhor ainda está gerando: Minha benção chegará em 2009!!!


FELIZ ANO NOVO!!!

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Os cordéis da morte me cercaram, e angústias do inferno se apoderaram de mim; encontrei aperto e tristeza. Então invoquei o nome do SENHOR, dizendo: O SENHOR, livra a minha alma.
Salmos 116:3,4

E Ele livrou. Glorias por isso.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Guarde um sonho bom pra mim...


"Não faz disso esse drama, essa dor
Que a sorte é preciso tirar pra ter"...

(Primeiro Andar - Los Hermanos)

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Tem muito mundo no mundo...

...e eu não quero ficar aqui.

De novo essa velha sensação de estar só trabalhando, dormindo e esperando a morte chegar. Saudade de escrever. Tem um monte de coisa pra contar, mas falta-me silêncio e paz pra isso.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Tudo muda o tempo todo no Mundo

Olhava sempre o mapa, somava os quilômetros, media a distância.
Uma vez voando nas nuvens, pediu a Deus pra ficar mais perto, pediu uma segunda chance. Repetiu a mesma frase até cansar, cansá-lo de ouvir, incansável em pedir.

Olhando o sol ir embora pela janela do terceiro andar, desejou mais uma vez, com tanta força que o aperto doeu o coração.

Procurou estrelas cadentes no céu estrelado, deitada na cama grande e vazia.

Acordou certa manhã sozinha e decidida, uma luz se acendeu, de um pulo correu até o computador, era a cartada final, redigiu, enviou, e muito pouco esperou. A resposta veio 5 minutos depois, 10 minutos de conversa, tudo certo, combinado, confirmado, 1.600 km de distância reduzidos a 106. Deus é fiel. E Ele me ama!

domingo, 14 de setembro de 2008

Então, vem...

"Vem, antes que eu me vá, antes que seja tarde demais.
Vem, que eu não tenho ninguém e te quero junto a mim.
Vem, que eu te ensinarei a voar."
[Caio Fernando de Abreu]

domingo, 7 de setembro de 2008

Festa no outro apartamento


Anos atrás a cantora Marina compôs com o irmão dela, o poeta Antônio Cícero, uma música que dizia: "eu espero/acontecimentos/só que quando anoitece/é festa no outro apartamento". Passei minha adolescência inteira com esta sensação: a de que algo muito animado estava acontecendo em algum lugar, porém eu não havia sido convidada.

Até aí, nada de novo. Não há um único ser humano que já não tenha se sentido deslocado e impedido de ser feliz como os outros são - ou aparentam ser. O problema está em como a gente reage a isso. A grande maioria que espera "acontecimentos" fica ligada demais na festa do vizinho, se perguntando: como fazer para ser percebido? A resposta deveria ser: percebendo-se a si mesmo. Mas é o contrário que acontece: a gente passa a se vestir como todo mundo, falar como todo mundo, pensar como todo mundo. Só então consegue passe livre: ok, agora você é um dos nossos, a casa é sua.

As festas em outros apartamentos são fruto da nossa imaginação tão infectada por falsos holofotes, falsos sorrisos e falsas notícias de jornal. As pessoas alardeiam muito suas vitórias, mas falam pouco das suas angústias, revelam pouco suas aflições, não dão bandeira das suas fraquezas, então fica parecendo que todos estão comemorando grandes paixões e fortunas, quando na verdade a festa lá fora não está tão animada assim.

É preciso amadurecer para descobrir que a grama do vizinho não é mais verde coisíssima nenhuma. Estamos todos no mesmo barco, com motivos pra dançar pela sala e também motivos pra se refugiar no escuro, alternadamente. Só que os motivos pra se refugiar no escuro não costumam ser revelados. Pra consumo externo, todos são belos, lúcidos, íntegros, perfeitos. "Nunca conheci quem tivesse levado porrada/todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo". Fernando Pessoa sacando que nada é o que parece ser.

Sua solidão, sua busca por paz interior, seus poucos e leais amigos, seus livros, suas músicas, fantasias, de desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na sua biografia, e pode ser mais divertido que uma balada em algum lugar distante. Pegar carona na alegria dos outros é preguiça, e quase sempre é furada. Quer festa? Promova-a dentro do seu apartamento.
(Martha Medeiros)

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Coração Blindado


Fácil falar
Fazer previsões depois que aconteceu
Fácil pintar o quadro geral
Da janela de um arranha-céu
Sem ter que sujar as mãos
Sem ter nada a perder
Sem o risco de pagar pelos erros que cometeu
Fácil achar o caminho a seguir
Num mapa com lápis de cor
Moleza mandar a tropa atacar
Da tela do computador
Sem o cheiro
Sem o som
Sem ter nunca estado lá
Sem ter que voltar pra ver o que restou
Com a coragem que a distância dá
Em outro tempo em outro lugar
Fica mais fácil
Fácil demais
Fazer previsões depois que aconteceu
Fácil sonhar condições ideais
Que nunca existirão
Sempre a distância
Sem noção
O que rola pelo chão
Não são as peças de um jogo de xadrez
Com a coragem que a distância dá
Em outro tempo em outro lugar
Tudo é tão fácil
(Engenheiros do Hawaii)

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Sozinha

No fundo sou sozinha. Há verdades que nem a Deus eu contei. E nem a mim mesma. Sou um segredo fechado a sete chaves. Por favor me poupe. Estou tão só. Eu e meus rituais. O telefone não toca. Dói. Mas é Deus que me poupa.
Clarice Lispector

sábado, 9 de agosto de 2008

Passado

Quando olho para o meu passado, encontro uma mulher bem parecida comigo - por acaso, eu mesma - porém essa mulher sabia menos, conhecia menos lugares, menos emoções.
Martha Medeiros

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

E também quero mais tempo livre ... e mais abraços.


Era uma festa familiar, destas que reúnem tios, primos, avós e alguns agregados que ninguém conhece direito. Jogada no sofá, uma garota não estava lá muito sociável, a cara era de enterro.

Quieta, olhava para a parede como se ali fosse encontrar a resposta para a pergunta que certamente martelava em sua cabeça: o que estou fazendo aqui?

De soslaio, flagrei a mãe dela também observando a cena, inconsolável, ao mesmo tempo em que comentava com uma tia.

"Olha pra essa menina. Sempre com esta cara. Nunca está feliz. Tem emprego, marido, filho. O que ela pode querer mais?"

Nada é tão comum quanto resumirmos a vida de outra pessoa e achar que ela não pode querer mais./ Fulana é linda, jovem e tem um corpaço, o que mais ela quer? Sicrana ganha rios de dinheiro, é valorizada no trabalho e vive viajando, o que é que lhe falta?

Imaginei a garota acusando o golpe e confessando: sim, quero mais!!!

Quero não ter nenhuma condescendência com o tédio, não ser forçada a aceitá-lo na minha rotina como um inquilino inevitável.

A cada manhã, exijo ao menos a expectativa de uma surpresa, quer ela aconteça ou não. Expectativa, por si só, já é um entusiasmo.

Quero que o fato de ter uma vida prática e sensata não me roube o direito ao desatino.

Que eu nunca aceite a idéia de que a maturidade exige um certo conformismo.

Que eu não tenha medo nem vergonha de ainda desejar.

Quero uma primeira vez outra vez.

Um primeiro beijo em alguém que ainda não conheço, uma primeira caminhada por uma nova cidade, uma primeira estréia em algo que nunca fiz, quero seguir desfazendo as virgindades que ainda carrego, quero ter sensações inéditas até o fim dos meus dias.

Quero ventilação, não morrer um pouquinho a cada dia sufocada em obrigações e em exigências de ser a melhor mãe do mundo, a melhor esposa do mundo, a melhor qualquer coisa.

Gostaria de me reconciliar com meus defeitos e fraquezas, arejar minha biografia, deixar que vazem algumas idéias minhas que não são muito abençoáveis.

Queria não me sentir tão responsável sobre o que acontece ao meu redor.

Compreender e aceitar que não tenho controle nenhum sobre as emoções dos outros, sobre suas escolhas, sobre as coisas que dão errado e também sobre as que dão certo.

Me permitir ser um pouco insignificante.

E na minha insignificância, poder acordar um dia mais tarde sem dar explicação, conversar com estranhos, me divertir fazendo coisas que nunca imaginei, deixar de ser tão misteriosa pra mim mesma, me conectar com as minhas outras possibilidades de existir.

O que eu quero mais? Me escutar e obedecer o meu lado mais transgressor, menos comportadinho, menos refém de reuniões familiares, marido, filhos, bolos de aniversário e despertadores.

E também quero mais tempo livre ... e mais abraços.
(Martha Medeiros)

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Eu sinto falta de querer fazer amigos em qualquer festa, só pra conhecer gente estranha e te contar depois. Agora, eu fico pelos cantos das festas. Voltei a achar todo mundo feio e bobo e sem nada a dizer. Porque eu acho que estava gostando mais das pessoas só porque te via em tudo. Agora as pessoas voltaram a me irritar. E eu voltei a ter que fazer muita força pra sair de casa.

(Tati Bernardi)

terça-feira, 3 de junho de 2008

As dores acabam

As dores acabam
Por Hilda Lucas - Publicado em 13/04/2008


É incrível, mas um dia toda dor acaba. É como acordar sem febre depois de
noites de agonia. Você se pergunta distraída: Onde está a dor que eu deixei
aqui? Foi embora, de repente, sem ser notada, sem alarde.


Um dia você percebe que alguma coisa parou de doer. Um dia você entende que
não precisa mais daquela dor. Um dia você sente preguiça de sofrer e tem
vontade de alongar a alma, estende-la ao sol.


As dores acabam por que a vida é maior e mais teimosa.


Quando se está no olho do furacão, no fundo do abismo, velando um ente
amado, rolando na cama vazia, a dor parece eterna, presença maciça,
definitiva, que tudo ocupa e devasta. Ela fica ali, sentada no sofá,
servindo-se do jantar, pulsando na outra metade do leito, rondando sua
intimidade, compartilhando sua rotina. Lê seus livros, vai ao cinema com
você, amiga íntima, inseparável. Torna-se familiar, corriqueira. Essencial.
Reverenciada. A dor é um dublê que ocupa o lugar deixado pela sua alma
ferida, encolhida, retirada. Despojo de toda perda. Matéria feita de
ausências.


Quando se está em dor, a frase que mais se ouve é: Vai passar... Nada como
um dia após o outro ou então, O tempo cura tudo! Naquela hora, tudo soa
ridículo, leviano, estúpido. Dá vontade de gritar, numa espécie de
arrogância e vaidade às avessas: Você não conhece a minha dor. A minha dor
é a maior do mundo e nunca vai passar!


Cuidado! A dor é aderente. Não se apegue demais, não se deixe seduzir. As
sombras não protegem apenas escondem. Não se aprisiona a dor sem tornar-se
prisioneiro dela. A dor pode virar um vício. Uma grande justificativa. Uma
explicação respeitável. O inferno consentido. Um destino e não um caminho.
O tumor alimentado com diligência. O veneno tomado solenemente.


A dor que não é doença tem prazo de validade. Cumpre um ciclo. É percurso,
mal necessário, remédio amargo. Expurgo. Esconjuro. Depuração. Quando ela
acaba deixa um vazio, um descampado que será aos poucos inundado pela sua
alma alargada, reintegrada que se espalhará como maré alta e tudo
contemplará.

As grandes dores parecem inesgotáveis, insaciáveis. Mas mesmo as dores
indizíveis, aquelas das perdas impronunciáveis, as dores abissais que
contrariam as leis da vida, mesmo essas um dia passam. Param de fisgar, de
sangrar. Cansam, aquietam. Libertam-se de nós e viram cicatrizes, marcas,
tatuagens.


É comovente e belo trazer no corpo e na alma as marcas das dores bem
vividas. Nada mais natural que fazer as pazes com nossas dores. Deixá-las
partir sem medo. Lembrá-las sem sobressaltos. Reconhecê-las. Afinal, “nós
também somos o que perdemos”.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Resposta ao Tempo

"E o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Prá tentar reviver".

(Resposta ao Tempo - Nana Caymmi)

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Todo Carnaval tem seu Fim


Eu sabia que no final ia ser assim. Tentei a muito custo fazer diferente, mas é sempre a mesma coisa. Mais um morto e enterrado com um pá de cal por cima. Desculpa, B, mas foi você quem quis assim...

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Estrada

"Desistir? Eu já pensei seriamente nisso, mas nunca me levei realmente a sério. É que tem mais chão nos meus olhos do que cansaço nas minhas pernas, mais esperança nos meus passos do que tristeza nos meus ombros, mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça." 
Cora Coralina

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Seguindo em frente

Passou pela minha cabeça voltar, mas o vento balançou os meus cabelos e mostrou que o caminho é para frente, reto e sem curvas.
Cora Coralina

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Outro Lugar

A gente sempre pode tentar a vida em outro lugar. 
E a gente sempre pode ser feliz.
E sorrir.
Renato Russo

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Indo embora

Finalmente já tenho o que fazer: ir embora. Na verdade a única coisa que estou sempre esperando e querendo é ir embora. De todos os lugares, de todas as pessoas. Eu não estou esperando nada a não ser o tempo todo sair de onde eu estou.
Tati Bernardi

domingo, 27 de abril de 2008

Aprendendo a viver

"Quando comecei a escrever, que desejava eu atingir? Queria escrever alguma coisa que fosse tranqüila e sem modas, alguma coisa como a lembrança de um alto monumento que parece mais alto porque é lembrança. Mas queria, de passagem, ter realmente tocado no monumento. Sinceramente não sei o que simbolizava para mim a palavra monumento. E terminei escrevendo coisas inteiramente diferentes.

Não sei mais escrever, perdi o jeito. Mas já vi muita coisa no mundo. Uma delas, e não das menos dolorosas, é ter visto bocas se abrirem para dizer ou talvez apenas balbuciar, e simplesmente não conseguirem. Então eu quereria às vezes dizer o que elas não puderam falar. Não sei mais escrever, porém o fato literário tornou-se aos poucos tão desimportante para mim que não saber escrever talvez seja exatamente o que me salvará da literatura.

O que é que se tornou importante para mim? No entanto, o que quer que seja, é através da literatura que poderá talvez se manifestar.

Até hoje eu por assim dizer não sabia que se pode não escrever. Gradualmente, gradualmente até que de repente a descoberta tímida: quem sabe, também eu já poderia não escrever. Como é infinitamente mais ambicioso. É quase inalcançável”

. Clarice Lispector in Aprendendo a Viver .

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Maré Ruim

"O tempo parou feito fotografia
amarelou tudo que não se movia
o tempo passou, claro que passaria
como passam as vontades que voltam no outro dia".
(Engenheiros do Hawaii)


Nos últimos meses só tenho tomado toco. É revoltante a quantidade de foras que já tomei ou de coisas erradas que me aconteceram. Passei a desejar, desde então, todos os dias, receber uma única e simples boa notícia, mas não, é só contrariedade. Chego a pensar que Deus tá meio que de mal de mim. Será que pedir desculpas, resolve? É que não sei o que fazer para agradá-lo, já entreguei minha vida, meu coração, já quis adorá-lo de verdade, mas nada deu certo.

Esse final de semana descobri que as únicas pessoas com as quais posso contar no mundo é a família - pai, mãe, irmãos. No meu caso, um único irmão. Esses nunca estão ocupados demais pra mim e sempre estão prontos a me estender a mão, caso seja necessário. Pelo menos é assim que eu vejo, não é possível que me decepcione com isso também. Mas pensar nisso me fez chegar a conclusão do quanto estou sozinha no mundo. E se essas únicas 3 pessoas forem embora da minha vida, o que será de mim? Não tenho marido, nem filhos, não tenho sequer um namorado-companheiro... ui! Ruim pensar isso...

Mas, o que posso fazer? Sigo a vida tentando me resignar ao que parece ruim. Corro atrás da felicidade e ela corre pra mais longe de mim. Engulo o nó na garganta pra não sufocar, quando não dá pra engolir, me tranco no quarto e no escuro choro tudo que não posso ter ou tudo que tomaram de mim, e espero essa maré ruim passar.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Metade

"Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio".
(Oswaldo Montenegro


Ontem à noite chorei forte deitada no chão no “grande” estilo dramalhão mexicano. Acordei com os olhos gordos, inchados, estufados. Eita, essa briga de sempre entre o que sou e o que gostaria de ser. Ou deveria ser.

Tudo aqui me sufoca: o calor, as paredes, os móveis, as coisas velhas que se acumulam aqui dentro e que não consigo jogar fora. Essa miopia que não me deixa enxergar, que não me deixa sorrir. Esse tanto a se fazer, a falta de motivação, o tempo jogado fora, os dias que são todos iguais e irritantemente ensolarados.

Ainda a velha vontade de ser feliz seja como for. A abstinência que não passa, mesmo depois de tantos meses, pois a lembrança dos raros momentos em que senti tanta paz é muito mais forte. Tudo tão antigo - a mesmice dos sentimentos, dos desejos, a mediocridade em mim.

Tanta coisa me faz falta. Tanta coisa que não me preenche. Nem escrever mais faz tanto sentido. A busca por algo que continuo sem saber o que é. A espera por alguém que me ame como eu sou, sabendo que nem eu mesma isso consigo. O desejo por uma única boa notícia.

Tudo parece tão definitivo, tão irrevogável, irrecuperável, inalcançável. Tanto mundo no mundo e eu aqui, sem nunca ter plantado uma árvore, sem nunca ter tido um filho, sem nunca ter escrito um livro. Os clichês, os jargões, as frases de pára-choque de caminhão, de livros de auto-ajuda; as lembranças do passado, os desejos do futuro, o idealismo, a credulidade, ah, como me cansam, me sufocam, me irritam.

Quando posso choro, durmo e acordo e não sei quem eu sou. Faço o que tenho que fazer e finjo que é aquilo que quero fazer. Tão pouco prazer, tão pouco sorrir. Tanta magreza, os cabelos que caem, os dentes que não param de crescer, tanta paranóia, tanto complexo, tantos sonhos, tanta complexidade.

Lamento os erros que cometi e que continuo cometendo. Tenho apenas uma única certeza: sou metade e não sei onde está a outra banda de mim.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Um dia.

Um dia vou parar de querer entender.
Um dia vou parar de dormir com essa idéia obsessiva, com esse desejo, essa vontade.
Um dia vou acordar sem essa saudade, sem essa angústia, esse medo e tanta ansiedade.
Um dia vou parar de lembrar, de voltar no tempo, desejar.
Vou parar com as lágrimas e o choro, vou parar de deixar o travesseiro molhado.
Vou parar de rolar na cama, pensando em mil coisas pra dizer, pensando em uma maneira de te encontrar.
Um dia vou parar de insistir, vou parar de te ligar, de te procurar e deixar você ir.
Vou parar de querer que seja diferente e aceitar as coisas e as pessoas como elas são.
Um dia vou parar de lembrar que gosto tanto da tua voz, da tua cor, do teu sorriso, do teu sotaque, das tuas mãos, do teu carinho, do teu corpo tão magrinho, da tua pele tão quente.
Um dia vou parar de lembrar tanto de você e pensar mais em mim.
Vou parar de querer viver uma vida com você e viver a vida que tenho pra viver.

Um dia...

mas hoje eu só queria mais uma chance de ficar perto de você novamente. Esqueço até que foi você quem quis assim. Foi uma escolha sua ficar longe. Foi você quem escolheu terminar tudo no meio e não no fim.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

O que é pior?

Pensando...
não sei o que é pior: morrer afogado por preguiça de nadar
ou nadar, nadar e morrer na praia?

domingo, 30 de março de 2008

Longas Cartas Pra Ninguém

"Enforcar-se é levar muito a sério o nó na garganta."
(Mário Quintana)


Queria que tivesse me ligado hoje, mas não foi o que aconteceu. É sempre assim, você só me liga quando eu menos espero, então passa a me ligar todos os dias e depois some por um bom tempo. Ah, agora é a hora de sumir, né? Nem sequer vou poder pensar em te ligar e ficar relutando em fazer isso. Pra onde você vai não há contatos, ou pelo menos por enquanto eu não tenho nenhuma. Só sei que teu silêncio e tua distância fazem com que teus defeitos fiquem mais evidentes, fazem com que eu lembre só das coisas ruins.

Amanhã eu volto a trabalhar, assim como você, depois de 3 meses de nada fazer. Fico por aqui, enquanto você muda pra mais longe de mim. Vontade de não criar laços, não ter raízes, assim como você. Vontade de doar minhas roupas quando se mostram usadas demais, da mesma forma que você faz. Já fui muito apegada a pessoas e coisas, hoje não quero mais. Não quero me apegar a ninguém, a nada, a lugar nenhum. Quero sair por aí, pelo país, pelo mundo, pela vida. Pena que o medo me paralise e eu permaneça aqui mesmo, estática, parada, sozinha, perdida, calada.

terça-feira, 25 de março de 2008

Sempre a mesma coisa

“Tudo é sempre a mesma coisa, o mesmo jeito, toda vez.
Tudo é muito relativo e a distância já nos fez.
Somos serra e litoral, nosso final é simples: tchau”!
(Catedral)


Chove lá fora, mas aqui dentro está muito quente.
Tento, sabendo que é em vão, recuperar o tempo que perdi em noites mal dormidas, em manhãs de sono, em sonhos quase pesadelos, em pensamentos desnecessários, em sentimentos dilacerados, em espera inútil, em desânimo mórbido. Em vão. O tempo perdido nunca mais é recuperado. Faço o que tenho que fazer e descubro que ainda tenho muito a resolver. Lamento mais ainda ter perdido tempo com o nada, achando que mais nada eu tinha a fazer.

Ainda a mesma mania de fazer várias coisas ao mesmo tempo, e assim assisto um filme, escrevo minha monografia, ouço músicas escolhidas com letras direcionadas pra mim e pra alguém, sinto saudade.

Lembro de tanta coisa passada, lembro do que foi interrompido, das risadas quebradas, do idealismo estúpido. Lembro da neblina vista da janela do sobrado na madrugada daquele interior tão calmo e me sinto sufocar.

Lembro também do tempo que não vivi e dos dias que pareciam não ter horas, onde tudo era igual, onde eu só dormia, tomava remédios e ia ao banheiro, intercalando esses momentos com vários exames, idas a vários médicos e a espera por alguém que nunca voltou. Mas isso foi há alguns meses. Sim, o tempo é relativo, mas existem as horas para contá-lo e tudo passa. Ou quase tudo.

Sinto um medo paralisante, medo de não conseguir o que quero, de ficar doente novamente, de perder mais uma vez.

Vontade de voltar a trabalhar, de ver gente, rir, conversar, produzir, ser útil outra vez, se algum dia eu fui. Vontade de crescer, mudar, corrigir os defeitos, fazer diferente. Deixar de dizer e fazer tudo igual. Deixar a mesmice de sentimentos pra trás. Mas, - incoerência! - sinto vontade de encontrá-lo novamente, só pra nada dizer, apenas olhar em seus olhos e sorrir.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Saudade da gente

Eu chorava e não entendia, apenas não entendia, e não entender dói, e a dor fazia com que eu chorasse. Eu sentia saudade, uma saudade apertada da gente, principalmente da gente. 

--Caio Fernando Abreu.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Fim de festa

"Eu tava tão quieta, sozinha, acostumada a meus devaneios e sonhos. Aí vem alguém,entra rapidinho,faz a maior festa e deixa a maior bagunça para eu arrumar sozinha de novo e ainda parte sem dizer adeus".

Fim de festa. Assim me sinto.
Ele chegou do nada, entrou na minha vida, me fez rir, me fez feliz, fez festa no meu viver, mas por tão pouco tempo... foi embora, nem se despediu e deixou uma bagunça enorme que não consigo terminar de arrumar nunca.

Hoje falo com ele e o desconheço completamente. Não sei quem ele é. Não é a pessoa que eu conheci. Queria ele idealizado de volta, mas ao mesmo tempo queria conhecer ele real com todos os defeitos e qualidades, mas sem mentiras, sem enganos. Queria que se tivesse que acabar, que fosse no fim, quando acabasse o sentimento, mas não queria essa coisa interrompida, partida, suspensa no ar, indefinida.

Pra falar a verdade, queria voltar a trabalhar com ele na mesma cidade, ficar perto, conhecê-lo mais, sem sofrimentos, sem esse aperto no peito que me deixa sem ar.

São tantos sonhos quebrados pela realidade. Mas a gente teima e segue dormindo e sonhando e querendo. Até quando, hein?

segunda-feira, 3 de março de 2008

Das Coisas que Eu Entendo

"Oh, meu amigo, eu esperei tanto tempo por respostas
E depois de tanto tempo
Ainda havia mais pra esperar

Então eu sentei e esperei
E resolvi desprezar o tempo
Eu não sabia mais o que vestir e eu não tinha mais pra onde ir"...

(Das Coisas que Eu Entendo - Nenhum de Nós)



Soberana#

domingo, 2 de março de 2008

Te extraño

Nada a dizer. Só a cantar!


"Sou um animal sentimental
Me apego facilmente ao que desperta meu desejo".
(...)
"Tínhamos a idéia, você mudou os planos
Tínhamos um plano, você mudou de idéia".
(...)
"Antes eu sonhava, agora já não durmo".

(Sereníssima - Legião Urbana)


Te extraño
Armando Manzanero
Composição: Armando Manzanero

Te extraño
como se extrañan las noches sin estrellas
como se extrañan las mañanas bellas
no estar contigo por dios que me hace daño.

Te extraño
cuando camino caundo lloro cuando rio
cuando el sol brilla cuando hace mucho frio
porque te siento como algo muy mio.

Te extraño
como los arboles extrañan el otoño
en esas noches que no concilio el sueño
no te imaginas amor como te extraño.

Te extraño
en cada paso que siento solitario
cada momento que voy viviendo a diario
estoy muriendo amor porque te extraño.

Te extraño
cuando la aurora comienza a dar colores
con todas tus virtudes con todos tus errores
por lo que quieras no se pero te extraño.

E como ele ainda me faz falta... num vou mentir...

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Meros devaneios tolos

Triste é ter sono e não conseguir dormir. Nunca pensei que fosse sofrer de insônia, nunca tive problema pra dormir, "arrumei" isso quando cheguei aqui. Ê, ê, aí, hein?
Por isso escrevo posts longos que parece que ninguém lê. Tenho recebido pouquíssimos comentários, porém, valiosos. E vai mais um post longo de uma das minhas séries.

Meros devaneios tolos - Parte III


[Escrito em 3.12.05 12:30 AM]

É estranha a efemeridade dos momentos e situações. Parece que foi ontem que recebi uma ligação no meio do expediente de alguém bem longe de mim que voltava da praia com sua prancha e dizia: "Vi esse mar lindo azul e lembrei de você!"
Às vezes penso que o gostar é uma grande mentira. Todos fingem que amam e que querem ser amados, quando na verdade é apenas ilusão, uma confusão de reações químicas e joguetes da imaginação. Analisando friamente: Por que ele lembrou de mim quando viu o mar azul? Não tenho olhos azuis. Nunca estive com ele em frente de mar nenhum. A única coisa que existia era papo, conversas intermináveis, palavras apenas. Agora, se por algum motivo ele lembrou de mim... pra quê me dizer? Eu não estava pedindo pra saber. Meses depois não estava eu perto dele, perto desse mar? E nem por isso pensou em mim... sequer olhou direito pra mim. São essas coisas que não consigo entender...

"Falas de amor, e eu ouço tudo e calo
O amor na Humanidade é uma mentira.
E é por isto que na minha lira
De amores fúteis poucas vezes falo.

O amor! Quando virei por fim a amá-lo?!
Quando, se o amor que a Humanidade inspira
É o amor do sibarita e da hetaíra,
De Messalina e de Sardanapalo?

Pois é mister que, para o amor sagrado,
O mundo fique imaterializado
— Alavanca desviada do seu fulcro —

E haja só amizade verdadeira
Duma caveira para outra caveira,
Do meu sepulcro para o teu sepulcro"?!

(Idealismo - Augusto dos Anjos)
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Depois de tentar ver o pôr-do-sol e só conseguir chegar quando ele já se escondia no mar, nos sentamos num banco em frente ao farol. Enquanto ele cantava pra mim uma música que falava de despedida (acho que só pra me irritar), um grupo de pessoas se posicionou bem na nossa frente pra tirar uma foto do melhor ângulo do Farol da Barra. O fotógrafo dava as diretrizes para uma senhora e duas crianças, e então percebemos que também saíriamos na foto e saíriamos bem! Ele, como sempre divertido, encostado em mim, a minha frente, se ajeita no banco fazendo uma pose, põe um sorriso nos lábios e sem retirá-lo diz: "Bb, a gente vai sair na foto! Sorria pra foto, Bb, sorria pra foto"!!! Olhei pra ele e vi ainda o sorriso estático, típico dos que estão sendo fotografados, e pus no rosto o mesmo sorriso olhando fixamente para a câmera alheia.
O retratista notando nossa atitude, nos olha, baixa a câmera e fala para a senhora: "Aqui não dá, vamos mais pra frente". E saiu puxando a mulher com as duas crianças para um lugar onde ficaríamos completamente fora do foco, fazendo nosso sorriso murchar. Murchou, mas eu nunca ri tanto na minha vida! Lembrava da ousadia dele, eu seguindo seu conselho, do sorriso dele pra foto, e ria, ria do fotógrafo indo embora nos frustrando e ria muito. Ri como há muito tempo não tinha rido. Cheguei em casa e continuei rindo toda vez que lembrava. Ri até doer as costas. Ri deitada no chão sem me controlar. E ele só me olhava, incrédulo, e ria também com um sorriso lindo de dentes brancos, com um olhar lindo, como há muito tempo eu não tinha visto.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

A verme

Tendo a plena convicção que meu blog anda muito chato (chato pra quem lê, pra mim tá uma delícia, como sempre!), resolvi voltar um pouco aos velhos e bons tempos de historinhas leves e divertidas sobre o "dia-a-dia do meu cotidiano".


A verme.

Bom, alguns sabem que eu passei um tempo bem doente. Nesse tempo minhas primas-irmãs-queridas-e-amadas vieram cuidar de mim, dar remedinho, fazer comidinha, essas coisas, mas o mais importante elas fizeram por mim e que ajudou na minha cura: me fizeram rir e rir muito!

Estava eu, Siri-na-lata e a Cafuçu, exatamente nessa ordem, lado a lado, sentadas na cama. Eu e a Cafuçu, dupla de hipocondríacas, falando de doença o tempo todo, comentando sobre as vezes que fomos parar na urgência, as injeções, as dores, os remédios, conversando sobre isso empolgadíssimas! Siri-na-lata, coitada, completamente fora do contexto, calada, no meio de nós duas, olhando de um lado pra o outro, não sabia o que fazer para adentrar na conversa. Coisa chata é não saber conversar sobre um determinado assunto, né? Então, ela estava se sentindo excluída, com certeza, e quando já não suportava esse sentimento, falou num rompante, nos interrompendo:

"E eu que tenho uma verme"!

Paramos para ouvir a sua história. "Eu já comprei o remédio, mas tem que parar 10 dias de beber pra tomar esse remédio e eu ainda não consegui".

"Pois, Siri-na-lata", continuo, tentando incentivá-la, "você tem que parar, minha filha, porque senão, essa verme vai crescer e uma hora ela vai ter que sair de dentro de você, por algum lugar"!

Siri-na-lata grela o olho e a Cafuçu (vulgo: Siri-nega-do-zói-verde) continua: "É verdade, você tem que parar e tomar o remédio, porque ela cresce mesmo".

E Siri-na-lata: "Cresce quanto? De que tamanho ela fica"?

Eu faço com as mãos um tamanho aproximadamente de 50 cm, enquanto Siri-na-lata me olha assustada. Ao mesmo tempo que eu, a Cafuçu faz o mesmo gesto, só que num tamanho bem menor que o meu. Bem menor mesmo, o que era mais lógico e mais correto, já que ela, futura bióloga, deve já entender do assunto, mas que não ajudaria muito a incentivar a nossa querida prima, a largar por um tempo a cervejinha de quase todo dia para combater a verminose.

Siri-na-lata estava olhando pra mim, de lado pra Siri-nega-do-zói-verde, mas rapidamente virou e viu que não concordávamos com o tamanho da tal verme. Cafuçu, essa, tentou consertar seu fora e aumentou um pouco o tamanho imaginário da verme. Aumentou, depois diminuiu um pouco, aumentou, diminuiu de novo, isso tudo rapidamente, com as mãozinhas abertas. Ficou vacilante. Siri-na-lata notando nossa discordância, então pergunta:

"Sim, mas de que tamanho é essa verme mesmo"?

Caímos na risada. Deu vontade de dizer: "Do tamanho do rabo da mãe"!* Mas por respeito a nossa tia, apena rimos muito.

p.s.1: Soube ontem que ela finalmente conseguiu parar de beber por 10 dias e tomou o remédio pra verme. Mas isso só bem depois do carnaval.
p.s.2: * "Do tamanho do rabo da mãe"! é a frase final de uma piada sobre padre.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Só hoje deu pra escrever "sobre"

Apesar de hoje estar mais decepcionada com outras pessoas e fatos passados. Ainda bem que eu sempre consigo "cagar e andar" para aqueles que me decepcionam. Perdoem-me o termo, mas é "cagar e andar, pra não fazer monte grande" messsmo. Porque tem muita gente mesquinha e medíocre pelo mundo que não merece minhas lágrimas. Não merecem nenhum tipo de sentimento meu.

E...

Adeus, meu quase amor. Antes dia 15 era a data pra se comemorar, ultimamente os dias 19 de cada mês são sempre de despedidas. Pela enésima vez me despeço de você. Dessa vez de uma maneira horrível. Seria a última?
Adeus, meu sonho sem esperança. Ficam apenas as imagens, os meros devaneios tolos: você andando de mãos dadas comigo, você dançando comigo na sala da minha casa, você beijando meus lábios quando foi embora...

"We walked along a crowded street
You took my hand and danced with me
Images

And when you left you kissed my lips
You told me you'd never ever forget these images, no

I never want to see you unhappy
I thought you'd want the same for me

Goodbye, my almost lover
Goodbye, my hopeless dream
I'm trying not to think about you
Can't you just let me be?
So long, my luckless romance
My back is turned on you
I should've known you'd bring me heartache
Almost lovers always do

I cannot go to the ocean
I cannot drive the streets at night
I cannot wake up in the morning
Without you on my mind
So you're gone and I'm haunted
And I bet you are just fine
Did I make it that easy for you
To walk right in and out of my life?

Goodbye, my almost lover
Goodbye, my hopeless dream
I'm trying not to think about you
Can't you just let me be?
So long, my luckless romance
My back is turned on you
I should've known you'd bring me heartache
Almost lovers always do".

(Almost Lover - A Fine Frenzy)

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Clichês

Entre o amor e o ódio existe um linha tênue.
Eu o odeio de todo o meu coração.

(Meu Deus, como eu sou piegas!)

"Eu só queria distância da nossa distância".
(É Mágoa - Ana Carolina)

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Consentimento

Marcha de Cecília Meireles.
Perfeito pra hoje.

"As ordens da madrugada
romperam por sobre os montes:
nosso caminho se alarga
sem campos verdes nem fontes.
Apenas o sol redondo
e alguma esmola de vento
quebram as formas do sono
com a idéia do movimento.

Vamos a passo e de longe;
entre nós dois anda o mundo,
com alguns mortos pelo fundo.
As aves trazem mentiras
de países sem sofrimento.
Por mais que alargue as pupilas,
mais minha dúvida aumento.

Também não pretendo nada
senão ir andando à toa,
como um número que se arma
e em seguida se esboroa,
- e cair no mesmo poço
de inércia e de esquecimento,
onde o fim do tempo soma
pedras, águas, pensamento.

Gosto da minha palavra
pelo sabor que lhe deste:
mesmo quando é linda, amarga
como qualquer fruto agreste.
Mesmo assim amarga, é tudo
que tenho, entre o sol e o vento:
meu vestido, minha música,
meu sonho e meu alimento.

Quando penso no teu rosto,
fecho os olhos de saudade;
tenho visto muita coisa,
menos a felicidade.
Soltam-se os meus dedos ristes,
dos sonhos claros que invento.

Nem aquilo que imagino
já me dá contentamento.

Como tudo sempre acaba,
oxalá seja bem cedo!
A esperança que falava
tem lábios brancos de medo.
O horizonte corta a vida
isento de tudo, isento...
Não há lágrima nem grito:
apenas consentimento".
Gosto de escrever, mas não consigo desenvolver minha monografia. Doida pra ter um pingo de disciplina, um pingo só. Mas sigo sem concentração, mesmo cheia de inspiração, porque o dom da escrita não é ter um coração partido, amiga?

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Expectativas x Perspectivas

expectativa
s. f.,
esperança baseada em supostos direitos, probabilidades ou promessas;
esperança;
probabilidade;
expectação.

perspectiva
s. f.,
arte de representar num plano os objetos tais como se apresentam à vista, conforme a sua posição e distância;
aspecto que apresentam os objetos vistos de longe;
panorama;
aparência;
miragem;
probabilidade.
em -: esperado no futuro.

Estou trocando um pelo outro, sem nem saber ao certo seus reais significados. Mas tá sendo muito bom estar cheia de perspectivas. Não sei por que as expectativas trazem sempre um certo tom de decepção. E sinto que coisas boas virão!!!

E por que eu sou sempre tão cismada? Farejo mentira e falsidade à distância, por telefone, por carta, por e-mail. A voz e as frases escritas ou ditas não me convencem. Tão ruim ver isso em quem a gente gosta. Tão ruim saber que mesmo duvidando de tudo ainda dou certo crédito. Ah, tinha esquecido que a isso dão o nome de ceticismo. Esqueci também que ser cética fez com que alguém gostasse muito de mim. Pelo menos eu ACHO que ele goste muito de mim...

domingo, 17 de fevereiro de 2008

As Possibilidades Perdidas

Fiquei sabendo que um poeta mineiro que eu não conhecia, chamado Emilio Moura, teria completado 100 anos neste mês de agosto, caso vivo fosse. Era amigo de outro grande poeta, Drummond. Chegaram a mim alguns versos dele, e um em especial me chamou a atenção: "Viver não dói. O que dói é a vida que não se vive". 

Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz. Sofremos por quê? 

Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade interrompida. 

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar. Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender. Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada. Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar. 

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: se iludindo menos e vivendo mais. 



Canção (Emilio Moura) 

Viver nao dói. O que dói 
é a vida que se não vive. 
Tanto mais bela sonhada, 
quanto mais triste perdida. 

Viver não dói. O que dói 
é o tempo, essa força onírica 
em que se criam os mitos 
que o próprio tempo devora. 

Viver não dói. O que dói 
é essa estranha lucidez, 
misto de fome e de sede 
com que tudo devoramos. 

Viver não dói. O que dói, 
ferindo fundo, ferindo, 
é a distância infinita 
entre a vida que se pensa 
e o pensamento vivido. 

Que tudo o mais é perdido.


Texto escrito em 20 de agosto de 2002 por Martha Medeiros.  Fala sobre as coisas sonhadas e não vividas - são essas que mais doem. Mas tudo vem desse idealismo que mora dentro da gente. Por isso que às vezes acho muito mais fácil ser pragmática, idealismo demais fere e nos deixa paralisado. Acho que é isso, ah, sei lá, cara... rs! 

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Mente vazia

Acho que voltei aos dias em que nada tenho a comentar. Vai uma música aqui, uma poesia acolá... romântica nunca vou deixar de ser, mas agora já não sou mais a apaixonadinha que aceita tudo sem se manifestar. Também não quero mais o papel da solitária carente. Nem da engenheira de 30 anos que não sabe se virar. Decidi ser uma mulher completa (hahaha!!!) e vou aprender a cozinhar. Aproveitar mais o mar azul de Salvador. O céu lilás de fim de tarde. Os amigos. O tempo. Estou cheia de planos. E a velha vontade de conhecer o velho mundo.
Lembrei que alguém quis me irritar contando a história do animal, a apaixonadinha e o mineiro encantado, história sem graça pra minha vida que teima em ser tão racional. Acho que também vou deletar alguns patéticos do msn.

"O dia mente a cor da noite
E o diamante a cor dos olhos
Os olhos mentem dia e noite a dor da gente"

"Enquanto houver você do outro lado
Aqui do outro eu consigo me orientar
A cena repete a cena se inverte
Enchendo a minh'alma d'aquilo que outrora eu deixei de acreditar

Tua palavra, tua história
Tua verdade fazendo escola
E tua ausência fazendo silêncio em todo lugar

Metade de mim
Agora é assim
De um lado a poesia, o verbo, a saudade
Do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim
E o fim é belo, incerto... depende de como você vê
O novo, o credo, a fé que você deposita em você e só
Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você
Só enquanto eu respirar".

(O Anjo Mais Velho - O Teatro Mágico)

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Tarde demais

Existem coisas piores que estar sozinho
mas geralmente leva décadas para entender isso
e quase sempre quando você entende é tarde demais.
E não há nada pior que tarde demais.

Charles Bukowski

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Vida amarga, como é doce a dor da palavra dita de tão longe, dita de tão longe, dita de tão longe...
(Teatro Mágico)


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Lama

Eu tirei você de mim da pior maneira possível.
Eu lhe arranquei da forma mais odiável, suja e covarde.
Mas perdoe-me se não consigo sentir nojo de mim agora,
já chorei tudo que tinha pra chorar,
e qualquer coisa é menos dolorosa do que ver, sem você,
o tempo passar.

Mas...

"Não, não passa o tempo
Ao menos para mim
Tomo comprimidos e sigo sem dormir
Vejo tantos portos, não há onde atracar
Já não existem laços, alguém cortou
Trac, trac, trac
Todos os perfumes, todo aquele lugar
Todas as misérias e tudo mais que há
Cada movimento do sol sobre você
Cada móvel velho e cada anoitecer
Yeah, yeah...

Dá-me tu amor, solo tu amor
Solo dá-me tu amor

Poucas garantias há para nós dois
Nada neste mundo tem tanto valor
Todos os vizinhos parecem saber
E lançam seus olhares sobre eu e você
Yeah, yeah...

Veio todo mundo, a Rádio e a TV
Veio o comissário, anjos do céu também
Todos querem algo, sangue ou não sei quê
Em todo Universo nada lhes dá mais prazer
Yeah, yeah...

Dá-me tu amor, solo tu amor
Solo dá-me tu amor".

(Trac Trac - Os Paralamas Do Sucesso)

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Trinta Anos

Ele foi o primeiro a me ligar. Ficamos 1 hora ao telefone. Novamente não dormi à noite com tantas palavras que pulavam na minha cabeça. Além dos "parabéns", teve "eu amo você", "não quero ficar longe", "estou com muita saudade", "você é especial", teve até um certo "volta pra mim". Não sei se são mentiras ou se seriam meias-verdades. Agora é tão difícil perdoar e acreditar. Mas não posso esconder de mim, eu queria, queria sim...

Trinta Anos
Os Paralamas Do Sucesso
Composição: Hebert Vianna

Chove à noite, chove
Os dois pés no chão
Só me faltam nove
Só me resta a visão
Ordem, quem quiser se vire, ordem
Eu vou atrás de mim
Vale tudo, vale livre, pasmem!
A voz me disse sim
Dorme à noite, dorme
Só eu é que não
Quadro que comove
Olhos, pés e mão
Ainda ontem, ainda há uma chance
A vida vive em mim
Bem maior tão desigual, bastante
E torna a dizer sim
Eu disse eu te amo
Me sentei no chão
São os trinta anos
E este colchão
E uma onda que não muda nunca
A dor que vai e vem
São remotas sensações longínquas
Agora eu lembro bem

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Dia feliz

Não dizem que a vida é feita de momentos felizes? Então...
Em Aju, com amigas, com primas, família, pessoas e coisas queridas por perto.
E já disse que me sinto PODEROSA dirigindo? Apois!

E amanhã completo 30 anos. Estava assustada com a minha saída da casa dos 20, mas hoje, agora, estou me sentindo... assim...

SOBERANA!!!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Boas palavras




"Seja como for o que penses, creio que é melhor dizê-lo com boas palavras."
William Shakespeare

Pela primeira vez passei a noite insone. Não preguei o olho. Não consegui dormir nada. Não tive uma gota de sono. Só vi estrada-estrada-estrada, um calor miserável, um aperto na poltrona 45, um cara espaçoso do lado e uma raiva, uma raiva dele, de mim, de tudo, uma raiva que me consumiu o caminho inteiro.
Fiquei a me martirizar por 4 horas e meia. Proferindo mil impropérios na memória, querendo dizer mil desaforos. É bom mesmo que não me ligue. Nunca mais.
Uma vez me perguntaram por que eu gostava dele e eu respondi: "Por que ninguém nunca me tratou tão bem". Agora vejo ele sumir quando eu mais precisava da companhia e da ajuda de todo mundo, me descartou, me deixou pra trás. Ninguém nunca me tratou tão mal. Nem o mais ridículo e cruel dos meus ex-namorados (que, diga-se de passagem, se mostram cada vez mais patéticos, depois conto).
Pela primeira vez comi strogonoffe (sei lá como se escreve) de soja com arroz carregado no alho às 5 da manhã. Coisa boa é voltar a gostar de comer.
Pela primeira vez vi o céu enquanto o sol nascia. Vermelho, laranja, azul-escuro-amarelado. Bonito. Quando se está triste demais gosta do pôr-do-sol. O inverso seria verdade?
Dormi pouco. Acordei com gosto de briga na boca, como se tivesse discutido até o último fôlego.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Besteira


"Se tanto me dói que as coisas passem
É porque cada instante em mim foi vivo
Na busca de um bem definitivo
Em que as coisas de Amor se eternizassem".
(Sophia de Mello Breyner)

Besteira. Você sempre espera demais de todo mundo. No mundo existem pessoas ruins, sabia? Pessoas muito ruins... não lhe contaram isso? Ainda não percebeu isso?
No final resta só você juntando os caquinhos. Surpreende-me ainda existirem caquinhos!
No final resta apenas o vazio, a presença da ausência e todas essas besteiras que você gosta de escrever, sobre cheiros, sons, ventos, cores e sonhos dilacerados.
Sim, ele te deixou pra trás como quem deixa a farda usada esquecida no armário.
Sim, ele rasgou tuas cartas, tuas fotos, tuas lembranças e nunca mais te ligou.
Sim, você acorda e lembra dele, mas e daí, ele não lembra de você.
Sim, ele age como se você nunca tivesse existido. Qual a novidade? Não é sempre assim? No final termina só você com você mesma e a vida segue.
Não pode culpá-lo, pois quando olha algumas fotos, também não sente vontade de se esquecer num armário qualquer, meio caindo aos pedaços, como uma farda usada por alguns meses e que já não serve mais?

(...)

Nem sei por que um único momento se repete constantemente em minha memória. O dia inteiro. O tempo inteiro.

Final de novembro. Cidadezinha estranha. Rota de caminhões e carretas com cargas pesadas. Posto de gasolina, churrascaria. Depois de um dia de trabalho, ele deita de cabelo molhado em meu colo numa sala impessoal, enquanto eu lia uma revista deixada ali de propósito.
Rodoviária. Um nó na garganta, ele pergunta: "Onde vai passar seu natal"? Vontade de responder: "Eu só queria estar com você"..., mas preferi falar: "Ainda não sei". E ele continuou contando seus planos de final de ano nos quais eu não estava incluída.
Ônibus. Volto pra casa. Capacete branco no colo. Bota na sacola. Coração na mão. Torpedo dele que diz: "Aqui tá vazio sem você". Duas lágrimas grossas caem. Choro, sem vergonha das pessoas ao meu lado. Olho pela janela lá fora.

Aqui também tá vazio sem você...

(...)

Sim, é tudo besteira.
E você, aos 30, continua mais patética do que nunca - e daí se com ele você aprendeu a gostar de água com gás e na geladeira ainda tem uma garrafinha que ele comprou?

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Adeus.

"Tudo quanto vive, vive porque muda; muda porque passa; e, porque passa, morre.
Tudo quanto vive perpetuamente se torna outra coisa, constantemente se nega, se furta à vida."
(Fernando Pessoa)

Adeus.

"E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas ilusões de que tudo podia ser meu para sempre".

In, Não te Deixarei Morrer David Crockett, Miguel Sousa Tavares

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Eu Ando Assistindo Muito Filme

"A vida não é um livro. Pode terminar em um minuto. Eu estava almoçando com minha mãe no Delay Plaza e um homem foi morto bem na minha frente. Ele morreu nos meus braços. E eu pensei: 'Isso não pode acontecer no dia dos namorados'. Pensei em todos os que o amavam, esperando em casa e que nunca mais o veriam de novo. Depois pensei: 'E se não houver ninguém? E se alguém passar a vida inteira sozinho esperando'? Fui a casa do lago procurando uma resposta e achei você. Mas acho que que me perdi. Eu me perdi nessa linda fantasia em que o tempo parou. Mas não é realidade. Preciso aprender a viver a vida que tenho. Por favor, não escreva mais. Não tente me encontrar. Permita que eu esqueça você". (A Casa do Lago)
(...)

"Eu devia ter ido embora...depois que a Josefine morreu não restou mais nada aqui para amar"!
(O Sorriso de Monalisa)
De Salvador, agora só me restou esse curso, com as suas baianitas, perlitas, martensitas e ferritas. O futuro a Deus pertence. O que tiver que ser, será. Espero que a gente se encontre num tempo não muito distante, porque eu não sei esperar. A companhia dele fazia meu coração ficar calmo, me dava paz, ele era a minha motivação e de repente parece que alguém morreu. De repente tudo dói, dói até em lugares que eu nem sabia que existia...
(O Amor Não Tira Férias)

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Injusto

Hoje na solidão ainda custo
A entender como o amor foi tão injusto
Pra quem só lhe foi dedicação

 --Chico Buarque

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui?
Isso depende muito de para onde queres ir - respondeu o gato.
Preocupa-me pouco aonde ir - disse Alice.
Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas - replicou o gato.

-- Lewis Carroll


segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

O amor faz o mundo girar



'Oh, é o amor, é o amor que faz o mundo girar!'
"Alguém disse", sussurrou Alice, "que ele gira porque cada um cuida dos seus interesses!"
"Ah, bem! É mais ou menos a mesma coisa", disse a Duquesa, enfiando o pequeno queixo pontudo no ombro de Alice, enquanto acrescentava, "e a moral disso é... 'Tome conta do sentido, e os sons tomarão conta de si mesmos'. 
"Como ela gosta de achar moral em tudo!", pensou Alice consigo mesma.


(Lewis Carrol - Alice no País das Maravilhas. O livro mais louco que já li. Mas é como disse o gato: "Todos aqui são loucos").

sábado, 19 de janeiro de 2008

Recomeçar

εïз


É hoje. É daqui há pouco. E no meu estômago tem tantas borboletas chamegando que dói. Dá vontade de abrir a boca e deixá-las voar, como "A Espera de um Milagre". Sim. Um milagre. E eu vou esperar.

Recomeçar

"Com o tempo, você vai percebendo que,
para ser feliz com uma outra pessoa você precisa,
em primeiro lugar, não precisar dela.
Você aprende a gostar de você,
a cuidar de você, principalmente,
a gostar de quem também gosta de você.
O segredo é não correr atrás das borboletas...
é cuidar do jardim
para que elas venham até você.
No final das contas, você vai achar
não quem você estava procurando...
mas quem estava procurando por você!"


.........................(\ï/)..
..(\ï/)..................(/l\)..
..(/l\)........................

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

El amor


"El amor todo lo disculpa, todo lo cree, todo lo espera, todo lo soporta"...


E eu esperei o mês inteiro. Sim, entre vigílias e sonos, esperei. E agora é estranho que faltem menos de 2 dias e eu já tenha me despedido dele antes de reencontrá-lo. Agora em meu coração, acho que definitivamente. Novamente aquele gosto de morte na boca, gosto ruim, mas familiar. O medo do tempo passar e chegar o dia em que, reencontrando-o, não o reconheça - "não, não foi esse que eu amei". Mais um deletado. Apagado. Ando tão pateticamente repetitiva. Quando tudo novo vai se fazer? Quando vou parar de esquecer minhas metas e ser reincidente nos meus erros? Sei que foi uma mudança repetina e involuntária de planos... sei... é.... mas acho que tava mesmo na hora de morfar. Que assim seja.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Perfeita Simetria

Toda vez que toca o telefone
Eu penso que é você
Toda noite de insônia
Eu penso em te escrever
Pra dizer
Que o teu silêncio me agride
E não me agrada ser
Um calendário do ano passado
Prá dizer que teu crime me cansa
E não compensa entrar na dança
Depois que a música parou...

(Perfeita Simetria - Engenheiros do Hawai)

Sabe quando você sente saudade de alguém e nem se dá conta disso?
Meu irmão. Meu único irmão. Aquele que tem cabelos quase nos ombros parecendo molinhas. Todas as manhãs ele tocava violão, já de banho tomado e arrumado, esperando dar a hora pra ir ao trabalho. Da última vez que estive em Aracaju, ouvir o meu irmão tocando violão e cantando fez doer meu coração de saudade. Eu sentia falta disso e nem sabia.

Esses último mês pareceu a mim como se eu estivesse em coma. Só dormi, fiz exames, fui ao banheiro inúmeras vezes, quase não comi, permaneci deitada e esperei. Esperei por ele. Esperei o mês passar. Agora só faltam 7 dias e de repente pareço não me importar que sejam só 7.

Ah, e hoje 4+1 (mesmo de ausência) também é igual a 5. Sinto muita saudade.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Você não faz idéia

- Você não faz idéia, Laila.
- Idéia de quê? - indagou a menina, virando para olhar a mãe. - O que é que eu não sei?
Lentamente, a mãe levou a mão ao peito e bateu num ponto.
- Aqui. O que acontece aqui. - E deixou a mão cair, acrescentando:
- Você não faz idéia.

(Khalede Hosseini - A Cidade do Sol)

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Tomara

Tomara
Que você volte depressa
Que você não se despeça
Nunca mais do meu carinho
E chore, se arrependa
E pense muito
Que é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho

Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz

E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais...

(Vinícius de Moraes)

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Esperar

"Foi nessa semana que Laila se convenceu de uma verdade: de todas as dificuldades que uma pessoa tem de enfrentar, a mais sofrida é, sem dúvida, o simples ato de esperar".
(Khaled Hosseini - A Cidade do Sol)

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

O que é que há

"Telefona, não deixa que eu fuja, me ocupa o espaços vazios,
me arranca dessa ansiedade, me acolhe, me acalma
em seus braços macios"...
(Fábio Júnior)