Começa hoje a série:

Não me faça te pegar nojo!

Porque não existe ninguém na face do planeta mais sangue doce pra ser injustiçada do que eu. Ninguém merece.

Mas eu mereço. Devo ser uma reencarnação de Judas. Devo ter salgado o pão da Santa Ceia, confeccionado a coroa de espinhos, atirado pedra na cruz, devo ter ficado com um pedaço do manto de Cristo na hora em que repartiram, devo ter feito xixi na sopa primordial ou qualquer dessas heresias que dizem por aí. Só pode!
Hoje eu já acordei com o pé esquerdo. Com os dois eu acho. Cheguei super atrasada no trabalho. Por quê? Celular de jacaré despertou? O meu também não. Irmão de jacaré tava lá pra acordá-lo? O meu também não. Dormi que foi uma beleza até 8:10. Detalhe: eu trabalho às 7. Cheguei lá às 9. Bonito! - foi o que meu chefe disse. E eu digo: Lindo! - e não entendo. Como é que uma pessoa trabalha há tanto tempo acordando no mesmo horário e até hoje não se acostumou. Só pode ser eu mesma. Doente.
Pra completar, fiquei irritadíssima com a colega de minha colega de trabalho. Isso é pra eu aprender que colegas de colegas não são meus colegas, ainda mais se tratando de sergipanos. Aí, você pensa... ela é preconceituosa, mas quem vem de fora percebe: a educação não é o forte desse povo. E se alguém (que não seja um sergipano) achar o contrário, que me diga.
Tudo começou ontem quando minha colega de trabalho estava comentado sobre um livro que leu e me dizendo que eu iria gostar. Perguntei se era dela, que me disse que era de Fulana, minha ex-professora de inglês que faz faculdade com minha colega, então pedi pra perguntar se me emprestaria. Coincidência ou não, ontem eu e Fulana estávamos na DESO e quando minha colega perguntou, Fulana olhou pra minha cara, disse um NÃO seco e voltou a fazer o que estava fazendo.
Tremendamente mal-educada, mas.. normal... Até aí tudo bem, se não fosse o comentário que ela fez depois: "Não empresto porque ela não tem cuidado com as coisas".
Pensei comigo e com o fogo que me subia pela alma: "Esse ser bizarro por acaso me conhece?". Senti vontade de mandar ela transformar seu livro num objeto cilíndrico e ir dançar a música do canudinho ou da garrafa, caso gostasse mais. Mas lembrei: minha cota diária de palavras torpes já estava se esgotando.
Ainda estava desabafando a minha indignação na cantina, ainda mais porque minha colega tratava de defender sua amiga, quando Gláucia faz o favor de derrubar um vidro de café solúvel no meu dedão. Ela nem percebeu. Ouvi, em meio às estrelinhas, quando ela disse: "Olha, que sorte, nem quebrou" - e eu: "Cla...aaa...ro! Ca...iu... no meu... de....do!"
Ah, ninguém merece!

Falei e Disse
E o dia ainda nem terminou.


"Tudo bem, quando termina bem, e os seus olhos, seus olhos estão rasos d´água...
mas eu sei q no coração ficaram muitas palavras,um vocabulário inteiro de ilusão.
Tudo q viceja também pode agonizar e perder o seu brilho em poucas semanas..."


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