Uma contribuição da minha amiga Flávia para o meu blog.

Soberana Rosa
(Ivan Lins)

Tá na cara que é você, e era
Mansa que se "afera" de repente, já!
Sagarana, Soberana Rosa
É romã, amora
Para romancear
Doce amara, fogo em cachoeira
Água que queima, que dá cheiro de chá
Nave rara
Voa branco, garça
Voa lento, rasa
Pra se assenhorar


E assim sou eu...

Ai, ai, hoje eu daria tudo pra ir-me embora para Pasárgada...
lá, sim, sou amiga do Rei.

E como hoje estou sem inspiração, aí vai a poesia de Manuel Bandeira pra todos que um dia também sentirem vontade de sumir, vontade de ir "pra alguma país distante, voltar a ser feliz"

Vou-me embora pra Pasárgada
(Manoel Bandeira)

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo incosequente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei um burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'agua
Pra me contar as histórias
Que no tempo de seu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
- Lá sou amigo do rei -
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada


E pra quem estiver achando a poesia um absurdo, olha não fui em quem escrevi,
foi Manoel Bandeira.
E minha Pasárgada, é beeeem diferente...

Comentários

Postagens mais visitadas