segunda-feira, 31 de maio de 2004

Baba, baby!

Baba, baby!


"Não sei o que tem a voz dele... mas ele me chama de 'cara' e eu adoro!"

Meditava na minha incapacidade de conquistar.
Lembrei de um texto que li no blog da Fulana e Beltrana e achei a minha cara, eis um pedacinho:

"A verdade é que não sei conquistar e meu destino não será outro que não a solidão. Modéstia à parte, se não estou apaixonada, me passo por mulher divertida, espirituosa, interessante até. Porém, quando ao meu lado está o homem que faz os sinos badalarem, dá zebra. Perco a fala, meto os pés pelas mãos, passo a marcha errada, gaguejo, esqueço o final da piada. Ou seja: sou um fiasco no jogos de conquista.

Conheço as regras: não pode ser chata, não pode reclamar, nem rolar tudo na primeira noite. Cobranças, nem pensar. Decorei. E tem mais: humor refinado é visto com bons olhos, assim como ser sexy sem apelar para vulgaridade, mostrar perspicácia e inteligência - mas não muita, ou pode assustar. Ter opinião, ser vaidosa, carinhosa na medida, não encostar o dente, evitar perguntas como "estou gorda?" ou "em que você está pensado agora?". Isso pode; aquilo, não. São muitos detalhes. Impossível fazer tudo ao mesmo tempo. Tantos ovos no meu caminho. Piso. Peco. Sofro. E, claro, não conquisto ninguém"
.

Merrrrmo assim sou eu. Deve ser por isso que só atraío pessoas por quem não estou interessada e deve ser também por isso que as pessoas de quem eu gosto demorem quase 10 anos pra me notarem.
Verdade. Vou citar só dois exemplos:

Ele era 7 anos mais velho do que eu. Eu tinha 17 e ele 24. Achava-o bonitão, apesar de nem ser tanto, mas era charmoso, voz bonita e via que ele tentava me seduzir. Fiquei apaixonada e sofri horroooores!
Ele não me dava a mínina. Assoprava depois batia. Eu sentava no banco atrás do dele na igreja e via-o balançar a foto de uma mulher, sua suposta namorada que morava em outro estado e que ele dizia ser sua noiva. Fazia isso pra me enciumar. E conseguia.
Ás vezes me dava total atenção, outras vezes desprezo. Certo dia cheguei aos prantos no trabalho de um amigo porque tinha acabado de ser assaltada. Levaram só meu relógio, mas me arranharam todo o braço. Enquanto meu amigo conversava comigo, esse carinha nem olhou na minha cara e disse: "Esse escândalo todo é só por isso?"
Ah! Que frieza!
Sei que ele acabou indo embora e de vez em quando aparecia por cá. Meu coração ainda dava uns pulinhos, mas cada vez com menos empolgação.
9 anos se passaram. Ano passado ele volta pra ficar uma temporada aqui. E não é que esse homem de repente passa a me telefonar, a me procurar e por fim, se declara apaixonado e com as melhores intenções?????
É nada! Agora que eu cresci você quer me namorar? Já fazem uns 10 meses que ele não desiste do seu propósito. E eu, apesar de não ser Kelly Key, continuo repetindo: "Baba, baby!"

Esse não é o único. Outro também que fez com que eu me debulhasse em lágrimas há 8 anos atrás, me aparece com a cara mais limpa dizendo que quer tentar novamente.
What???? Depois de ter me dado um bolo em pleno Ano Novo, me deixou plantada por dias esperando sua resposta se ia ou não passar o final de ano comigo na casa dos meus pais, não teve coragem sequer de ligar pra dizer: "Feliz Natal, cachorra!". Terminou comigo sem mais nem menos, me ignorava... e agora vem com essa. Ora! Baba, baby!

E já estou treinando. A próxima pessoa por que eu me apaixonar, logo anunciarei: "Gosto de você, mas não esperarei 10 anos pela sua resposta. É pegar ou largar!"

Falei e Disse.
Só tocando nesse assunto porque ainda não entendo essa minha tendência de só conquistar quem eu não gosto...que saco!

sábado, 29 de maio de 2004

Quem mente, o nariz cresce!



"Quem sabe ainda sou uma garotinha, esperando o ônibus da escola sozinha
Calçada com minhas meias tres quartos
Rezando baixo pelos cantos por ser uma menina má...
Quem sabe o príncipe virou um chato, que vive dando no meu saco
Quem sabe a vida é não sonhar..."

(Malandragem - Cássia Eller)


Quem mente, o nariz cresce!
Já dizia minha mãe.


Se tem uma coisa que eu detesto é ser enganada. Pra enganar alguém é necessário mentir. Detesto a mentira!
Sempre ouvi que quem mente, rouba. E tem razão, rouba muita coisa, rouba a minha paciência, rouba a minha confiança... porque eu acho que não existe pessoa mais crédula do que eu. Acredito em tuuuudo! Deve ser por isso que tenho um sexto sentido tão aguçado. Mesmo acreditanto em tudo, sempre tem algo dentro de mim que procura os erros na versão da pessoa, automaticamente, e guarda em algum lugar do meu cérebro, pra depois juntar tudo e me mostrar o que é verdade o que não é. Não é à tôa que Satanás é o Pai da Mentira, que mentira tem perna curta e faz o nariz crescer, porque a mentira só serve pra uma coisa: destruir outra pessoa. E eu sempre me topo com gente que mente. E sempre estou descobrindo a mentira sem querer. E a pessoa sempre perde 90% da sua credibilidade comigo, sem que possa jamais recuperar isso. A partir do momento que descubro a mentira, tudo o que aquela pessoa me disser será analisado minuciosamente pra que eu descubra as falhas e saiba se é mentira ou verdade. Detesto ser enganada! E duas vezes, pior ainda.

Por outro lado, falar sempre a verdade, doa a quem doer, também deveria ser pecado. Tudo aquilo que magoa ou destrói alguém deve ser pecado. Tem gente que nunca mede as palavras, está sempre querendo atingir alguém com o que sabe. Mesmo que aquilo cause danos permanentes e irreparáveis, a pessoa não tá nem aí, fala merrrrmo! Eu, por outro lado, não tenho coragem de atingir ninguém gratuitamente ou só pra dar o troco. A não ser que pise tão fortemente no meu calo a ponto de eu ver estrelinhas... aí, sim... eu tiro dos cachorros e jogo em cima, uso as armas que tenho e ainda mando encomendar uma AR-15 e uma metralhadora, o que tiver de mais moderno e mais mortal.

Sempre digo que ainda sou uma garotinha esperando o ônibus da escola sozinha. Digo isso porque só me topo com gente que "se aproveita da minha nobreza", como diz o famoso Chapolim Colorado. E eu... bobinha... acho todo mundo um amor: "Ah, eu gostei dele (a)"... "Nossa, fulano(a) é tão legal!" e o fulano só me detonando em meio a risadas guturais. Acho que estou sempre dando muito valor a qualquer pessoa.
Pior é saber disso e não conseguir ser diferente. Não consigo ser má e perversa. Fria e calculista. Sanguinária e mercenária. Talvez eu tenha um coração um pouquinho puro ainda...

Mentir ou falar a verdade... o importante é nunca magoar ninguém com palavras... por que todo mundo sabe, "Palavras ditas não voltam atrás"

Falei e Disse.
Omita, mas não minta (é "menos pior")

sexta-feira, 28 de maio de 2004

"...telefona, não deixa que eu fuja, me ocupa os espaços vazios
me arranca dessa ansiedade, me acolhe, me acalma em teus braços macios"

(O que é que há - Fábio Jr)

quinta-feira, 27 de maio de 2004


"E na distância morro todo dia sem você saber..."
(À Distância - Roberto Carlos/ Erasmo Carlos )

Mais cansada do que ontem.
Cheguei três horas da manhã porque a gente saiu tarde da noite pra comemorar o aniversário de Bárbara que foi colega de faculdade de Kedma.
4 mulheres e um homem. Quem? Gil - o próprio. O nosso motorista! (tadinho, ninguém merece deixar cada uma de nós num lugar diferente toda vez que sai com a gente)
Antes de ir, conversava com meu amigo no msn que brincou na hora de se despedir:

"inté mais tarde.quero ver sua animação. eu, vc, a aniversariante, os amigos dela, siri, iris, espalhafatosa, os vendedores de amendoim, castanha e queijo, os trafica, as putas e toda a galera do mal..."

A gente pensava que não ia ter ninguém na orla, só a galera do mal, como ele disse, já que era no meio da semana... que nada! Tava cheio de gente. Entupido! O povo não tem o que fazer mesmo. Ou tem e não se preocupa se no outro dia vai estar caindo de sono.
Eu dormi apenas 3 horas essa noite. E hoje estou o bagaço, só o pó. Mas... vale a pena, porque dar risada com esse povo faz um bem danado pra pele. Tive até crise de riso...
Só foi chato ver a mesa dividida, porque Bárbara e Kedma ficaram num diálogo particular de paredes intransponíveis, todo o tempo, como se estivessem sozinhas. Eu, a Espalhafatosa e Gil, ficamos no nosso "triálogo", mas ela acabou saindo com Vital e sua moto perto das duas da manhã e só restou eu e Gil, Gil e eu, já dormindo no seu ombro.


Eu com uma cara de quem estava tendo bons sonhos...

Falei e Disse.
Mais foto no Dose Dupla.

quarta-feira, 26 de maio de 2004


"Não se deve xingar a vida,
a gente vive, depois esquece..."



Cansada.
Esses ônibus me matam.
Nada a declarar.

(...)

Por que mulher é tão besta?
Por que eu sou tão besta?

terça-feira, 25 de maio de 2004

ESCREVI O NOME SAL!!!


"E a esfinge da espera, olhos de pedra sem pena de mim...
Faz tanto frio, faz tanto tempo..."
 

Mas hoje eu estou feliz... adivinhem por quê!
ESCREVI O NOME SAL!!!*


*By Ilcynha Siri-na-lata (a explicação desse chiste se dará em um post do Dose Dupla em breve)

Alguém já notou, pelo menos uma pessoa, meu amigo dono do Análise Conjunta , a minha mudança de humor. Realmente... parece que a melancólica tristeza está indo embora por enquanto. Acho uma pena, já que minha criatividade fica mais aguçada quando me encontro em leve depressão. Quando estou feliz, fico boba, abobalhada, abestalhada, e saem posts como o de hoje, cheio de historinhas sem graça e só eu rio, mas... me deixem... posso falar minhas besteiras?!

Ontem ainda estava meio triste, mas nem tanto. Dia chato, fiquei a manhã toda tentando fazer uma matrícula numa disciplina isolada, sentada na escadaria da reitoria, com fome, perdi trabalho, fui trabalhar de tarde, uma aporrinhação, um dia de chuva fininha e chata.
Liguei de noite pra minha amiga Flávia, lembrei dos meus 4 dias no Rio e fui dormir sem graça. Sentindo-me o ser mais medíocre e feio da face da terra. Arrependida de tanta coisa...
Antes de dormir, orei e... milagre! Já acordei feliz.

Podem mangar, mas a primeira coisa de que lembrei foi que tenho máquina de lavar e não preciso lavar minhas roupas na mão. Sei lá porque pensei nisso.
Depois lembrei que tenho casa pra morar, que minha cama é quentinha e confortável, que tenho roupas pra me vestir, que tenho comidinha no armário, que tenho um emprego que foi me dado por Deus de presente de formatura, que tenho um salário e que posso gastar, gastar e gastar sem ter medo de passar fome por causa disso. E ainda tenho uma profissão pela qual eu sou apaixonada.

Acima disso tudo, eu sou saudável... eu sou perfeita! E o que importa se você não me acha linda? Ora,"o essencial é invisível aos olhos".
E daí se você não me ligar mais, me fazendo morrer de saudade das nossas conversas? Tá... "Ter saudade até que é bom, é melhor que caminhar vazio..."
E se você desaparecer e nunca mais eu lhe ver... "guardo um retrato teu e a saudade mais bonita..."

Estou feliz!!!! Tenho amigos de todos os tipos e qualidade. Amigos pra rir, pra chorar, pra dar carinho, pra receber, pra conversar besteira, pra conversar coisa séria, pra trabalhar e até pra brigar.Tenho uma prima que me faz rir mesmo com o coração doendo. Tenho outra que entende o que eu sinto e chora comigo. Tenho um irmão lindo que toca violão, canta quando eu estou triste e conserta o chuveiro. Agora tenho água morna!!!! E vou sobreviver ao frio inclemente do nordeste (*rs!)

Aí alguém pode dizer... "tá feliz? Aí tem homem no meio!". Cara, pior que nem tem. Nunca estive tão sozinha.
E daí? Já dizia minha vó: "Antes só do que mal acompanhada", apesar de que eu acho que uma "má companhia" de pele morena, cabelos lisos e pernas grossas não é nada ruim! Mas...

Sei que hoje, de tão empolgada com a vida, trabalhei de 7 da manhã até as 8 da noite. Só parei por uma hora pra almoçar. Não acredita? Nem eu. Vesti minha cara de engenheira e fui à luta. Trabalhei que nem Isaura...não a minha mãe, a escrava, ora... por isso meu amigo Marcus me chama de "slave" e olha que foi ele que me arranjou o trabalho com que fiquei atarefada a tarde e parte da noite. Tá vendo? Tenho até amigo que me arranja trabalho pra que eu ganhe mais dinheirinho...
Nossa, a vida é perfeita!
E torçam pra que a minha alegria persista...

Falei e Disse.
E eu sou assim, vivo tudo intensamente, a alegria, a tristeza... e a volatilidade das coisas. Gosto e desgosto. Sou volúvel mesmo. Resiliente e louca. Sempre... Soberana.

segunda-feira, 24 de maio de 2004

A teoria dos 6 graus



"Digam o que disserem
O mal do século é a solidão
Cada um de nós imerso em sua própria arrogância
Esperando por um pouco de afeição"

(Esperando por Mim-Renato Russo)



Há algum tempo atrás eu nunca tinha ouvido falar sobre isso. Mas sabe quando você nunca ouve uma coisa e basta a primeira vez pra você ficar ouvindo sempre? Pois é, a teoria dos 6 graus agora é presença marcante na minha vida... com exagero, claro. É igual a aquela música de Alcione: "Você me vira a cabeça, me tira do sério..." Nunca tinha ouvido, até que um amigo comenta por acaso e pronto! A música nunca mais saiu dos meus ouvidos... chega a enjoar.
Não sabe o que é a Teoria do 6 graus? Faça como eu, procure saber e verá como nunca mais conseguirá se desvencilhar desse conceito (hoje eu estou tão exagerada!).
Mas o que eu quero contar é que além de ser amiga de Celebridade, ter tirado foto com o Marcelo Serrado e ter almoçado várias vezes com o repórter Alexandre Garcia... eu tenho um quase parentesco com a cantora baiana Ivete Sangalo.
Já começa por aí: ela é baiana e eu também. Nada a ver, né? Mas... xeu contar. Eu tinha um colega de escola que namorava uma prima minha. Esse colega tem um primo que é modelo em Salvador e que teve um breve romance com Ivete Sangalo quando esta era solteira, claro. Associou? Ivete namorou o primo do meu colega que namorava a minha prima, logo... EU E IVETE SANGALO PODERÍAMOS TER SIDO QUASE PRIMAS...
Essa foi podre, né?

Mas, falei e disse.
É que hoje estou com dor de cabeça...
e vou pensar se conto a história de ontem... depois.

Tietagem explícita.


Eu e Marcelo Serrado. Uau! Só a Sarah mesmo pra tirar essa foto, no Rio de Janeiro.

Ninguém merece!
E quanto ao meu amigo Celebridade... posso colocar foto dele não.

domingo, 23 de maio de 2004



"Me abraça e me dê um beijo, faça um filho comigo
mas não me deixe sentar na poltrona no dia de domingo..."

sábado, 22 de maio de 2004



"Eu tava triste, tristinho
mais sem graça que a top model magrela na passarela
Eu tava só, sozinho..."

(Zeca Baleiro- Telegrama)

Tava não, tô. E sou a própria top model magrela na passarela.
Dormi na casa da minha amiga Jamille, recebi muitos carinhos, relembrei o passado. Sim, a casa da minha amiga era o meu refúgio assim que cheguei aqui em Aju há 9 anos atrás.
Quando me sentia só, sozinha, ia pra casa dela e esperava o seu irmão, meu namoradinho na época, chegar do trabalho pra me dar mais carinho.
Hoje tudo mudou. Ele casou e eu nem o vi, mesmo morando ao lado. Só a esposa dele, que parece ainda me odiar porque sabe que a família dele gosta muito de mim e sempre quis o meu casamento com ele.
Estava até pensando... por que eu não fiquei com ele?
Sempre gostei dele, era meu amigo, gostava da atenção que ele me dava.... mas simplesmente... não me apaixonei por ele. Sei lá porque essas coisas acontecem.
Só sei que hoje viajei no passado. Parece que em minha vida nada mudou. Senti-me chegando há pouco tempo aqui... é... mudou nada não. O mesmo sentimento persiste... a solidão...

Falei e Disse.
Eu que acreditei ter dado adeus à melancolia. Fazer o quê? Eu gostho!

sexta-feira, 21 de maio de 2004


Como eu sei que nos finais de semana isso aqui fica entregue às moscas, deixo apenas uma poesia interessante de Carlos Drummond de Andrade.
Vou passar meu final de semana com amigos. Rindo, amando e querendo bem.
Dei um fim aos momentos melancolia. Cansei de ser triste e sentir saudade. Cansei de ser apaixonada (sim, nunca neguei que estava). Cansei de me arrepender do que disse ou do que fiz. Quanta besteira! Logo eu que nunca me arrependia de nada.
Ora, meu sorriso é lindo! Tenho mais é que rir!!!!

Beijos a todos e tenham um Feliz Sábado!


Não se mate

Carlos, sossegue, o amor
é isso que você está vendo:
hoje beija, amanhã não beija,
depois de amanhã é domingo
e segunda-feira ninguém sabe
o que será.

Inútil você resistir
ou mesmo suicidar-se.
Não se mate, oh não se mate,
reserve-se todo para
as bodas que ninguém sabe
quando virão,
se é que virão.

O amor, Carlos, você telúrico,
a noite passou em você,
e os recalques se sublimando,
lá dentro um barulho inefável,
rezas,
vitrolas,
santos que se persignam,
anúncios do melhor sabão,
barulho que ninguém sabe
de quê, pra quê.

Entretanto você caminha
melancólico e vertical.
Você é a palmeira, você é o grito
que ninguém ouviu no teatro
e as luzes todas se apagam.
O amor no escuro, não, no claro,
é sempre triste, meu filho, Carlos,
mas não diga nada a ninguém,
ninguém sabe nem saberá.

quinta-feira, 20 de maio de 2004

Acho que sempre namorei gigolôs.

Nossa, que coisa horrível de se dizer. Na verdade eu namorei um que até tinha boa vontade de me pagar alguma coisa, mas estava sempre sem dinheiro. Eu bancava quase tudo. E não me incomodava tanto assim.
Também saí com outros que só queriam me explorar. Quando não dividiam a conta, faziam com que eu pagasse tudo. Esses nem me dignei (ou indignei) a namorar.
Outro namoradinho até me surpreendeu. Era um bruto! Nunca sorria, mas abria a porta do carro pra mim e pagava a conta. Mas era só. Vivia querendo disputar comigo quem tinha mais conhecimentos de engenharia, já que tínhamos a mesma profissão, sendo que eu tinha apenas 1 ano de formada contra os 5 dele. Total indelicadeza!
Já conheci muitos indelicados em minha vida... fossem eles amigos ou pretendentes... e hoje em dia, apesar de ser boazinha e nunca achar justo explorar o bolso de homem, fico encantada quando eles decidem pagar a minha conta.
Tenho amigas que fazem o namorado, peguete, amante, sejá lá o quer for, pagar pra ela e pras suas amigas, sejam quantas forem. Sem dó nem piedade.
Conversava com uma amiga que acabou me contando sobre seu ex-namorado. Namoro recentemente cancelado por vários motivos de "piranguice", entre eles uma água de coco, que imagino ter sido a gota d´água, literalmente falando.

Sim, saindo do cinema, ela deu a idéia de irem comer alguma coisa, mas ele se mostrou enormemente desejoso de beber uma água de coco e se dirigiu até uma lanchonete, comprou UMA água de coco, tomou dois goles, "chup, chup!", e ofereceu pra amada com um simples: "quer?".
Como ela olhava bestificada e não deu-lhe resposta, ele continuou "chup, chup!" até a última gota, partindo em seguida sem nem perguntar se a coitada tinha fome ou vontade de comer alguma coisa.
Lindo, não? Mas ele chorou quando ela terminou... pelo menos alguma sensibilidade ele deveria ter, escondidinha no âmago do seu ser, que só foi despertado depois de tomar um fora homérico. Bem feito!

Outra amiga me contou algum tempo atrás de um carinha, que por coincidência mora no mesmo condomínio que eu, que a chamou pra almoçar fora.
Primeiro, ela pensando que ele estava motorizado, caminha léguas sob o sol inclemente do meio-dia até se dar conta que não estavam se dirigindo ao estacionamento e sim ao ponto de ônibus. Thuuuudo bem!
Segundo, ela passa na borboleta na frente, achando que ele pagaria a sua passagem em seguida. Qual não é sua surpresa quando o cobrador grita: "Ei, mocinha, vai pagar não, é?" - e ela se levanta tirando o vale-transporte da bolsa.
Terceiro, ela decide o lugar em que vão almoçar e ele, só contando com o dinheiro pra um almoço num restaurante a quilo, pergunta se ela pode completar a sua passagem de volta, porque comendo naquele lugar (detalhe: era uma lanchonete fast-food) ele iria "desinteirar" a passagem.
Por final, ele ainda tem coragem de perguntar: "Quer namorar comigo?"
Pelo menos corajoso o garoto é.

Ouvi e contei.
Louca pra encontrar alguém que me dê cama, mesa e roupa lavada.
Brincadeira! Cama só já tava de bom tamanho.


Querem ler mais? Não? Cansaram, foi?
Ah, que pena! É que amanhã é meu dia de ser Top de Linha. Mas vão lá mesmo assim...

quarta-feira, 19 de maio de 2004



"Tá vendo aquele edifício, moço? Ajudei a levantar..."


Cara, eu acho que preciso de análise!
Tô ficando maluca! Não posso ver uma construção civil, uma obra qualquer que fico olhando, olhando, analisando, estudando... pode ser o que for.
Se entro na casa de alguém, analiso do teto até as fundações (não, não tenho visão de raio x, mas imagino, ora!). Nem me dou conta que estou viajando, absorta, catatônica.
Um amigo até já sabe a cara que eu faço, fica me imitando... e o pior é que eu não percebo logo, tamanho é o meu estágio de contemplação.
Pra quem se apaixonou pela engenharia porque viu colegas analisando a estrutura da biblioteca, até que eu estou normal.
Mas hoje foi até engraçado. Estava no terminal do centro olhando a reforma (mais uma), com o olhar perdido na calçada que estava sendo colorida e nem vi quando um colega do trabalho se aproximou.
Ele é daquele tipo de gente que te faz um milhão de perguntas e nem espera que elas seja respondidas. É óbvio que ele me encheu com uma conversa chata, mas eu não ouvia nada, até que ele gritou:

-Tá mal feito, é?
-Ãhn?
-O trabalho aí, tá mal feito? É que esses engenheiros não sabem de nada. Agora inventam essas reformas pra gastar nosso dinheiro e aí... tá mal feito, né?


Nisso o povo ao redor já tinha voltado sua atenção pra conversa e o cara não parava de falar nem me deixava dizer nada...
Misericórdia! Que homem chato! Depois mudou "o rumo da prosa" pra minha vida particular, porque não sei como ele sabe tudo de mim, deve ser porque além de colega de trabalho ele seja também vizinho...

-Seu irmão trabalha na Petrobrás, né?
-É.
-Por que ele não arranja um trabalho pra você lá?
-Por que eu já tenho um e ele entrou lá concursado e não "empeixado".
-E porque ele não arranja um estágio pra você?
- Por que eu acho que já me formei, né?
-Mas se ele quisesse ele arranjava, não arranjava?


E seguiu perguntando, eu nem respondia mais nada. Pegou o mesmo ônibus que eu, claro, e fiz questão de sentar longe dele. Mas antes eu ainda dei mais uma espiada na calçada... de concreto simples desempolado... colorido...

Outro dia um colega chegou me contando que o maior índice de suicídios é entre engenheiros... fiquei preocupada... se eu enlouquecer, favor manter vigilância cerrada sobre mim. Mantenha facas e pílulas bem escondidas, tranquem as janelas... porque eu ainda tenho muito o que viver.

Falei e Disse.
Hoje sem muita inspiração.

segunda-feira, 17 de maio de 2004

Depois de algum tempo...


"Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma...
E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas."

Ontem numa entrevista num desses canais de TV a cabo, a atriz Drew Barrimore falou sobre algo que me chamou a atenção.
Perdas
- se apegar, criar vínculos e depois ter que dizer adeus, se afastar, se despedir. Ela falou sobre sua dificuldade em aceitar isso, já que as pessoas estavam sempre saindo de sua vida. E confessou: aprendeu a lidar com esse sentimento, mas nunca o compreendeu.
De Drew Barrimore, viajei até Selton Melo e o seu personagem Chicó no Auto da Compadecida de Ariano Suassuna. Seu amigo apostou uma tira de couro das suas costas, nem lembro por quê, mas a todo momento ele vivia atormentado com a possibilidade de perder: "Eu tô cansado de ficar com um tira de couro, sem uma tira de couro, com uma tira de couro, sem um tira de couro... Ai meu couro, meu courinho, que nasci tão apegado a ele". Lembrei disso só pra ter um motivo de rir.
Agora, porque é que eu estou falando tudo isso? É? Por quê???
Porque estou cansada de ter um amigo, não ter um amigo, ter um amor, não ter um amor...
Ah, meus amigos... que sou tão apegada a eles!!!

É incrível a quantidade de pessoas que entram repentinamente na minha vida e somem da mesma forma. E isso acontece tanto comigo... logo eu... que me apego a todo mundo, que gosto de todo mundo...

Lembro de um amigo que me ligava sempre no mesmo horário: 1:30 da tarde - a hora que eu chegava do trabalho. Conversávamos até a hora dele sair, mais ou menos às três. Foi assim por um bom tempo. Ele passava de repente no meu trabalho só pra me falar qualquer coisa. Vivia a dar toques no meu celular. Ajudou-me a superar o fim de um namoro. Eu ouvia sobre suas namoradas e ficantes e ria com tudo. Sempre que podia estávamos em contato. Até que ele sumiu. Por uma semana, depois por um mês. Meses. Talvez eu tenha sumido também e agora nossas telefonemas são escassos. Só de vez em quando... nem sei por que...

Outro também me ligava sempre. Conversávamos por longos minutos... depois sumiu. Hoje ele é apenas um conhecido... alguém que fala comigo apenas por educação. Não, não houve brigas nem discussões. Apenas isso. Indiferença.

Também tenho amigos que permanecem, mesmo ausentes, como um amigo da minha cidade natal, que conheci aos meus 16 anos, passando trote no telefone.
Com ele e minha prima Sandra, tínhamos tardes agradabilíssimas regadas com vitamina de banana, batata frita e ketchup (que combinação!). Chocolates sempre e muito filme. Algumas brigas... mas muito carinho. Carinho de amigo mesmo... e ele é bem mais velho do que eu. Agora está casado, com filhos, mas quando a gente se vê, é só alegria, como se nunca tivéssemos estado tão longe...

Sim, tenho amigos que permanecem. Que nunca mudam.
Amigos que me ligam todos os sábados me lembrando que está na hora de ir à igreja.
Amigos que tocam piano pra mim quando estou triste porque sabe que isso acalma meu coraçãozinho.
Amigos que gostam de conversar comigo porque sou uma engenheira com uma veia literária, que conversam comigo até mesmo porque sou pernóstica.
Amigos que me dão colinho... que me dão abraços... que dizem que me amam... que me colocam pra cima... que me mandam torpedos.
Amigos que se preocupam se eu almocei ou dormi bem.
Mas lamento pelos que sumiram da minha vida.
Tem gente que tenta me consolar dizendo: esse não eram amigos de verdade, mas isso só me entristece mais... porque eu era amiga deles.

Nem vou falar aqui dos amores que tive e perdi. Seria até covardia. Mas vou falar de mais um amigo de quem gosto muito.

Esse merece até apanhar porque me acostumou com seus telefonemas diários, com nossas conversas intermináveis. Fez com que me acostumasse com sua voz e seu sotaque diferente. Gostava de saber da sua vida e contar a minha. E ele me fazia rir quando ninguém mais conseguia.
Hoje ele não me liga mais como antes.
Hoje eu o conheço um pouco melhor e mesmo assim sinto que se distancia de mim.
Dessa vez não quero que aconteça novamente, não quero me tornar mais uma conhecida e vê-lo falar comigo apenas por educação.
Talvez o problema esteja comigo. Talvez eu não saiba conservar os amigos.

Ah, meu amigo, meu amiguinho, que sou tão apegada a ele!

Falei e Disse.
Eita, que esse post ficou grandão!

domingo, 16 de maio de 2004

Amar-amaro


(Carlos Drummond de Andrade)

Porque amou por que amou
se sabia
p r o i b i d o p a s s e a r s e n t i m e n t o s
ternos ou desesperados
nesse museu do pardo indiferente
me diga: mas por que
amar sofrer talvez como se morre
de varíola voluntária vágula evidente?

ah PORQUE AMOU
e se queimou
todo por dentro por fora nos cantos ecos
lúgubres de você mesm(o,a)
irm(ã,o) retrato espetáculo por que amou?

se era para
ou era por
como se entretanto todavia
toda via mas toda vida
é indignação do achado e aguda espotejação
da carne do conhecimento, ora veja

permita cavalheir(o,a)
amig(o,a) me releve
este malestar
cantarino escarninho piedoso
este querer consolar sem muita convicção
o que é inconsolável de ofício
a morte é esconsolável consolatrix consoadíssima
a vida também
tudo também
mas o amor car(o,a) colega
este não consola nunca de nuncarás.


sábado, 15 de maio de 2004

"O Rio de Janeiro continua lindo!!!"



Eu estive lá, tá! Não, eu não sou a gorda da foto. Muito menos a mulher de cabelo vermelho, nem a velhinha de cabelo branco. Qué isso!? Eu sou a magrela de saia rosa!!!! Sei que me conhecem.
Nossa, como os dias passam rapidamente. Já faz uma semana...

sexta-feira, 14 de maio de 2004

Águas Passadas

"Tristeza não tem fim,
felicidade, sim"

(Guilherme Arantes)

O céu está tão nublado
há tempos que não fica assim
só me recordo de águas passadas,
montes de gente, e nada de mim
eu só quero um motivo decente,
- você não entende - se eu gritar
ah!! ninguém ouve, não.
O céu está tão nublado
há tempos que não fica assim
você reclama da falta de sorte,
- "A velha alegria ainda há de vir"
mas eu tenho certeza
que essa saudade não leva a nenhum lugar

ah!! ninguém ouve não
ah!! ninguém ouve não

quarta-feira, 12 de maio de 2004



"Você foi a melhor coisa que eu tive e a pior também em minha vida/
você foi um amanhecer cheio de luz e de calor/
e ao mesmo tempo o anoitecer, a tempestade, a dor/
Você foi o meu sorriso de chegada e a minha lágrima de adeus".


O melhor de se viajar... voltar e ver que sua vida normal é maravilhosa.
Foi preciso ficar uns dias ausente do trabalho pra ter certeza de como é bom estar ali.
Como é bom ficar de manhã mandando mensagens eletrônicas umas para as outras e rir com cada frase espirituosa.
Correr pra porta pra contar alguma coisa engraçada que lembrou.
Fazer vaquinha pra festinha de aniversário da chefe.
Rir.
Rir porque minha amiga tem hiperidrose (acho que é esse o nome) e quando fica nervosa corre para o ar-condicionado com as mãos e os pés pingando de suor. Tadinha! Eu sei que não é pra rir, mas é que toda vez ela volta toda assanhada, assustada, com os cabelos nas alturas, sacudindo as mãos. E a gente ri de tudo mesmo.
Cantar músicas idiotas.
E trabalhar também... que ninguém é de ferro, né? (*rs!)

E o dia está chuvoso, melancólico, do jeito que eu gosto. Não gostaria que estivesse claro, amarelo, azul e feliz, parecendo zombar de mim. Prefiro vê-lo desse jeito, combinando com meu estado de espírito, sendo cúmplice da escuridão que vive aqui dentro...
Nossa! Como eu sou depressiva. (*rs!) Essa é a minha maneira de seguir feliz.


E volta a série: Não me faça te pegar nojo!

Atendi o telefone e ela foi logo me dizendo: "Você vai na minha casa, ainda leva aquela sua prima, come toda a minha torta parecendo duas esfomeadas e ainda sai reclamando que estava sem sal?".
Ei! Peraí! Eu não falei nada disso.
"Falou sim que meu marido disse".
Caramba! O marido dela chegou lá, tinha tomado umas e outras, reclamou que a comida estava sem sal, jogou um monte de sal por cima, comeu, fez a maior bagunça. Depois chegou no meu trabalho comentando, dizendo que a comida da mulher era péssima, e saiu contando que eu tinha falado aquilo.
Tá doida? Se estivesse ruim eu nem tinha comido. A torta estava gostosa, minha prima gostou também e eu não fiquei comentando que estava sem sal.
Ah, essas coisas só acontecem comigo. Já gostam de me atribuir a culpa, ou interpretam tudo errado quando falo alguma coisa. Sempre. Acho que preciso ser mais clara, mais objetiva e menos ingênua.
Mas enquanto eu não aprendo a ser assim, vou por aí, pegando nojo.

Falei e Disse.

Capítulo Anterior: 21/04/2004


Tem uma série nova no Tops de Linha: Contos pra um só entender. Nem sei se são contos... sei lá o que é... mas vão lá ler. Se tiverem vontade e paciência, claro.

terça-feira, 11 de maio de 2004

Eu voltei. Voltei para ficar... porque aqui... aqui é meu lugar!!!!!


Se aqui é meu lugar eu não sei. E nem sei se vou ficar... mas por enquanto ver a minha casinha, a minha caminha, mesmo que tudo vazio sem meu irmãozinho (que ainda está no Rio e não me deu a míííííínima enquanto eu estava lá) é tudo de bom.
Já estou com saudade dos amigos que fiz no Rio.
Dizem que o final da festa é sempre a melhor parte, e não poderia ser diferente nessa minha viagem de apenas 4 dias. Pouco tempo pra tanta coisa pra se ver e tantos amigos pra se encontrar. Realmente queria ter encontrado alguns amigos blogueiros, mas não deu, no entanto, aceito convites para a próxima.
Aguardem fotos e histórias picantes. Mentira! Tem histórias picantes, não, mas fotos vai ter, sim.


Nossa! A minha viagem de volta foi cansativa.
Estava com tanto, mas tanto sono que dormi o tempo todo mesmo naquelas poltonas desconfortáveis. Nem lembrei do medo que tenho de avião.
Fora o sono estava com um cólica miserável, morreeeendo de dor. Saí arrastando minha mala e minha alma, as duas juntas pareciam pesar mais de 600 kg.
Troquei minha passagem no ônibus para Aracaju das 9 da manhã para as 6 e meia. Mas, ô, arrependimento! Cheguei no mesmo horário do ônibus das 9, tamanha era a lentidão do ônibus que eu vim.
Fora o calor, porque o ar-condicionado parecia mais um aquecedor.
Além disso um casal do meu lado parecia que ia fazer tudo ali mesmo em plena luz do dia. O cara, um magrelo vestido socialmente e até de gravata ficava em cima da mulher, uma gorda mal vestida, o tempo todo. E ela só dizia: "Brincadeira, fulano!"
E mais... um outro homem veio puxar conversa comigo. Começou falando de trabalho, política e acabou me contando que traía a mulher em aventuras. Oxe! Disse que ia ficar aqui em Aracaju e acabou seguindo direto pra Maceió. Fiquei com medo!
E pra terminar, assim que cheguei na rodoviária de Salvador, um homem estava estirado no chão com uma crise de epilepsia. Debatia-se todo e os seguranças olhavam com uma indiferença, até se afastarem, com toda calma pra chamar um médico. Assim, como se ali não fosse um ser humano.
Credo! Depois de ver tanta coisa bonita, só esses horrores do mundo pra me trazer de volta a realidade.

Falei e Disse.
Voltando a minha vidinha de sempre.

E pra não perder o costume, uma musiquinha que me faz lembrar a amiga Flávia.

Não Vá Ainda
(Christiaan Oyens e Zélia Duncan)

O que você quer ?
O que você sabe ?
Não é fácil pra mim
Meu fogo também me arde
Às vezes me vejo tão triste
Onde você vai ?
Não é tão simples assim
Porque às vezes
Meu coração não responde
Só se esconde e dói
Por favor, não vá ainda
Espera anoitecer
A noite é linda,
Me espera adormecer
Não vá ainda, não. Não vá ainda

Me diga como você pode
Viver indo embora
Sem se despedaçar ?
Por favor, me diga agora
Ou será
Que você nem quer perceber ?
Talvez você
Seja feliz sem saber.
Por favor, não vá ainda
Espera anoitecer
A noite é linda,
Me espera adormecer
Não vá ainda, não.
Não vá ainda

sexta-feira, 7 de maio de 2004

Queridos, ESTOU NO RIO!!!!!!!!!!!

Sim, o Rio de Janeiro, cidade maravilhosa e por enquanto está tudo maravilhoso.
Nesse exato momento estou no laboratório de Corrosão na UFRJ, ao lado da minha amiga Flávia Jorlane.
É, verdade. Enlouqueci e viajei. Só falta pular de pára-quedas... E volto em breve com muuuuitas histórias e muuuuitas fotos.
Não, ainda não vi o Cristo e o Pão de Açúcar, mas eles estão ali... daqui há pouco poderei vislumbrá-los.
Sim, a vida é linda, a amizade é divina e o amor é azulzinho e tem uma cara linda!!!!!!!

Beijos a todos.
E sintam-se a vontade pra dizer se estão com saudades.

Falei e Disse.
Fala sééééério! Caraca, maluco! Eu mereço estar aqui.

quarta-feira, 5 de maio de 2004

Versos Íntimos

"Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro da tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa pena ainda tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!"


(Augusto dos Anjos).

terça-feira, 4 de maio de 2004

Triste ser amiga de celebridade




Muvuca no shopping. Uma gritaria dos infernos. Tentei me aproximar pra ver. Luzes, música alta. Tentei ir ao piso de cima, mas não tinha como passar pela escada entupida de gente.
Entrando numa loja perguntei a vendedora o que se passava e ela me afirmou: Erik Marmo estava desfilando aquela noite ali.
Nossa! Fiquei louca pra me espremer na multidão pra ver aquela cara linda e talvez gritar também, mas tinha mais o que fazer, e fui fazer compras de supermercado com minha mãe.
Lembrei que conheço um cara famoso. Não, eu não vou dizer o nome dele porque sei que você pode conhecê-lo. Também não vou dizer agora se eu era ou sou sua fã, só digo que ele é meu amigo, mas não há muito tempo, apesar de já tê-lo visto em revistas há algum tempo atrás e até pessoalmente.
Há exatamente um ano atrás eu o vi, num sábado à noite, lendo as centenas de milhares de cartinhas que tinha recebido, com um sorriso de satisfação no rosto. Tá, vou confessar, também mandei bilhetinhos pra ele, mas que não chamaram sua atenção. Não que não fossem criativos e inteligentes, mas é que, sabe, no meio de tantos...
Há oito meses, eu o vi novamente. Tentei pegar um autógrafo, só de perturbação, mas ele estava muito ocupado. Tentei falar com ele, mas também não deu pra ele responder.
Por ironia do destino, eu o encontrei há mais ou menos 4 meses, de uma forma que pode-se dizer comum, mas inusitada. Nunca falei dele aqui. Não diretamente, apesar de ter deixado mensagens "subliminares" na esperança de que ele lesse as entrelinhas. Acho que ele até tenta, mas sem nenhum sucesso concreto.
Ele é mesmo famoso, mas eu ainda não tenho nenhum autógrafo. Não, eu não quero, prefiro ter dele por enquanto a voz e um milhão de palavras, num sotaque diferente, catalogadas e guardadas com carinho numa caixinha especial.
Sim, posso até dizer que ele tem uma carinha de artista de cinema... é, posso dizer... baixinho para ele não ouvir porque ele já é bastante convencido disso.
Não, eu não sou sua fã e nem quero ser. E queria que não fosse assim. Queria que ele não fosse tão famoso. Um dia irei conhecê-lo... e eu espero que seja como sempre é quando conheço um novo amigo.
Não sei se posso abraçá-lo como abraço meus amigos, ou segurar na sua mão como sempre faço, não sei se posso dar a ele o mesmo tratamento... tenho certeza que se agir dessa maneira serei confundida com uma namorada e obviamente os paparazzis tirarão milhares de fotos que estarão estampadas em todas as capas de revistas e nossa história será contada a quatro ventos recheada de especulações.
Com certeza é triste mesmo ser amiga de celebridade... mas ser confundida com uma namorada sua não deve ser de todo ruim.

Falei e Disse.
Achando que minha vida é uma novela.


Meu Mundo e Nada Mais
(Guilherme Arantes - novela "Anjo Mau")

Quando eu fui ferido, vi tudo mudar
das verdades que eu sabia
só sobraram restos, e eu não esqueci
toda aquela paz que eu tinha
Eu que tinha tudo, hoje estou mudo
estou mudado
À meia-noite, à meia-luz pensando
Daria tudo por um modo de esquecer
Eu queria tanto estar no escuro do meu quarto,
à meia-noite, à meia-luz sonhando,
Daria tudo por meu mundo e nada mais.

Não estou bem certo
se ainda vou sorrir
sem um travo de amargura

Como ser mais livre,
como ser capaz
de enxergar um novo dia.


E os fantasmas do passado (posso até me atrever a chamá-lo de demônios) me apavoram. Como me livrar deles? Haja oração!

segunda-feira, 3 de maio de 2004

Gota D'Água

 (Chico Buarque)

Já lhe dei meu corpo, minha alegria
Já estanquei meu sangue quando fervia
Olha a voz que me resta
Olha a veia que salta
Olha a gota que falta
Pro desfecho da festa
Por favor

Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d'água

domingo, 2 de maio de 2004

A paixão é um droga!




É mesmo! E alguém duvida disso?
Ela traz a maior euforia, deixa o mundo cheio de luzes pequeninas e coloridas, te deixa tonta, flutuando, falando besteiras, rindo sem motivo, procurando "âncoras para substituir pelas estrelas da bandeira de sergipe" (by Espalhafatosa)... e quando o efeito passa, só fica aquela vontade de mais.
Mais... cada vez mais...
O vício. De um lado, com uma cara linda e uma voz gostosa.Riso contagiante. Inebriante.
A abstinência. Do outro lado com gargalhadas sepulcrais. Irônicas. Tenebrosas.
Quando não se tem mais a droga, só resta um vaziiiiio enoooooorme que nada preenche. Uma tristeza sem fim. Ânsia de vômitos. Desejo de morte. Uns comem demais, outros comem tão pouco... só resta dormir, num sono sem sonhos e chorar balançando-se na posição de ovinho, mãos entrelaçadas nas pernas, cabelos em desalinho, numa cama de ferro, num quarto branco, com paredes brancas, lençóis brancos... nenhuma paz.


Metade
(Adriana Calcanhoto)

Eu perco o chão, eu não acho as palavras
Eu ando tão triste, eu ando pela sala
Eu perco a hora, eu chego no fim
Eu deixo a porta aberta
Eu não moro mais em mim

Eu perco a chave de casa
Eu perco o freio
Estou em milhares de cacos, eu estou ao meio
Onde será que você está agora?