Com emoção ou sem emoção?

É certo: quem não chora não mama. Depois do meu post de quarta-feira, meu amigo Gil, fiel amigo leitor do meu blog, comovido com a minha lamentação de ser a última nos seus planos, largou o almoço especial de sexta-feira santa com a família pra ir passear com as amigas. Mas qual o homem que ia preferir comer peixe a sair com quatro mulheres? Como meu amigo é O TAL, O BONITÃO, ele não poderia dizer não ao meu pedido tão doce e delicado. Claro que eu sei que ele só me atendeu porque "siri-na-lata" mandou intimá-lo dizendo que contava com ele.
Resumindo, depois de mil voltas na cidade (mulher é sempre um problema, sempre tem um milhão de coisas a resolver antes de ir diretamente ao assunto), chegamos à praia. Eu, claro, anta de plantão, levei a câmera para registrar o momento e esqueci as pilhas, então nada de fotos.
Foi tudo lindo e maravilhoso e nem vou dizer que quase éramos vítimas de um acidente terrível. Eu vi a morte na minha frente, e se não fossem nossos gritos que acordaram nossos anjinhos da guarda, que, por ser feriado, dormiam até mais tarde, hoje estaríamos todos com nossas fotos estampadas em alguma capa de jornal e nossos nomes escritos de forma errada (eu ia morrer duplamente por isso quando colocassem meu nome com acento e c). Mas, graças a Deus e ao quase, estamos vivos pra contar a história. Mas, ô susto!
Mais tarde, o filme Paixão de Cristo deixou um bando mulheres em comoção geral. E meu amigo, O BONZÃO, O CARINHOSO, teve o trabalho de tentar consolar todas elas, porque uma soluçava, a outra repetia "ninguém merece", a outra dizia que quase saía de lá convertida (o problema foi o quase) e eu, beata de plantão, tentava evangelizar: "Viu, ele sofreu por seus pecados!" - isso rendeu 15 minutos de silêncio em profunda meditação, até que Kedma, que não pôde nem nesse momento deixar sua "sirizisse" de lado, me fuzila: "Pelos meus só, não, pelos seus também. Ora!".
Só sei que foi emoção demais pra um dia só. Da próxima vez que a gente inventar de sair, por favor me perguntem, "Com emoção ou sem emoção?", como faz o cara da banana boat na praia. 

Falei e Disse.


ENCONTRO DAS ÁGUAS
Jorge Vercilo

Sem querer te perdi tentando te encontrar
por te amar demais sofri, amor
me senti traído e traidor
Fui cruel sem saber que entre o bem e o mal
Deus criou um laço forte, um nó
e quem viverá um lado só?

A paixão veio assim afluente sem fim
rio que não deságua
eu aprendi com a dor nada mais é o amor
que o encontro das águas

Esse amor
hoje vai pra nunca mais voltar
como faz o velho pescador
quando sabe que é a vez do mar
Qual de nós
foi buscar o que já viu partir,
quis gritar, mas segurou a voz,
quis chorar, mas conseguiu sorrir?

Quem eu sou
pra querer
entender
o amor?

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