terça-feira, 31 de agosto de 2004

Pra não dizer que não falei das Olimpíadas.


Dormi na abertura. E na "fechadura" também. Quis dormir na final do vôlei masculino, mas Fabinho não deixou, toda hora alguém gritava, aí eu despertava pra gritar também: "Gooooool!!!!!"
Mas foi bom, só assim fiquei sabendo que as regras do vôlei mudaram. Ainda estava achando que existia aquele lance de "vantagem". Descobri também o que é "ace" (se é assim que se escreve), quando se faz ponto de saque. Isso pra mim já foi um grande progresso. 
Não vi Daiane dos Santos errar o salto. Mas vi aquele cara da natação se despedindo. Agora eu esqueci o nome dele. Vi aquele doido tirar o maratonista da pista, mas pensei que aquilo tinha acontecido em Olimpíadas passadas. 
Não me perguntem o nome dos atletas que ganharam medalha de ouro. Só soube do fracasso do vôlei feminino na final do vôlei masculino. 
E como é mesmo o nome do cara da natação... 

Quando eu era adolescente tentei ser atleta de alguma forma. Tentei salto em distância, mas não consegui muita coisa. Jogava handball, mas era um fiasco. Jogava vôlei, mas só fazia saque de copinho e até joguei futebol e quase fiz um gol uma vez. Eu acho que o que me atrapalhava eram os óculos. Ou não. 

Ah, e o nome do cara é Gustavo Borges, né isso? Ou será que estou errada? Vou perguntar a Mainha, ela sim, sabe tudo das Olimpíadas. 

Falei e Disse.

segunda-feira, 30 de agosto de 2004

Nada como um revigorante fim de semana na casa de mamãe e papai.


Casinha confortável. Mesa posta para café da manhã reforçado, almoço gostosinho, sobremesa, lanches, jantar delicioso. 
Passeios de mãos dadas numa linda praça jogando pãozinho para os peixinhos no lago. 
Risadas com as primas. 
Banhos de rio. 
Internet com velox! Ô, maravilha! 
Rever velhos amigos que também vieram de outros lugares passar alguns dias na casa dos pais. 

Meu namorado é doidinho. Na sexta-feira, eu nem tinha chegado em casa ainda do trabalho, e ele me liga: "Vamos pra Paulo Afonso?"
Claaaaaro! Arrumei minha malinha básica e ainda tive tempo de também chamar minha amiga Jamille pra ir com a gente. Tadinha, está de coração partido, precisava de novos ares. E assim fomos. 

Foi tudo tão bom que nem eu, nem Fábio, nem Jamille queríamos voltar. Mas depois de dois dias, pelo menos eu me sentia cheia de energia pra enfrentar a semana de trabalho, só que a viagem de volta me levou toda essa energia. Humpf! 
Ônibus pinga-pinga lotado com itinerário escrito em letras garrafais e luminoso: PAULO AFONÇO/ ARACAJÚ. O acento no u de Aracaju ainda é passável, mas o cê cedilha de Afonso foi o fim. Mas pelo menos isso nos rendeu boas risadas e a revolta do motorista: "Vocês reclamem com a empresa, eu estou aqui pra dirigir". Vá, meu fio, dirija direitinho, já que o assassinato do Português não te abala. 
E a estrada estava péssima, poltronas desconfortáveis. Fedô de tudo quanto era coisa ruim. Cheguei morta de cansada. Fábio e Jamille ainda tinham forças pra brincar dizendo que o problema todo da viagem foi a escala do avião em Brasília. 
Mas da próxima vez, a gente jurou que vai mesmo de avião. Só se for... 

P.S.: Meu fotolog foi atualizado. Visitem.

sexta-feira, 27 de agosto de 2004

"Mas eu não quero me encontrar com gente louca", observou Alice.
"Você não pode evitar isso", replicou o Gato. "Todos nós aqui somos loucos. Eu sou louco. Você é louca."
"Como sabe que eu sou louca?", indagou Alice.
"Deve ser", disse o Gato, "ou não teria vindo aqui."


(Lewis Carroll. Alice no País das Maravilhas)

quinta-feira, 26 de agosto de 2004

Vaidade das vaidades...


"Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade.
Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, que faz debaixo do sol?
Uma geração vai, e outra geração vem; mas a terra para sempre permanece.
Nasce o sol, e o sol se põe, e apressa-se e volta ao seu lugar de onde nasceu."


(Eclesiastes 1: 2-5)

Acordo às 6:30 da manhã morrendo de sono. Passo a manhã toda com sono, doida pra chegar em casa e dormir. Durmo a tarde quase toda, até mais de 5 horas e me levanto, morrendo de sono. Fico jiboiando em frente à TV até escurecer, protelando a hora de ir pra academia e acabo não indo porque estou com muito sono pra isso. Mato um pouco o tempo fazendo nada ou namorando até dar a hora de dormir e só então descubro, não estou com sono. Acabo dormindo pouco e acordo morrendo de sono e assim os dias passam e minha consciência pesa porque não fiz nada, não estudei nada, não li nada, não me exercitei.
Agora... esse sono todo é stress, estafa, cansaço, anemia, pressão baixa ou é porque eu sou baiana mesmo?

terça-feira, 24 de agosto de 2004

Pernóstica


Pernóstica = presumida, metida, pedante, antipática.


É disso que meu amigo Wagner me chama. Que baixaria! E eu gosto. O pior é isso. Ele também me chama de herege. Manda torpedos desejando: bom dia (boa noite, boa tarde, feliz sábado, feliz domingo) vírgula herege. 

Herege = pessoa que propala, segue, defende ou pratica doutrina religiosa contrária à considerada verdadeira; blasfemo; herético. Contrário à religião.  

E é porque gosta de mim. Imagine! É nessa hora que ele faz questão de dizer: "quem disse que eu gosto de você?" Mas eu sei que ele me ama. Por que ele me chama de pernóstica, eu até entendo. Posso até ser mesmo metida, pedante, antipática. A sua raiva toda é que não admitia que eu, uma engenheira, pudesse ter tantos conhecimentos literários e saber tantas poesias, poemas e ter lido tantos livros quanto ele, um professor de literatura, formando em Letras. É engraçado: ele começa as poesias, querendo mostrar todo seu conhecimento e eu completava, citava e recitava outras. Ai ele diz: "Pestinha inteligente" e eu concordo com toda minha petulância, "metideza", antipatia e "pernosticidade". Agora, quanto ao herege... detalhe: ele é protestante, eu, adventista. Quem não conhece diz que é tudo a mesma coisa que nem caminhão cheio de japonês. Que nada! Tantas coisas contrárias. Eu, dizendo que o sábado era sagrado, ele dizendo que podia ser o domingo. No fim, ele queria tirar a média e ficar com a sexta com dia sagrado. Nem eu, nem ele. Tive que discordar.  Assim é um dos meus amigos. Imagine os outros. Tudo doido.  Falei e Disse.

segunda-feira, 23 de agosto de 2004

Dona Encrenca e as conseqüências


Dona Encrenca e as conseqüências.

- Por que você mentiu, por quê? - praticamente gritava dentro do supermercado.
Tinha até se esquecido que deixara de ser Dona Encrenca, mas e daí? Na hora da raiva toda mulher é uma encrenca.
- Sabe de uma coisa, eu não quero mais namorar você. Vou embora agora.
- Não, não, não. Você não vai e nem quero ouvir falar sobre isso.
Segurou seu braço com vigor e ao mesmo tempo com carinho. Abraçou. Beijou. Enquanto ela tentava inutilmente se livrar dos seus braços. Coisa de cinema.
- Eu explico. É que se eu dissesse que ela vinha você ia ficar com ciúmes.
- Ciúmes dela? Dela? Tá louco? Eu já a conheço, sei quem é seu namorado, já saímos todos juntos. De onde tirou essa idéia?
- Você não tem ciúmes dela?
- NÃO!
Pausa.
- Não? Então de quem é mesmo que você tem ciúmes?
Outra pausa. Dessa vez pra em seguida rir. Os dois juntos. Até brigando eles tinham humor. Mas era nisso que dava ser Dona Encrenca, mesmo que fosse ex-Dona Encrenca (ela tinha se regenerado, esqueceu?). Confundiu a cabeça do amado, ele nem mais sabia de quem ela tinha ciúmes e de quem não tinha.
Chorou a noite toda. No outro dia perdoou. Odiava mentira, mas não agüentava ficar com raiva. Ainda foram para o aniversário da amiga, ex-ficante e suposto "primo" da outra amiga. E no final tudo acabou em pizza. Na verdade, em mousse de maracujá e depois pacotão de pipoca com beijos no cinema. O amor é lindo! Mas ela nunca esquecerá que ele contou a primeira (?) mentira.

Dos hóspedes

Esta vida é uma estranha hospedaria,
De onde se parte quase sempre às tontas.
Pois nunca as nossas malas estão prontas.
E a nossa conta nunca está em dia...

(Mário Quintana)
 Recebi num torpedo ontem à noite. Como é bom ter amigos cultos e letrados! Tsc, tsc! E ele ainda me chama de pernóstica.

sábado, 21 de agosto de 2004

Tem remédio pra paixão?



(...)
"E quase o ano inteiro os dias foram noites
Noites para mim
Meu sorriso se foi
Minha canção também
E eu jurei por Deus não morrer por amor
E continuar a viver

Como eu sou um girassol, você é meu sol

Eu tento me erguer às próprias custas
E caio sempre nos seus braços
Um pobre diabo é o que sou
Um girassol sem sol
Um navio sem direção
Apenas a lembrança do seu sermão

Morro de amor e vivo por aí
Nenhum santo tem pena de mim
Sou agora um frágil cristal
Um pobre diabo que não sabe esquecer
Que não sabe esquecer

Como eu sou um girassol, você é meu sol"


(Girassol - Ira)

Sábado. Noite chegando. Ele liga pra dizer que não podia me ver porque ia levar a amiga e um primo da amiga pra o shopping. "É que ela está com a habilitação vencida, pediu pra eu levá-la então".
Como sempre, tentei me controlar, mas não consegui. Por que eu não poderia ir também? Ouvi a amiga dizer: "Chame ela também". E acabei indo junto.
Pra começar, não tinha primo de amiga nenhuma, era a outra amiga, uma ex-ficante. Normal, eu já conheço a menina, ela também tem namorado, por que a mentira? Não entendi nada. Mais uma vez tentei ficar calada, mas não consegui. Que diabos! Por que sou tão explosiva?
Fui o passeio todo com o coraçãozinho apertado. No final ele me deixou na igreja e foi pra casa das amigas conversar. Sentei no banco com um monte de amigos e me senti terrivelmente só. Solidão acompanhada - o pior.
E dizem que sou paranóica, que preciso me tratar, que preciso consultar um psicólogo, que preciso de Diazepan.

Tem remédio pra paixão?

quinta-feira, 19 de agosto de 2004



"Eu quero ser uma tarde gris
Quero que a chuva corra sobre o rio
O rio que por ruas corre em mim
As águas que me querem levar tão longe
Tão longe que me façam esquecer de ti"


(Ana Carolina - Uma Louca Tempestade)

Sweet Memories

Piso de madeira. Você deitado no meu colo. Noite. Cabelos lisos. Nada mais.

quarta-feira, 18 de agosto de 2004

Dona Encrenca se despede



Dona Encrenca se despede

Digeria as palavras da sua sogra enquanto lavava algumas peças íntimas. Já passava das onze da noite e vigorosamente torcia e espremia a cada lembrança.
Era sempre Dona Encrenca a ciumenta, a insegura, a paranóica. Ele nunca tem ciúmes, ele nunca implica com nada, ele sempre entende e aceita tudo. A sogra reclamou disso.
Não acreditando que ela pudesse ter aconselhado-a a consultar um psicólogo ou a tomar calmantes, resolver mudar de vez sua conduta. Não, não se transformaria numa gueixa submissa, nem sabia ainda em quem se transformar, só sabia que alguma coisa deveria ser feita. Tirou a roupa molhada na barriga, vestiu uma camisola de algodão rosa de bichinhos e foi dormir, articulando que aquela seria a última vez em que colocaria uma camisa de político para lavar roupa ou fazer qualquer outra coisa.

Na manhã do dia seguinte, demorou um pouco mais que o costume para se arrumar. Maquiagem, salto, uma roupa mais arrumadinha. Para tanto se atrasou. Pegou um táxi.
Celular toca e era ele:
- Liguei pra o seu trabalho, você ainda está a caminho?
- Bom dia.
- ... que voz estranha... o que foi? Está num táxi?
- Sim.
- ... Tem certeza? Num táxi? Com quem? Quem é o motorista?
- tenta brincar, parodiando Dona Encrenca.
- Você não está de carona com algum homem, está?
Ela entra na brincadeira:
- Talvez.
- Ei, eu confiava tanto em você
- ainda brinca.
- Se eu fosse você não confiava tanto. Nem eu confio em mim mesma... Olha, eu tô chegando. Depois você me liga.

Alguns minutos depois, telefone do escritório toca. Ele novamente:
- Por que se atrasou?
- Acordei tarde.
- Onde dormiu?
- dessa vez não parecia tão brincalhão.
- Em casa, ora!
- Mesmo? E estava com quem mesmo no carro?
- sem nenhum indício de senso de humor.
- Olha, meu bem, agora preciso desligar, tenho que trabalhar, depois a gente se fala.

Nasce o Senhor Encrenca.

terça-feira, 17 de agosto de 2004

Eu sou chata?

Nada com um passeio no shopping com o amado pra curar TPM. Ou não. Mas a torta de morango me fez muito bem. Os beijinhos também. Os carinhos ídem.
Obrigada pela paciência de vocês. Fico até emocionada... snif! Snif! Obrigada pelos conselhos também. Chá de camomila, Manu? Será que funciona mesmo? Nem tentei.

Minha mãe costuma dizer: "Quem quiser casar com você vai ter que ter muita paciência, porque você é uma chata!"
Se minha mãe diz isso normalmente, imagine eu na TPM. Deve ser por isso que eu não casei ainda. Mas quem disse que eu tenho pressa? Aliás, eu nem me vejo casada. Vejo-me morando na Europa. Alone. Sola.
Mas...
Ontem, conversando com Fábio, tento perguntar:
- Fabinho... (com uma voz tão doce de dengo que a torta pareceu salgada)
Eu sou chata?
Pausa.
- Não... mas é que de vez em quando você fica repetindo, repetindo o mesmo assunto, a mesma conversa... o tempo todo.
- E isso não é ser chata?
Pausa.
- Huuum...
Outra pausa pra completar.
- Mas eu te compreendo.

Oh, thi lindo! Agora diga se não é pra ficar apaixonada?

E enquanto eu não arranjo tempo pra contar sobre Minha Noite de Celebridade, leiam Tops de Linha. Como eu sei que ninguém vai lá mesmo, me vali disso pra escrever um post doido sobre uma besteira qualquer. Não comente, por favor.

sábado, 14 de agosto de 2004

"Amor é bicho instruído.

Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore
em tempo se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo o sangue
que escorre do corpo andrógino.
Essa ferida, meu bem,
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã.


Daqui estou vendo o amor
irritado, desapontado,
mas também vejo outras coisas:
vejo corpos, vejo almas
vejo beijos que se beijam
ouço mãos que se conversam
e que viajam sem mapa.
Vejo muitas outras coisas
que não ouso compreender..."


(Trecho de O Amor Bate na Aorta de Carlos Drummond de Andrade)


Insônia. Sentimento de perda. Melancolia. Nervosismo. Medo. Decepção. Desilusão. Solidão. Ansiedade. Saudade.
Saudade...

sexta-feira, 13 de agosto de 2004

Dona Encrenca e as paranóias



Dona Encrenca e as paranóias

O alarme tocava, tocava e ela não sabia o que havia disparado nem como desligava. Só sabia que doía. Doía nos ouvidos, na cabeça, no coração, na alma.
Dona Encrenca é gato escaldado. Gata, melhor dizendo, que morre de medo de água gelada, e nada, nem ninguém conseguia convence-la de que o alarme era falso. Ela só sabia do sexto sentido. Quase como naquele filme, ela também via "Dead People". Pessoas enforcadas, esquartejadas, carbonizadas. Estava atormentada com as visões. Via, lembrava, sentia.
O alarme tocava. Disparado por quem? Por quê? O barulho fazia com que ela lembrasse que já tinha sido trocada, abandonada, rejeitada, enganada. Nunca mais.
Submeteu-o a um teste, e ele foi reprovado. Terminou tudo. Num acesso mais forte de loucura. Ele apenas disse: "Você é quem sabe" e ela não se arrependeu do que fez.
Não havia motivos, mas ela só sabia do que sentia e isso bastava.
Mas como num filme de amor, ele a fez entender que ela continuava sendo única, mesmo que ela duvidasse. Mestre da paciência, desligou o alarme dando-lhe um abraço e juntos ficaram olhando as estrelas do céu.
Noite fria. Calor.

quinta-feira, 12 de agosto de 2004

Tudo que compro não presta


Alguém me explique: por que tudo eu compro não presta? 
Com exceção de sapatos, que sou viciada e nem olho preço, todas as outras coisas que adquiro quebram ou param de funcionar em poucos meses. 
Ano passado comprei uma câmera digital. Que maravilha! Eu, que adoro fotos, passei a fotografar até formigas se estivessem numa pose legal que valorizasse suas bundonas. Fiquei fascinada pelo mundo dos paparazzis, me sentia uma verdadeira fotógrafa... por 3 meses... até que a câmera quebrasse. 
Mandei pra Assistência, me enviaram outra câmera que não era a minha com outros defeitos acoplados pra dar uma incrementada. Mandei de volta, mandaram uma nova... essa agora dá o maior trabalho pra ligar. 
Thuuuudo bem! 

Comprei um telefone sem fio com identificador de chamadas. Mês passado. Já não funciona mais. 
Toda hora a gente tem que se levantar pra atender o telefone que fica do lado do computador. Como lá em casa é a sucursal da Telemar, toda hora tem alguém ligando, a gente está quase montando um Call Center na sala, ali, do ladinho do monitor. 
Thuuuudo bem! 

Dei um relógio digital a Fábio, cheio de funções, cheio "das coisa" no dia do seu aniversário. Não sei o quê ele fez ou o que o relógio "se fez" porque agora os números estão todos quebrados e não dá mais pra ver a hora. 
Thuuuuudo bem! 

Reforma na casa de uma engenheira. Pense se esses pedreiros não vão ter o juízo comigo daqui pra o final? Diz Mainha que toda hora eles chamam por ela pra perguntar se está bom. Mainha é a fiscal da obra. Não quis me envolver tanto porque ela diz que sou chata, basta o recado implícito que mandei logo no começo: "não fez do jeito que eu quero, mando embora sem conversar". 
Ontem, fiscalizando intuitivamente a obra, percebo algo gravemente errado. Tão grave que pra consertar é preciso desmanchar e fazer tudo de novo. 
Senti então um fogo subindo dos pés a cabeça. Ô, ódio! Até nisso as coisas dão erradas. Raiva, raiva, raiva!  
Pedreiros e operários da construção civil em geral costumam dizer que sabem mais do que os engenheiros porque a prática eles têm, que fazem isso há anos e blá-blá-blá. E por que diabos ainda fazem errado? E por que diabos só os engenheiros percebem? 
Thuuuudo bem! 

Thudo bem??? Thudo bem o caramba! Quero ver como é que eles vão consertar isso. Dá vontade de derrubar tudo. Mas como a obra é de Mainha, ela que resolva porque quando reclamo sou chamada de chata, ignorante, bruta, barraqueira, briguenta... mas não tenho culpa, fiz uma disciplina na faculdade de Engenharia Civil: "Como ser ignorante" e passei com louvor.

quarta-feira, 11 de agosto de 2004



Noturno
(Fagner).

O aço dos meus olhos
E o fel das minhas palavras,
Acalmaram meu silêncio,
Mas deixaram suas marcas.

Se hoje sou deserto,
É que eu não sabia,
Que as flores com o tempo
Perdem a força
E a ventania vem mais forte.

Hoje só acredito
No pulsar das minhas veias,
E aquela luz que havia
Em cada ponto de partida
Há muito me deixou...
Há muito me deixou!

Ai, Coração alado,
Desfolharei meus olhos
Nesse escuro véu,

Não acredito mais
no fogo ingênuo da paixão
,
São tantas ilusões
Perdidas na lembrança...

Nessa estrada
Só quem pode me seguir sou eu
Sou eu, sou eu, sou eu.

Sabe quando você sente que tem algo errado e não sabe o que é?
Tô sentindo isso. Tanto que nem consigo me concentrar no trabalho. Tem algo errado, tem algo errado... mas o que será? E o pressentimento fica soando como um alarme que eu não sei onde desliga.

E queria destacar alguns comentários interessantes dos últimos posts:

"Rapaz... enterrar vivo deve ser estranho né???? O cara lá tentando gritar e a areia entrando pela boca como se fosse farofa... hehehehe... ou então a pessoa com os "zoião" olhando pelo vidrindo do caixão e gritando pra tirarem ele de lá... me enterre vivo não amiguinha... eu vou praí qualquer dia desses e a gente mata a saudade. Um xerão do migo."

gil | Email | 09-08-2004 09:07:54


Só de imaginar me acabei de rir. Coisa horrível, mas até nisso Gil faz graça. Aí é que está a minha saudade. Saudade de imaginar a partir da imaginação do meu amigo. Era tão bom...

"Quer saber? Viva a solteirice!!! Essa coisa de compatibilidade de gênios é muito complicado. Vou cortar o cabelo, pintar de uma cor bem louca (talvez vermelho), mudar mesmo o visual. Viajar para Maceió, pro paraíso chamado Pontal do Peba, nadar peladona no mar de Jacarecica e curtir a minha solteirice numa boa sem nenhum chato Por perto, enchendo a minha paciência. (quem sabe lá não conheça nenhum gatinho!!?). Praias de Malibu, aí vou eu! Bora? Beijinho!"

Dréca | 03-08-2004 17:24:43


Só podia ser da doida da Andrea esse comentário. Peladona??? Legal. Malibu? Uau! Tô dentro.

"Amiga, vou te falar, e olhe é a voz da experiência, fique ligada. Eu também pensei que era a única. Mas pelo visto fui a única mesmo, a única que não sabia. Um abraço".

Glaucia | Email | 04-08-2004 21:46:25


Cara, D. Encrenca gostou disso não. Mas pelo menos agora ela sabe que quando ele diz que ela é única não está mentindo. Ela é única... única brôca da história.

E pra Júlia, que fez um comentário há algum tempo atrás, quero dizer que que além deste vínculo, também há um quadro na parede. Entendeu?

Beijos a todos.

Falei e Disse.

segunda-feira, 9 de agosto de 2004

Já peguei nojo


O povo diz que eu gosto de brigar. Gosto mesmo. Mas com gente inteligente e de classe. Gente burra e barraqueira só brigo quando a burrice é grande demais ou quando me atingem, porque esse tipo de gente só tá afim de bate-boca, aí me dá logo vontade de meter a mão na cara que é pra acordar pra vida. Ah, também não gosto de brigar com gente mentirosa, que fala e no minuto seguinte jura pelos céus que não falou nada. A esse tipo, mando dilatar forçadamente os esfíncteres anais.
Parece que estou revoltada? Tô nada. Mas o que aconteceu no sábado de manhã merece um post.


"Não me faça te pegar nojo"com o título "Já peguei nojo", porque eu odeio explicar uma coisa óbvia pra quem não quer entender e só está a fim de polemizar. Aí, é como digo, dá vontade de meter a mão na cara mesmo. Tenho paciência não.

Ele ficou me olhando incrédulo. Ele que sempre me chamou de bronqueira achando lindo o meu jeito de me defender, dessa vez olhava pra mim com cara de quem não estava entendendo nada.
Eu versus bando de mulheres mal-amadas, incluindo as irmãs dele, cunhadas e outras. Eu, tentando explicar o óbvio, elas sem querer entender. Assuntos profissionais. Elas gritavam, eu gritava. Até então ninguém tinha partido para o pessoal, até que me chamaram de "baixa". Será que foi pela minha estatura ou pelo salto de 6 cm que eu usava. Baixa? Como assim, Bial?
Aí começou uma confusão, você não queira nem saber.
Chamei alguém de burra. Não exatamente com essas palavras. Falou alguma estupidez e mandei se calar porque "você não é burra pra tá falando isso". Foi o que falei. Chamei de burra? Nããão.
E ele continuava me olhando sem acreditar. A menininha meiga, doce, delicada, agora se mostrava como uma gladiadora numa arena cheia de leões. Depois dessa acho que ele não vai mais me encher com seus telefonemas insistentes. Li no seu semblante de decepção.
Quem ganhou, quem perdeu? Ninguém ganha ou perde em duelos sem sair machucado. Mas toquei na ferida aberta lá no fundo. Doeu nelas, deve ter doído, porque quase derrubaram a laje na minha cabeça.
O assunto era por demais simples e óbvio pra que elas não compreendessem e fizessem tanta confusão. Era tudo burrice ou má vontade mesmo. Gente burra, tolerância zero.
Mas me chamaram de baixa. Baixa??? Aaaaaaah! Falou não. Me solte que eu tô cheia de razão! Pêra aí que eu vou dar na sua cara! Baixaria???? Que nada!!!! Podem me chamar de grossa, de estúpida, de baixa não. Êêêêpa!


Minhas amigas da igreja. Em sentido horário: Jéssica Nayara (de amarelo), Susan Kelly, Lívia Regina, Suellen e Erika Rúbia (detalhe para a ponta da minha trança - rabinho de lagartixa). Parecendo que sou também uma adolescente. E perceba que todas têm dois nomes. Coisa de pobre!

Conversava com um amigo no msn e ele, vendo essa foto, me disse que a de amarelo tinha cara de se chamar Manuela. Não sei porque, mas completou falando em sentido horário o nome e o local de nascimento de cada uma das minhas amigas. Ri pra me acabar, mas veja que esculhambação:
Manuela (de amarelo), Florismunda da Silva (que ele falou que não tinha muito contato, mas que sabia que era de Pernambuco), Francisca de Coqueiro Seco/ AL, Ariosvalda que ele disse conhecer de Saco da Onça/ CE e eu, que ele disse que sou a cara da Gorete Floriana de Buraco Fundo no Maranhão. Ninguém merece!

domingo, 8 de agosto de 2004


"Nós sepultamos muitos amigos que estão vivos,
e nunca mais nos lembramos deles"

(Augusto Cury- A inteligência de Cristo)

Pensava nisso quando ia no ônibus. Há meses eu não entrava em contato com meu amigo Raul. Tinha prometido a mim mesma que só ia ligar pra ele quando ele ligasse pra mim. Da última vez ele ficou de me ligar no dia seguinte pra dizer se a gente poderia sair ou não, mas nunca ligou.
Raul é um dos meus amigos que conheci na internet e que permaneceu como amigo quando saiu do virtual para o real. Amigo mesmo. Ele me ajudou a superar algumas coisas ruins, com ele eu posso conversar sobre tudo, dele ouço palavras lindas. Mas a gente acabou se afastando, sabe-se lá por quê.
Só sei que ele me ligou. Reclamei da ausência, mas quando soube de uma coisa terrível que tinha acontecido com ele fiquei completamente chocada e penalizada. Nossa! Ele poderia ter morrido e eu nem saberia.

É estranho como passamos meses e meses distantes das pessoas de quem gostamos. Não sei se é assim com você que está lendo isso agora, mas comigo acontece isso, infelizmente.
Não lembro qual foi a última vez que vi minha prima Kedma. Foi na Atalaia Nova? Mas isso já faz mais de 20 dias!
E Manu? Por onde anda? Ligou-me chamando pra sair e nunca mais retornou a ligação. Só a encontro na net, nos blogs da vida. Kedma eu ainda falo todo dia por telefone.
E meu amigo Gil? Oh, meu amigo Gil! Que também conheci na internet e agora está morando tão longe de mim e nem na net o encontro. Saudade das nossas noites de sábado lights no Casquinha de Siri comendo macaxeira frita, batatinha frita, queijo frito. Por onde andas?

Por onde anda a pessoa que me ligava todos os dias? A pessoa com quem falava horas ao telefone? Nem lembro mais da sua voz.

Não quero sepultar nenhum amigo vivo. Quero lembrar deles pra sempre. Não sumam da minha vida. Não me deixem sumir. Mandem notícias!

Falei e Disse.

Feliz dia dos Pais.
Feliz Aniversário, vovó Maria! Homenagem no Vejafoto

quarta-feira, 4 de agosto de 2004

Estou tão viciada em ER (Plantão Médico) que sonhei que John Carter cuidava de mim. Eu estava doentinha e ele olhava pra mim com aqueles olhos compadecidos...
Sem falar que eu choreeeeei quando Mark Green morreu. Chegava a soluçar. Parecia que tinha morrido alguém bem próximo de mim.
Ai, ai, só eu mesmo! E mainha detesta o seriado. Eu adoro. Será que estou na profissão errada?

E estava aqui pensando...
Se uma pessoa odeia tudo que eu amo... o que me leva a ainda gostar dela?

E pensava mais...
Quando alguém de quem eu não gosto e que eu sei que gosta de mim me liga, atendo indiferente, sem graça e fico sem assunto. Invento qualquer desculpa. Digo que estou cansada, que estou triste. Fico conversando só por educação, respondendo por monossílados, doida que a pessoa desligue.
Agora... se agem assim comigo... é pelo mesmo motivo??? Será que não gostam de mim e falam só por educação?
Vixe.

terça-feira, 3 de agosto de 2004


Antes de descer do ônibus ele me viu. Eu olhei pra ele e o achei mais bonito do que sempre. A camisa azul destacava o seu peito. A calça apertada marcava suas pernas. Seu olhos castanhos, sua pele clara, seu cabelos lisos. Realmente tô apaixonada. Aí já sabe... ciúmes na área.


O ciúmes de Dona Encrenca.

Sábado à noite, casamento da amiga dele. Ninguém negaria que ele era o mais bem arrumado dos padrinhos. Tava tão lindo que parecia ter sido maquiado, retocado, melhorado. Terno cinza. Perfeito.
Dona Encrenca resignada, sentou-se com a amiga pra esperar toda aquela cerimônia se desenrolar, quando a amiga comenta:
- Olha ali, a ex dele.
Dona Encrenca olha e é impossível não notar a beleza da garota. Alta, cabelos escuros e lisos na altura dos ombros presos num coque em que deixava cair alguns mechas, braços longos e brancos, rostinho afilado. Sentiu raiva. Raiva da brancura, do liso dos cabelos, da postura nobre.
Controla-se... até o momento em que o vê conversando com ela na saída da igreja depois de cumprimentar os noivos.
Ela olha pra ele, ele a vê. Recua um passo para trás. Movimento suspeito. Despede-se da ex e vai ao encontro da atual.
- O que é que ela queria?
- Pediu pra ir buscar a mãe dela em sua casa e levá-la para o local da recepção.
- E é? Já vi que você ainda tem muita intimidade. Vá, mas eu tô indo embora pra minha casa.
- Qué isso? - tenta segurar a sua mão, mas ela a retira com violência.
- Deixe-me.
Discussão baixinho no pé do ouvido pra não chamar atenção. A ex arranja outra pessoa pra buscar a mãe, mas senta na mesa em frente a deles na festa. D. Encrenca se recolhe a um catinho e fica o tempo todo calada, braços cruzados, pensativa. Ele tenta fazê-la entender que não tem mais nada com ela, que a mãe dela é uma ótima pessoa por isso o pedido e blá-blá-blá. Você é única, você é única, repete. Ela novamente duvida, e odeia de forma mortal os braços longos e alvos dela.

Hoje é o niver da minha amiga Nay

Feliz Aniversário, Amarela!

Sinto saudades das festinhas que ela organizava no trabalho. Sempre trazia um monte de comida e nunca esquecia os meus pãezinhos de queijo. Hoje em dia as festas se resumem a uma torta pequena e refrigerante.
Também sinto saudades das nossas tardes no cinema: Eu, ela e Marcus, muitas risadas e brincadeira bobas.
Só não sinto saudades das nossas brigas. Sempre gostei da Amarela, mas mesmo assim brigamos feio e ficamos um tempão se estranhando. Parecia coisa de gurias de colégio. Normal.

Beijos, Nay!!!!

Pra relembrar: Fotos dos meu coleguinhas de trabalho (Nel, Eu, Marcus e Nay) e uma foto louca que Marcus deu uns retoques especiais (Doidjonas!).
E veja as fotos da Atalaia Nova.
www.vejafoto.com.br/soberana

segunda-feira, 2 de agosto de 2004

"Se ninguém olha quando você passa
Você logo acha
Eu tô carente, eu sou manchete popular
Tô cansado de tanta babaquice, tanta caretice
Dessa eterna falta do que falar"


Tô revoltada.
Não, não estou na TPM, mas ando sem paciência. Briguei com quem me ligou ontem sem ter nada pra falar. Briguei com quem não me ligou.
Descobri que tô começando a me apaixonar. Burra! De novo! De velho.
Raiva de mim mesma.