Como eu sei que nos finais de semana isso aqui fica entregue às moscas, deixo apenas uma poesia interessante de Carlos Drummond de Andrade.
Vou passar meu final de semana com amigos. Rindo, amando e querendo bem.
Dei um fim aos momentos melancolia. Cansei de ser triste e sentir saudade. Cansei de ser apaixonada (sim, nunca neguei que estava). Cansei de me arrepender do que disse ou do que fiz. Quanta besteira! Logo eu que nunca me arrependia de nada.
Ora, meu sorriso é lindo! Tenho mais é que rir!!!!

Beijos a todos e tenham um Feliz Sábado!


Não se mate

Carlos, sossegue, o amor
é isso que você está vendo:
hoje beija, amanhã não beija,
depois de amanhã é domingo
e segunda-feira ninguém sabe
o que será.

Inútil você resistir
ou mesmo suicidar-se.
Não se mate, oh não se mate,
reserve-se todo para
as bodas que ninguém sabe
quando virão,
se é que virão.

O amor, Carlos, você telúrico,
a noite passou em você,
e os recalques se sublimando,
lá dentro um barulho inefável,
rezas,
vitrolas,
santos que se persignam,
anúncios do melhor sabão,
barulho que ninguém sabe
de quê, pra quê.

Entretanto você caminha
melancólico e vertical.
Você é a palmeira, você é o grito
que ninguém ouviu no teatro
e as luzes todas se apagam.
O amor no escuro, não, no claro,
é sempre triste, meu filho, Carlos,
mas não diga nada a ninguém,
ninguém sabe nem saberá.

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