quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Resoluções

 

  Desilusões Resoluções de Ano Novo



Passei o dia ouvindo e lendo lamentações que não eram as de Jeremias. De noite eu já estava esgotada, me sentindo desolada, desamparada, mas estava cansada demais pra chorar. Ninguém começa um relacionamento pensando em terminar, quando acaba, por mais que seja um alívio, é sempre frustrante. É mais um que se foi.

É interessante como o meu organismo reage. Se eu fico triste, ou se alguém me irrita ou me deixa estressada, a primeira coisa que eu sinto é sono. Uma vontade louca de deitar e dormir. É automático. Se me magoam, eu quero logo dormir. Se me agridem, eu só penso em deitar. Ontem passei o dia inteiro com sono.

Não vejo a hora de acabar essa euforia de final-de-ano, não agüento tantos festejos, confetes, risos fáceis... não agüento mais tanta adrenalina das surpresas. À pouco Kedma me ligou alarmando: "Minha filha, você não sabe da maior!", minhas pernas tremeram e eu tive que sentar. Tantas viagens, tantas noites de pouco sono, tantas novidades. Estou acostumada com uma vidinha pacata. Acho que sinto falta dela.

Meu corpo sente falta da musculação, minha alma sente falta da igreja, minha mente a falta de ler bons livros, minhas mãos a falta das teclas do piano. Meu coração sente a falta de alguém. Sente falta de Cliança Minha, das risadas, das histórias sem nexo. E pensar que ela está tão perto, só há algumas quadras, e me parece tão longe. Sinto falta da minha vida normal. Tudo faz tanta falta...

Em 2007 pretendo não deixar nada faltar. Quero aproveitar os segundos, os minutos, as horas. Aproveitar as oportunidades, não ter tanto medo. Fazer os cursos que preciso e quero fazer. Falar inglês e espanhol de verdade. Quero criar vergonha na cara e estudar tudo o que preciso estudar. Quero passar num concurso. Trabalhar num lugar com pessoas mais agradáveis. Fazer novas amizades. Conhecer pessoas boas e interessantes. Quero aproveitar mais a companhia das pessoas que amo. Quero ser uma pessoa melhor. Quero não ter tanta preguiça de buscar os meus sonhos, meus objetivos. Quero amar. Quero ser feliz... quero me jogar... e me jogar linda! Que venha 2007!

quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

A quem interessar possa...a-ca-bou. Sem comentários. 



"otro amor vendra
si hoy estoy muriendo
otro amor vendra
que sera mejor
otro amor vendra
por que voy a dedicarme a vivir sin ti
voia ser feliz
otro amor vendra
otro amor vendra
otro amor vendra

ya lo veras
otro amor vendra
ya veras como quiero otra vez
siento otra vez
vivo otra vez
el amor llegara
otra vez".

(Otro Amor Vendra-Lara Fabian)

terça-feira, 26 de dezembro de 2006

Natal em PA



Ri tanto nesse natal que hoje estou com uma vontade louca de chorar.
Tomei tanto sol que meu lábios estão ardendo.
Tirei tanta foto que estou enfastiada. Se não fosse o Ano Novo e a viagem para João Pessoa que precisa ser registrada para a posteridade, eu passaria uns 6 meses sem nem ser fotografada num 3/4. Cansei minha beleza.
O calor estava tão grande que a vontade que dava era ficar como os urubus na prainha, asas abertas, paralisados, ansiando por uma leve brisa momentânea, isso porque até o vento era como um bafo quente na cara. Ô, Paulo Afonso quente! Mas o pôr-do-sol na minha terrinha é lindo (visto de cima da usina Apolônio Sales).

Estou tão triste com Fábio. Ele não quis passar o natal comigo...

quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

É no Natal que a gente descobre que não é ninguém.



Não tem gente que tem um "sangue doce" pra ganhar presentes? Eu não. Não tenho sorte de ganhar nada de ninguém, ao contrário, sempre conseguem me tirar alguma coisa. Sempre tem alguém correndo para me pedir favores, seja trabalho, seja empréstimo, seja o que for, quando eu preciso, tenho que pagar, tenho que desembolsar algo ou alguma quantia pra conseguir o que quer que seja. Ninguém faz nada de graça pra mim.

No Natal não poderia ser diferente. Essa época nojenta que algum idiota criou pra fazer as pessoas gastarem o seu rico dinheirinho. Eu sempre gastei horrores no natal, dou presente a meio mundo, quase sempre terminava com um presentinho só da minha mãe. Até que eu e minhas primas tivemos a brilhante idéia de nos presentear, assim cada uma ganharia 3 presentes, o que já é um bom começo.

Esse ano a gente não programou nada, mas Kedma me ligou perguntando se eu tinha comprado alguma coisa pra ela, porque ela não tinha comprado nada e que se eu não fosse dar, ela não teria que comprar, deixaria para dar só em fevereiro, no meu aniversário. Em compensação, disse que se não ganhasse nada, ficaria com a carinha mexendo. Entenda.

Coisa é no trabalho! Lembro de uma vez no DESO que uma mulher entrou com vários presentes, distribuiu para todos e eu fui a única pessoa a ficar com a mãozinha abanando. Mas acho que disfarcei muito bem mantendo minha cara pregada no computador, e evitando esticar o pescoço para ver o que o outros ganharam.

Esse ano não poderia ser diferente, né? Tem gente aqui que já ganhou perfumes, várias agendas, sandálias e vários outros brindes. Só vejo o povo entrando com sacolas cheias de garrafas de bebidas e agendas, e eu com o olhinho compriiiiido, querendo alguma agendinha, nem que seja a mais pebinha só pra não ter que comprar. Que nada! Meu nome é Erika e eu não sou ninguém não aqui.

Tsc, tsc, natal! Quero mais é que Papai Noel morra.

Clique aqui para frustrações de natais passados.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

Ternura


Ternura
(Vinicius de Moraes)

Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta, muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar extático da aurora.
 

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Conversas doidas usando o e-mail do trabalho (abafa o caso!)


Num e-mail copiado a várias pessoas, uma colega comunica o seu período de férias, deseja boas festas e se despede. Muitos desejam o mesmo, copiando todos.

Leo responde:
"Nhá pra vc Renata. Na sua ausência Nadja vai passar a ser a minha esposa e a Erika minha amante, a partir de segunda as duas responde diretamente para mim e começam a pedir permissão para tudo o que forem fazer, até mesmo ir ao banheiro e está decidido !!! Abraços"

"Affé, como é volátil!!! aliás, volátil e volúvel..... Meninas, CUIDADO!!!!Léo é mandão e vai se aproveitar de vcs...vai fazer exatamente o q está fazendo comigo agora...me descartando após quase 2 anos de relacionamento....MOORRTTA!!!!! Vai ter troco, hein?! Cheiro, Rê".

"Ainda bem que ele não é solúvel. Menos mal. Mais um pra me escravizar???? Tá demais!?", reclamo.

Thiago se mete:
"Mulher, pare de estirar o cabelo...
É isso, o loiro até disfarça o pé na senzala...
Mas quando estica, pronto...
Já querem escravizar...
Faz porque quer, né?
Olhe por meu cabelo e pra minha pele..."

"É carma. Os ancestrais clamando. Se eu não morrer de banzo já é lucro", respondo.

Thiago ri:
"Hauhaauha, banzo é tudo! Coisa bem de preto! Eu já tive (sobrevivo com seqüelas) e você?"

"Que aula de cultura!!! Como eu ainda desconheço a lei áurea, só conheço o regime lererê....vida negro é difícil ....", diz Nadja.

Eu continuo:
"Agora a pergunta que não quer calar: Pq preto sempre inventa de pintar o cabelo de loiro? Estou pensando em botar umas lentes de contato verdes, que acham?
(Para seu conhecimento, Thiago, o banzo me persegue dia e noite como uma silenciosa nostalgia)
Deixa eu parar de mandar e-mail antes que meu chefe me dê uma churria, ele já me ama tanto..."

Thiago diz:
"E seu chefe ainda vai amar mais quando...
Além do cabelo loiro-médio-acaju-forte-acastanhado-chapinhado...
Você estiver com ollhos verdes-esmeralda...
Aproveite, ponha um decote em V, costas nuas, sem manga...
Brincos e colar de pérolas...
Uma cinta-liga com uma minissaia cós baixo...
Um salto com, no mínimo, 23 cm de altura e meia arrastão,
E saia cantando, de Chico Buarque (o que o fará se apaixonar perdidamente), Folhetim: 'Se acaso me quiseres, sou dessas mulheres que só dizem sim, por uma coisa à toa, uma noitada boa, um cinema, um botequim...',
Mulher, se observe, se oriente... A gente tá falando de ser preto, ajude a raça, honre a minoria pisoteada pelo capitalismo alviperverso.
Destruemos as facções hitlleanas e ostentemos o estandarte do samba e do sarará-piolho, que é nossa cultura!
Abaixo à tirania branca-clara-demais desse país, desse estado, dessa nossa empresa!
Erika.........
....morra, por favor!!!
E DE BANZO!!!"

"Thiago, depois desse teu discurso, se não fossem as adversidades e ironias do destino como um todo, eu me apaixonaria perdidamente pela tua pessoa, ou seja, por você. O problema do meu sangue afro-brasileiro se trata da mistura de raças onde o branco do lado europeu da minha avó materna (ela tem até olhos azuis) impede que meu cabelo seja totalmente crespo, e o lado negro-ameríndio do meu avô paterno (ele tinha nariz achatado) impede que ele seja liso, resultando em algo que nem é cacho e nem é liso, e obriga-me a ser um ser andrógino dependente de alisamentos e escovas (recuso-me a admitir que faço chapinha). Já o aspecto alourado é só uma conseqüência de inúmeras tentativas de iluminação para identificar uma pele que nem é negra, nem é branca (essa indefinição me mata!)
Mas agradeço à mãe África por ter me privilegiado com ancas de boa parideira características da mulatice intrínseca a mim, porque ter cabelo ruim e ser desbundada seria o fim. A morte seria mais digna.
Beijas, como dizem.
Erika.
p.s.; minha mãe se chama Isaura... seria esse o motivo de eu ser tão escravizada?"

Thiago ri.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Balanço de final de ano

Como a maioria das pessoas, tirei o restinho do ano pra fazer um balanço do que ele foi. Como a maioria das pessoas, posso dizer que o saldo foi positivo, mas como final de ano significa pra mim também idade nova, pois janeiro passa voando e logo chega o começo de fevereiro, sempre faço um balanço da minha vida inteira. Ainda mais agora que vou entrar no meu último ano da era pré-balzaquiana. 

Outro dia uma amiga comentou sobre o grupo de louvor da igreja e completou com a seguinte frase: "Era pra você estar cantando ainda". Fiquei irritada porque ela sabe muito bem porque eu saí do grupo, mas é certo que as pessoas têm memória curta, principalmente no que se refere aos fatos que não lhe dizem respeito. 

Penso que se era pra eu estar fazendo alguma coisa, se era para eu estar em algum lugar, eu estaria fazendo, eu estaria lá, independente do que acontecesse. Isso é acreditar no destino? Eu nem sei se acredito no destino. Só sei a vida nos leva por caminhos que muitas vezes não são desejados, nem buscados, por nós. 

Esse ano que agora acaba foi estranho para mim. Passei a minha vida inteira achando que para ser feliz eu tinha que ser uma menina obediente aos mandamentos, ir à igreja, a casa de Deus, participar, tentar não pecar, namorar e casar com uma pessoa da mesma fé, evitando assim o tal do jugo desigual. 

Jugo desigual... as piores pessoas com quem me relacionei foram da "mesma fé". Os piores namorados que tive foram os da igreja. Por fim, os próprios "irmãos" acabaram me tirando a única coisa que me restava de importante dentro daquele lugar. 

É incompreensível. Todas as outras igrejas vivem à caça de membros, a igreja em que fui criada só se preocupou em me fazer desistir de estar nela. Às vezes, ou quase sempre, quando lembro desse fato, tentando compreender o que aconteceu, fico com o olhinho cheio de lágrima. 

Ainda lembro do que me disseram no dia em que percebi que eu não era mais bem vinda ali. Por causa de comprimentos, cores, regras que não cumpri, me disseram que eu não tinha mais nenhum direito ali dentro, que eu era rebelde, a pior de todos, questionaram o que eu estava fazendo ali e perguntaram por que eu fui namorar uma pessoa mundana se eu sabia que não podia. 

Como se não bastasse um mundo que exclui porque você é negro, pobre ou mulher, a igreja também exclui os que não se adeqüam aos conceitos que seus próprios líderes criam. Eu fui excluída. Excluída da igreja onde estive por 25 anos. Excluída. Repito pra mim mesma, tentando pelo muito repetir tornar a palavra menos agressiva. Fui excluída quando eu só queria estar lá. Eu só queria cantar junto com as pessoas que eu julgava serem meus amigos, mas que no fim só se mostraram interessados no que eu podia lhes favorecer, como os passeios no meu carro ou os cds que eles usavam. Eu só queria estar lá, mas não me deixaram ficar. 

Agora, depois de alguns meses, os mesmos que me expulsaram, têm a cara-de-pau de me convidar a visitar a igreja ou voltar a freqüentar. Fazem pregações demagogas e apelos hipócritas. Outros, esquecidos, ainda me perguntam por que foi mesmo que eu saí da igreja. E eu, depois de tantos meses, não consigo ouvir as músicas que eu cantava sem chorar. 

Passei a minha vida inteira acreditando que naquele lugar eu poderia ser uma pessoa melhor, mas em 2007 prefiro continuar acreditando que a casa de Deus não é um templo de tijolo, cimento e concreto, que para ser uma pessoa boa não é preciso seguir leis e regras de conduta. A casa de Deus é dentro da gente, e nos tornamos pessoas boas justamente por Ele estar ali. E isso basta.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

Penetras





- Essa casa é linda! Uma mansão enorme, tem piscina e até uma academia dentro equipada de tudo - disse Kátia.
- Como é que tu sabe? - perguntei.
- Quando eu passo no ônibus sempre fico olhando.
- Olha, vai ter festa lá! Se eu tivesse com mais duas caras-de-pau como eu, ia pra essa festa agora. Tem coragem, Kátia? - perguntou Nel.
- Eu não.
- Eu tenho - respondi - não tenho coragem de falar nada, mas tenho coragem de entrar lhe acompanhando. Agora, Nel, você fala tudo, eu não vou inventar mentira nenhuma.


Paro o carro na frente da casa. O pessoal ainda está arrumando. Nel coloca metade do corpo fora da janela:
- Que horas começa a festa?
- 6 horas, responde um carinha que arrumava a entrada do portão que imitava a entrada de um circo, com guichê e tudo.
- Daqui há pouco, né? A gente já pode entrar?
- Pode sim. Fique à vontade.
- Bora, Erika?
- Bora! - repito.
- Bora, Kátia?
- Deus me livre! Deixe-me ali no terminal que eu vou embora.
- Bora, mulher! - Nel insiste.
- Vou nada. Morro de vergonha!
- Eu vou - confirmo minha participação e completo - mas você fala, Nel!


Deixo Kátia no terminal, estaciono o carro, e sigo até a entrada da mansão com Nel. O segurança com braços fortes olha pra gente com estranheza, mas o decorador, ainda arrumando a entrada, diz:
- Entrem, fiquem à vontade.


Assim que a gente entra, Nel liga pra Kátia, toda empolgada:
- Muuuulheeeeer!!!!! Peeeeense numa festa linda!!!! Tem de tudo aqui. Olha a decoração é de circo, tem bichos de pelúcia pra todo lado, tem picadeiro, tudo muito colorido, etc, etc, etc.


Duas arrumadeiras se aproximam, curiosas, olham pra mim e perguntam:
- Vocês são amigas de Roberta?


Gelei. "Esmudeci". Nel continuou tagarelando no celular. As arrumadeira repetem:
- Hein? Vocês são amigas de Roberta?


Eu, que não sei mentir, me desespero:
- Nel, Nel! A mulher tá falando!


Como Nel não me ouve, falo para as mulheres com um sorriso amarelo:
- Eu não conheço Roberta, é ela que é amiga dela - e aponto pra Nel.
- Ah, então espere aí que eu vou chamá-la. Ela está ali na casa, foi trocar de roupa. Sentem-se, fique à vontade.


E Nel ainda tagarelando (que ódio!), alheia à situação:
-Kátia, mulher, a piscina... a academia... a casa... venha ver... Erika, você trouxe a câmera, vamos tirar foto!
- Nel... Roberta ta vindo!
- Roberta! Robertaaaa!!!! Tem duas amigas suas aqui - chamam as arrumadeiras.
- Nel, peste, acorda! Lá vem Roberta!
- Ô, Roberta! Aqui tuas amigas, elas estão aqui! - continuam chamando.


Nel nem tchum, continuou falando ao telefone, esperando a dona da festa aparecer pra olhar na nossa cara e dizer que nunca nos viu mais magras. Eu me desespero, vejo Roberta apontar na porta da mansão, puxo Nel pelo braço e praticamente corro em direção à saída. As mulheres estranham:
- Roberta já ta vindo. Não vão esperar?
- A gente volta já, vamos buscar o sobrinho dela - e dou mais um sorriso amarelo.


Passo pela entrada voando. Nel, ainda ao telefone, bem devagar atrás. O decorador estranha:
- Ei, ei, por que já vão? Ali Roberta, falem com ela - gritou, com um sorriso de quem diz: "Aí, não queriam entrar de penetras?"
Nel ainda "me" pára com o celular no ouvido e fica olhando pra cara do decorador. Puxo-a de volta e saio caminhando nervosa. O segurança continua olhando até a gente dobrar a esquina. Depois de me sentir segura, reclamo:


- Mulher, Nel, como é que você faz uma coisa dessas? Como é que inventa de entrar de penetra numa festa e fica falando sem parar no celular? Eu queria ver na hora que Roberta chegasse e olhasse pra cara da gente o que era que você ia inventar, porque eu não ia falar nada, e ela ia chamar o segurança pra jogar a gente no meio da rua. Se Roberta fosse de briga?


Nel, ainda conversando com Kátia no celular, olha pra mim e pergunta:


- Que Roberta?

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006



"Ao pisar no terreno de um coração
é preciso ter muita calma
para não destruir as flores,
para não se perder nos amores,
nos amores por ele vividos,
nos amores por ele sonhados,
idealizados...
Há que se ter muito cuidado
quando alguém nos abre a porta do seu coração.
Cuidado para saber entrar,
e, se necessário, saber sair...
Sem destruir, sem derrubar.
E plantar uma bandeira,
no maior monte, escrito assim:
- Estive aqui e fui feliz!!! "


COMO TEM GENTE GROSSA E IGNORANTE NESSE MUNDO! MISERICÓRDIA!

Revoltada e sem condições de escrever aqui. Mas se quiser ler, vá lá nos Inimprestáveis, valeu? 

Soberana# 

quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Onomatopéias


(eu e Kedma essa tarde no msn)

[11:36:27] Kedma--,-@ Cuida bem de mim! says:
GRUMGRUM GROF PROCT
KKKKKKKKK
NÃO QUERO + TRABALHAR HJ NÃO! 


[11:37:31] Soberana says:
nem eu. preguiça da pêga 

[11:37:51] Kedma--,-@ Cuida bem de mim! says:
VAMU P/ PRAIA?
grum grum grof
miauuuuuuuuuu 


[11:52:50] Soberana says:
o que é grum grum grof? (risos!)
clau, clau, peém,peém, tu, tu, tu
ronc, ronc, ronc 


[11:53:19] Kedma--,-@ Cuida bem de mim! says:
nada! tou perturbando
frog frog, gluc, nhoc
grau, grau, nhec 


[11:55:48] Soberana says:
bilau, bilau, fonhem, fonhem, xucu,xuc
blago, glaco, flaco 

[11:56:05] Kedma--,-@ Cuida bem de mim! says:
kkkkkkkkkkk 

[11:56:17] Soberana says:
tem o que fazer não, né? 

[11:56:30] Kedma--,-@ Cuida bem de mim! says:
croch, croch, vruc, vrac
tenho, mas tou com preguiça 


[12:00:19] Soberana says:
vruc, vrac, foi demais! 

Kedma--,-@ Cuida bem de mim! says:
que bicho faz esse barulho, heim?
parece um cágado transando... kkkkkk

N.E.: Agora, me explique, como é 1 cágado cruza sozinho? É cada ídéia!

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Tiros em apresentação de orquestra sinfônica.



Livinha me convidou para uma apresentação do coro sinfônico no feriado de 15 de novembro. Disse-me que a música que eles iam cantar era linda demais, que o maestro era perfeccionista, que cada acorde era maravilhoso, que era em inglês, que era a história de amor de num-sei-quem e isso e aquilo. Ela me contou isso tudo na velocidade da luz, porque ela só sabe falar assim, tal qual aquele esquilo de um desenho infantil.

Eu estava cansada porque tinha trabalhado no feriado, tinha ido à cabelereira e só depois de 4 horas esperando para tratar a cafuba, pude sair pra pagar contar no shopping, ou seja, já era 9 da noite e eu só queria dormir. Mas mesmo assim fui de última hora com Fabinho que reclamava dizendo que ouvir orquestra com sono era "uó".

Quando chegamos no teatro a orquestra já estava tocando a "Hora do Brasil" e Cliança Minha já estava na parte de cima com o irmão e a cunhada. Ela manda um torpedo.

Su: Vem pra cá, mo fio!
Eu: Eh q eu gosto de ver a cara do povo e daí eu n enxergo quase nada. Sou cega. 

Eu gosto de assistir as coisas olhando a cara do povo. Se é show, quero estar pregada no palco. Se é no teatro, quero estar perto pra ver todos os detalhes. Sou míope, ora, se eu ficar de longe mal vejo o vulto.
Continuei ouvindo a orquestra e conversando com Su quando no intervalo de uma música pra outra, entram 3 soldados, armados e fardados, e se posicionam no fundo do palco. Pareciam 3 cuscuz em cima da mesa (como é o plural de cuscuz?)

Su: Eu conheço esse primeiro soldado daqui p la. É o Eric, lembra?
Eu: Eu conheci? Soh de ouvir vc falar, não? Ou ele foi na igreja? Pra quê esses samangos ali?
Su: Pois é, tão parecendo idiotas, ele foi à igreja mas não sei se vc tava no dia.

Não entendi porque eles estavam ali, nem sabia o nome da música que estava sendo tocada, se tinha alguma coisa a ver com pátria, exército, essas coisas. Dá pra ver o quanto eu estava interessada. E olha que eu sou uma pessoa culta e amo música clássica seja ela qual for, mas nesse dia eu só queria dormir. Bocejava mais do que tudo, e de cabeça baixa continuei mandando torpedo pra Suellinha.

De repente ouvi um tiro: "Pow!" Dei um pulo da cadeira e ouvi outros tiros: "Pá! Pá! Pow! Pow!". Fiz menção de correr, já estava em pé no corredor, enquanto olhava assustada para os lados, com os olhos grelados, e ouvia mais tiros: "Prá! Pá! Pá!" Atônita tentava entender o que acontecia. Vi que o povo permanecia sentado. Fábio, segurando minha saia, me olhava incrédulo. Alguns também se assustavam, mas permaneciam sentados e calmos, só então percebi que fazia parte do espetáculo. Os soldados estavam atirando para baixo, na cadência rítmica da batida do compasso, de acordo com a ordem do regente. Sentei, sonsinha, e ri, sozinha. Ri muito. Não conseguia parar de rir de mim mesma. Mandei mais um torpedo pra Suellinha.

Eu: Tomou um susto? Eu tô me acabando de rir. Quase que eu corro. Medo da pêga. Agora a gente sabe pq eles estavam ali, p fazer medo a gente. Olha a guerra! 

Su acabou desceu, sentou do meu lado e passamos o resto da apresentação rindo de tudo.
Fábio gostou muito da apresentação. Ficou emocionado com tudo. E disse: "Foi lindo, não foi, Bisôro?"(ele me chama de besouro). A música cantada pelo coro era realmente linda, pena que dela só deu pra entender um "I love you very much". Achei que faltaram as legendas. 

Su e Eu.

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

A Hora da Estrela


"Ela se mexeu devagar e acomodou o corpo na posição fetal. (...) Era uma maldita e não sabia. Agarrava-se a um fiapo de consciência e repetia sem cessar eu sou, eu sou, eu sou. Teve uma úmida felicidade suprema, pois ela nascera para o abraço da morte. (...) Um gosto suave, arrepiante, gélido e agudo como no amor. Seria esta a graça a que vós chamais Deus? Sim? Se iria morrer, na morte passava de virgem para mulher. Então ela pronunciou uma frase que ninguém entendeu: "Quanto ao futuro". Vomitou um pouco de sangue. Estava enfim livre de si e de nós. (...) Viver é um luxo. Pronto, passou." 

Já terminei de ler. Não gostei, apesar de gostar de Clarice, fiquei com um sentimento vago com relação a Macabéia. Ela tinha mais era que morrer mesmo. Mulherzinha sem graça. 
(Senti-me cruel ao escrever isso) 

quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Vermelhou no pacote de Adelino...


Vermelhou no pacote de Adelino...
... e trabalhei novamente nesse feriado. Agora virou lugar comum, é só ter um feriado que logo inventam uma meta para cumprir. E tome prazos inexeqüíveis. E tome chicote no lombo. Eu não estudo, eu não toco mais piano, eu não tenho mais forças para ir a academia. Estou fraquinha. Quero me deitar.
Segunda-feira eu dormi 12 horas seguidas, morgada em cima de uma cama, vestida do jeito que cheguei do trabalho. Acordei apenas às 3 da manhã com a barriga sufocada no cós da calça, a cara marcada pelo relógio, alguém gritando na televisão e fui tomar um banho pra voltar a dormir. Estou cansada, preciso de férias.
Antes de ontem eu estava com vontade de morrer de tão cansada. Encontrei minha prima no msn e perguntei a opinião dela, se era melhor morrer naquele dia ou deixar pra o outro. Ela me aconselhou morrer depois do feriado pois ela ia pra um show de Babado Novo na praia, e se eu morresse ia atrapalhar os seus planos.
É tão bom saber que alguém gosta da gente...
Soberana# 

terça-feira, 14 de novembro de 2006

Grilo Feliz




Eu tenho pavor de insetos que pulam e voam. Odeios bichos que rastejam. Eu tenho pavor de grilos. E as rãs? Ai, elas pulam! Eu tenho fobia de baratas, elas voam! Apesar de ter nojo, pavor, medo, não tenho coragem de matar nenhum deles. Um dos motivos de ser vegetariana é que me falta coragem de matar qualquer bicho, mesmo que seja uma vil barata. Ah, não! Deus me livre! Morro de pena! Claro, que ninguém vai querer comer uma barata, estou só comparando, que se eu não tenho coragem de matar uma barata, imagine comer um bicho morto por alguém. Ah! Vocês me entenderam.
Mas eu odeio mesmo é o barulhinho que as baratas fazem quando são esmagadas. Blerght! Delas eu não tenho pena. Eu tenho pena das rãs. Eu jamais mataria uma rã, elas são criaturas bonitinhas. Geladas, mas bonitinhas, e se eu tivesse coragem, eu pegaria para criar, mas eu não tenho essa coragem. E nem deixo ninguém matar as bichinhas, tão transparentes! As catengas também, elas soltam o rabo e eu tenho pavor, mas abençoa as catenguinhas, papai do céu!

Quando eu tinha gato, meu finado Tigrinho (que Deus o tenha) eu conseguia sobreviver às baratas. Eu simplesmente jogava Tigrinho em cima delas e corria, escondendo meu rosto pra não ver o prazer mórbido do bichano em torturar até a morte as pobres. Sem Tigrinho ficou difícil e teve uma vez que eu tive que dormir em outro quarto porque a danada da barata não saía e eu não consegui matá-la jogando a sandália de longe. Pontaria ruim.

Sexta à noite estava eu conversando ao celular com minha amiga Pati quando ouço um barulho "pof" de bicho asqueroso pulando e caindo no chão. Olho e dou de cara com um grilo marrom nojento. Logo pensei: "me lasquei! Esse bicho vai cantar a noite inteira e eu vou ter que dormir em outro quarto", mas pra minha sorte, meu irmão estava em casa. Corri pra pegar uma vassoura e chamar meu irmão pra espantar o grilo de lá.

O que se seguiu foi uma cena de horror. Meu irmão, cruel, encheu o grilo de pancada. Nossa, foi terrível. Depois saiu arrastando o corpo pela casa até a área de serviço, só que o bicho não morreu instantaneamente, ficou esperniando convulsivamente, uma coisa horrorosa, e ao ver aquilo me desesperei. Saí do local do crime e fui me refugiar na minha cama-box-king-size-comprei-parcelado-mas-já-paguei, gritando: "Meu Deus! Que morte dolorosa eu submeti este pequeno inseto!". 

Vendo então o meu desespero, meu irmão se aproximou para me explicar que insetos como aquele grilo não sentem dor, eles não possuem cérebro, nem células nervosas que transmitam a dor, e que eles se mexiam porque a cabeça (?) estava viva, mas o restante do corpo já estava morto, que agora o que lhe restava eram as formigas para comer suas patas esmagadas até que ele parasse de se mexer.

Meu Deus! Como pode uma pessoa descrever tal assunto, assim, tão friamente? Fui dormir horrorizada.

Já no domingo, estava eu no meu 13º sono quando ouço um cricrizar. Dou um chute na cama e o cri-cri cessa. Estou chochilando e o cri-cri volta. Ah, não é possível! Acendo a luz, olho no chão, embaixo da cama, nada. Apago a luz, espero um pouco, o cricrizar volta. Acendo a luz e para minha surpresa, eis um grilo, muito bem aninhado entre as cobertas ao pé da cama, no quentinho, enroladinho, feliz da vida a cantar. Mas é cada uma!

Já era 1 hora da manhã e tive que chamar meu irmão, que com um chinelada só esmagou o grilo bem no meu lençol. Mais uma noite para dormir horrorizada.

E que praga é essa de tanto grilo na cidade? Outro dia na igreja ninguém conseguia prestar atenção no pregador. Todo mundo olhava para dois grilos grudados na cortina que ameaçavam pular de lá em cima da congregação. Eu tentei me proteger com a Bíblia, caso ele teimasse pular em cima de mim, mas graças a Deus, eles ficaram quietos na cortina, o culto inteirinho, ouvindo a pregação.
Soberana# 

segunda-feira, 13 de novembro de 2006

Bom dia, tristeza


Bom dia, tristeza
(Adoniran Barbosa e Vinícius de Moraes)

Bom dia tristeza
Que tarde tristeza
Você veio hoje me ver
Já estava ficando até meio triste
De estar tanto tempo longe de você
Se chegue tristeza
Se sente comigo
Aqui nesta mesa de bar
Beba do meu copo
Me dê o seu ombro
Que é para eu chorar
Chorar de tristeza
Tristeza de amar
 

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

Bruuuuutaaaaa!!!!!



Eita, que eu ando numa fase de brutalidade! Normalmente eu sou muito complacente (será?), mas outras vezes eu perco a paciência, a tolerância chega a níveis negativos e para deixar um rente com o chão é como quem vai ali e volta. Principalmente gente metida a inteligente falando merda, ou gente metida a engraçadinha que gosta de tirar onda e mangar da cara do povo por causa de besteira. Affe! Tenho paciência não.

Tem um idiota no orkut que resolveu descontar a dor de corno dele em mim, quer discutir comigo sobre a igreja. Mas! Nem sabe a raiva que eu tenho de pessoa metida a santa que gosta de corrigir os outros.
Outra vez entrou um obreirinho da igreja aqui no meu blog para me esculhambar, achando que o anonimato seria para sempre. Quebrou a cara! Porque eu sou ruim e o cabelo ainda ajuda.
Mas ultimamente, além de bruta, eu ando seca. Sei não o que é isso. Estou fria. Racional. Realista. Sem ilusões. Tratei uma amiga assim através de e-mail, justo ela que sempre esteve comigo nos meus mais loucos devaneios. Não sei o que deu em mim.

Hoje um colega me manda um desses e-mails engraçadinhos criticando a Igreja Universal. Tá certo, eu também não sou muito fã da Universal, mas só acho que para criticar é preciso ter conhecimento de causa. Aí, estava eu muito compenetrada com meu trabalho (trabalho de corno, que eu nunca vi uma coisa render tanto, parece que dá cria, porque por mais que eu me esforce pra terminar, sempre tem mais alguma coisa. E esse parênteses ficou tão grande que agora eu perdi o fio da meada, mas enfim...) quando recebo um e-mail falando sobre uma cartilha de sexo supostamente escrita pela Igreja Universal, falando quais as posições aceitáveis ou não por Deus, e como deveria ser feito o sexo apenas para procriação.

Estranhei porque em certo ponto li que "o homem (...) não deve encostar seu peito nos seios dela, deve manter uma distância pois a fêmea deve estar rezando aos santos para que seu óvulo esteja sadio ao encontrar o espermatozóide. Depois do ato sexual, os dois devem rezar, pedindo perdão pelo prazer proibido do orgasmo. Como penitência, o açoite com vara de bambu é aceito como forma de purificação".

Então, respondi ao meu colega: (que mandou esse e-mail pra mim porque sabe que eu sou evangélica e só estava a fim de tirar onda com as minhas crenças, achando que eu também ia achar engraçado)

"Tem algo errado nessa cartilha. Ela está mais para a igreja católica do que para a igreja universal. Pois na igreja Universal, dita evangélica, não se fala "rezar" e muito menos "aos santos", já que não se idolatra os santos que só existem no catolicismo ou em algumas seitas africanas como a umbanda, candomblé, essas coisas. E outra, a punição só é incentivada pela igreja católica, como é conhecido historicamente. Antes de repassar um e-mail, procure pesquisar sua veracidade.
Um abraço".


Assim... Numa boa.
Mas ele se irritou e me respondeu em letras garrafais, quase gritando:

"NÃO ESTOU PRECISANDO CRITICANDO O QUE É CERTO OU ERRADO, MAIS VC ADORA CUTUCAR A ONÇA, TUDO BEM, NÃO VOU PERDER MEU TEMPO ENVIANDO MEUS EMAIS PARA TI, AINDA EXISTEM PESSOAS QUE LEVAM NA ESPORTIVA, VOU PROCURAR SELECIONAR MELHOR MEUS CONTADOS, PASSE BEM".

Olha, que grosso! Mas como eu sou uma pessoa "muin´tranqüila", tive meu direito a réplica cedido por mim mesma:

"Nem eu estou criticando. Só acho que antes de mandar e-mails engraçadinhos, precisa saber se eles são verídicos ou não. Foi só um alerta, mas já que não aceitou, me desculpe por ter desperdiçado meu vernáculo com o senhor.
E tenha um bom dia.
p.s.: está nervosinho assim pq? É falta? Pena que não posso nem quero lhe ajudar. Beijos!"


E estou esperando a resposta. Hehehehe! Tenho que confessar: eu adoro uma discussão. Fazer o quê? Não vou mentir. Que é? Tá reclamando de quê? Vai querer encarar?

quarta-feira, 1 de novembro de 2006

"Tudo neste mundo tem o seu tempo; cada coisa tem a sua ocasião.
Há tempo de nascer e tempo de morrer;
tempo de plantar e tempo de arrancar;
tempo de matar e tempo de curar;
tempo de derrubar e tempo de construir.
Há tempo de ficar triste e tempo de se alegrar;
tempo de chorar e tempo de dançar;
tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las;
tempo de abraçar e tempo de afastar.
Há tempo de procurar e tempo de perder;
tempo de economizar e tempo de desperdiçar;
tempo de rasgar e tempo de remendar;
tempo de ficar calado e tempo de falar.
Há tempo de amar e tempo de odiar;
tempo de guerra e tempo de paz.
Deus marcou o tempo certo para cada coisa. Ele nos deu o desejo de entender as coisas que já aconteceram e as que ainda vão acontecer, porém não nos deixa compreender completamente o que ele faz".

E você não sentirá o tempo passar, pois Deus encherá o seu coração de alegria.

Tudo o que se passa neste mundo já foi resolvido há muito tempo. Antes de uma pessoa nascer, já está decidido o que vai acontecer com ela. E nós sabemos que não podemos discutir com quem é mais forte do que a gente.

Mas também não seja mau demais, nem tolo demais; por que você iria morrer antes do tempo?

Existe um tempo certo e um modo certo de fazer cada coisa. Mas o nosso grande problema é que não sabemos o que vai acontecer amanhã, e não há ninguém que possa nos contar.

Quem fica esperando que o vento mude e que o tempo fique bom nunca plantará, nem colherá nada.

Viva alegre durante todos os anos da sua vida. Mas, mesmo que você viva muitos anos, lembre que ficará morto durante muito mais tempo. Tudo o que acontece é ilusão".

Lembre do Criador antes que chegue o tempo em que você achará que a luz do sol, da lua e das estrelas perdeu o seu brilho e que as nuvens de chuva nunca vão embora".
 

Citações retiradas do livro de Eclesiastes só para dizer que estou sem tempo de postar. 

Bêju, mi líaga!

terça-feira, 24 de outubro de 2006

"O mundo girou e me deixou aqui
Justo onde eu estava antes de você aparecer
E em seu lugar, um espaço desocupado
Foi preenchido o vazio bem atrás de meu rosto
Eu apenas fiz amor com sua doce lembrança
Um milhão de vezes em minha mente
Você disse que amava isto mais que tudo
Você disse
Você continuou, você mudou
Foi se tornando melhor a cada dia
Eu conversei por horas com a tua foto
E você apenas escutou
Você foi e se encantou por meu intelecto
Ou talvez não
Você acredita no que eu canto agora?


(The World has turned and left me here - Weezer)
 

Você já foi lá? Vai que o tema está acabando e os posts estão de partir o coração. 

Desculpem, mas apaguei o post anterior sem querer. 

(postando diretamente de Salvador-BA. Não, não vim passear, estou a serviço. E quanto serviço!)

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

terça-feira, 17 de outubro de 2006


"(...)Tua presença é qualquer coisa
como a luz e a vida

E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto
e em minha voz a tua voz
Não te quero ter porque
em meu ser está tudo terminado.
Quero só que surjas em mim
como a fé nos desesperados 
"

(Ausência - Vinícius de Moraes)


Fé nos desesperados? Nossa, como Vinícius era exagerado... 

sexta-feira, 13 de outubro de 2006

"Ao fechar a porta do quarto de Sohrab, fiquei imaginando se era assim que brotava o perdão, não com as fanfarras da epifania, mas com a dor juntando as suas coisas, fazendo as suas trouxas e indo embora, sorrateira, no meio da noite".
(Khaled Hosseini - O Caçador de Pipas)



´Cabei!
Meu Deus, como chorei com esse livro! Chorei tanto que fiquei com os olhos ardendo. Que livro triiiiiiste! Affe!!!

Meu Deus, como sofro! Feriadão e eu tendo que ir trabalhar. Estou agora tontinha, nem sei mais que dia é hoje.

E meu carro que não sai da oficina. Parece que já se passou um século.

Ontem, dia das crianças, minha cunhada me chama pra um almoço com a sobrinhada na casa dela. Comprei 5 presentinhos para os 5 sobrinhos-diretos de Fábio, mas nem me toquei que as meio-irmãs dele também iriam com os filhos e uma neta (sim, Fábio já é tio-avô, mesmo só tendo 25 anos). Pense no problema! 14 milhões de crianças e a sobrinha mais velha de Fábio veio logo me cobrar: "Você não lembrou da minha filha, né?" Eu fiz de conta que não tinha ouvido. E pense num povo indiscreto! Logo quando cheguei a primeira coisa que me perguntaram era se eu estava grávida, isso porque eu estava com um vestido soltinho do tipo meu-amor-me-deixou-assim, só que meu amor não tinha me deixado de forma nenhuma e o povo já estava de olho. Família-ê! Mas até que foi divertido ver aquele monte de crianças felizes com seus brinquedos correndo pela casa... deu até vontade de ter um bebê também... mas foi só uma vontade. Já passou.

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Pisei em rastro de corno - Parte II

Fiquei aqui relutando pra não ter que falar sobre esse assunto. Mesmo depois de uma semana, às vezes quando fecho meus olhos posso sentir meu coração se partindo ao ouvir o barulho do impacto. Agora eu tenho certeza que pisei mesmo em rastro de corno. 

Na hora eu não quis acreditar que tinha acontecido de novo. Abri os olhos e permaneci sentada. Parada. Incrédula. Em menos de um ano arrombaram a porta do meu carro duas vezes: a primeira pra roubar o som, meu som, tão caro, tão chique; a segunda vez, de maldade, roubaram o caderno e a farda de Fabinho. E pensar que naquela noite eu pressenti, e tanto falei pra não deixar nada dentro do carro que ninguém atentou para o diacho daquela sacola velha de plástico esquecida no banco traseiro. Fiquei só com o prejuízo enquanto Fábio lamentava o assunto da faculdade que tinha perdido. É incrível como eles danificam a tranca da porta, não dava pra abrir direitinho sem deixar aquele buracão? São uns incompetentes mesmo esses ladrões. 

Em fevereiro, por causa de uns cavalos que apareceram do nada, em plena manhã, em meio a uma das avenidas mais movimentadas de Aracaju, uma menina resolveu que a melhor opção para desviar dos eqüinos seria jogar o carro dela pra cima do meu, num violência estúpida que acabou com a porta, com o eixo do carro e com as duas rodas traseiras. Até hoje o volante é meio torto, não conseguiu se recuperar do choque, ou então o mecânico era muito ruim como terapeuta. 

Há uma semana atrás, em pleno domingo de sol, depois de um banho de praia, eu, alegre e saltitante com as minhas primas e o namorado, paro num semáforo e um louco, do nada, resolve colidir violentamente com a traseira do meu lindo (mas sem sorte) carro. 
Diz ele que estava tentando desviar de um cara que o fechou no trânsito metros atrás. Sim, e a melhor opção era jogar o carro dele em cima do meu? Ninguém nunca pensa em freiar? O impacto foi tão grande que as duas gasguitas que estavam atrás sem cinto foram projetadas pra frente e quando retornaram (tudo que vai, volta) bateram com força a cabeça. Kedma ficou gritando de dor, enquanto os outros dois não sabiam o que fazer. Fábio não sabia nem em que lugar estava, ficou parado, olhando, com a boca aberta, e Iris, quando foi verificar a cabeça da irmã, viu restos de tinta vermelha no couro cabeludo dela e pensou que era sangue. Fez um escândalo no meio da rua, culpando o cara do outro carro. Pense! Foi um Deus-nos-acuda! 

É incrível. Eu que fiz a prova para tirar a habilitação 3 vezes porque me recusava a pagar a esses avaliadores corruptos, sempre dirigi com o maior cuidado, fico com dor de cabeça de tanta atenção que tenho no trânsito, ando devagar e nunca bati no carro de ninguém, sou agora vítima constante de ladrões inescrupulosos e da incompetência desses motoristas que preferem desviar dos seus problemas em cima do meu carro! Não, não venha me dizer que essas coisas acontecem, porque comigo já está acontecendo demais. Logo eu que sempre fui tão cobrada ("Você é engenheira e não tem carro? Faz o quê com tanto dinheiro? Tá entocando, né?"), me sacrifico pra pagar as parcelas do carro, pra pagar seguro, IPVA, multa (aqui em Aracaju tem 145.168 radares de velocidade, 37.568 sensores de sinal vermelho, 259.148 lombadas eletrônicas e 697.263 blitz policial por semana), percebo então que não tive sorte com o bichinho. Será que é inveja e mal-olhado? Pensei em procurar um pastor pra ungir... 

Kedma passou dois dias com o colar ortopédico no pescoço e mal podia falar porque a bichinha já não tem muito pescoço e o negócio ia até o queixo dela, prendendo os movimentos da mandíbula. O meu carro está há uma semana na oficina e os mecânicos parecem que sofrem de algum retardamento mental, porque eu nunca vi povo mais lerdo... e... e eu não quero mais falar sobre isso. Pronto, me irritei. Dá licença que eu vou embora. Ah!

terça-feira, 19 de setembro de 2006

Banheiros Públicos

Mais um post pra quem nao tem o que falar.

(veja episódios passados aqui!)

ATENÇÃO: Esse é mais um daqueles posts de quem não tem o que falar.
E se você é uma dessas pessoas que sempre esperam que os outros tenham o que falar, que só escrevam em seus blogs coisas interessantes e se escandalizam com posts sem conteúdo, então não recomendo a leitura deste.
Banheiros Públicos

Tem coisa mais constrangedora do que ir a banheiros públicos? Aquela meia-parede que não lhe deixa nem um pouco à vontade, aquela divisória que não lhe dá nenhuma privacidade, uma brecha na tranca na porta por onde você vê as pessoas esperando você sair do lado de fora e, enquanto se equilibra pra não sentar naquele vaso imundo, com a outra mão segura a porta tapando a brecha indiscreta.

Tem banheiro que dá até pra ouvir o outro fazendo força, um "Hum... hum!" espremido, o xixi caindo na água, o "plof-plof" do cocô. (Engraçado, meu xixi tem cheiro de pipoca... sempre quis comentar isso com alguém...)

Tem gente que tem a sorte de trancar o boró e não conseguir fazer as necessidades fora de casa, como muitos componentes daquela comunidade do orkut. Outros, não, cagam fora de casa e em qualquer lugar.

Imagino o cidadão quando sente o beliscar do urubu se retirando da mesa de trabalho e em passos miúdos correndo para o banheiro. Vira esquina, passa corredor, os colegas querendo falar com ele e o cara seguindo resoluto até o local de salvamento.

Vamos imaginar uma mulher, coitada, que precisa manter a pose pra esconder a cara amarela e as tripas dando nó. Corre pra o banheiro rezando pra que não tenha ninguém porque, pelo chamado, o negócio vai feder.
Chegando ao local de destino, vê que das três portas ali, apenas uma está ocupada, dá graças, e se controla pra o negócio não sair muito alto, mas na pressa, as coisas chacoalharam lá dentro e virou uma bagaceira. Senta, se controla, mas sai algo assim:

"Vrááááá!!!!" (pausa curta)
"Prá-prá-prá-prá-prá!" (outra pausa curta)
"Prá!" (uma pausa maior)
"Pfuuuuu!!!!" (mais baixo pra finalizar).

Percebe que o barulho ecoou no banheiro quase vazio. Sente o silêncio pesado da pessoa que está na casinha ao lado. Constrangimento. Ouve passos. Ouve outra pessoa entrar, a vizinha sai e conversa algo com a colega. Finge-se de morta. Espera todo mundo sair. E odeia de todo coração a acústica daquele ambiente.

segunda-feira, 18 de setembro de 2006

Finalmente terminei de ter o livro Quase Tudo de Danuza Leão.
Apesar de não conhecer metade das celebridades que ela cita no livro, até que a leitura foi interessante.
A forma como fala da morte dos seus ex-maridos, seu filho, sua irmã e sua mãe é comovente.
Agora eu não entendi porque ela sempre diz que a grana era curta, mas viajava o mundo inteiro e estava sempre em festas.
Queria eu ter uma grana curta assim.

terça-feira, 12 de setembro de 2006

Beijo é bom


"Eu quero mais que um, mais que mil, mil e um,
Beijo é muito bom
mais que mil mais que bom..."
Beijo é bom


Quem não gosta de beijar? Beijo é bom, né?
Quando éramos adolescentes, eu e minhas primas catalogávamos os ficantes pela forma de beijar. Não que a gente ficasse com muitos, mas juntando todos de todas, dava uns vinte e resenhas de montão.

Língua de Fuso tinha uma forma estranha de beijar. Pregava os dentes no lábio superior da menina e com a língua rotacional e nervosa percorria toda a concavidade bucal, descobrindo até possíveis cáries. Uma coisa horrorosa!
Língua de Fuso era até bonitinho, mas brega de dar dó.
Certo dia ele espiou a cor do meu sutiã pelo decote da blusa e disse: "Sabe qual a minha cor favorita?"
Eu, incrédula: "Não."
Ele: "Hã, hã, tem muita coisa sobre mim que você precisa saber".
E completou piscando o olho e dizendo "miau".
Minutos depois minha prima vem correndo me contar que Língua de Fuso tinha acabado de dizer pra ela: "Sabe qual a minha cor favorita. Hã, hã, tem muita coisa sobre mim que você precisa saber. Miau". Quem ´güenta?

Terrível foi quando a gente empurrou uma amiga pra beijar um amigo que estava a fim dela. "Beija, beija", e ela beijou sentada no meio-fio da calçada do condomínio. Beijou e "esmudeceu". Ficou sem graça, pediu pra subir para o apartamento. Só foi o menino virar as costas e a bichinha correu pra lavar a boca no banheiro.
A gente: "Mulher, como é que você faz uma coisa dessa?"
Ela: "Cheira aqui, cheira aqui. Carniiiiiçaaaaa!"
Rapaz, nos lábios da menina era um fedô de merda pura! O que era aquilo? Ela lavou e foi pior porque ficou um fedô de merda molhada. Esfregou tanto a cara no colchão que esfolou a pele. Quase ficava em carne viva. Enquanto ela se desesperava a gente ria e engulhava.

E quem já engulhou durante o beijo? Eu já, com esse mesmo amigo que era meu namoradinho antes de ficar com minha amiga e antes de ser conhecido como o lendário Bafo da Morte.
Ele beijava feito peixe, abrindo e fechando a boca durona. Eu lutava pra encaixar até que a saliva ficava seca, eu engulhava infinitas vezes e ele nem notava, só ali, no beijo de peixe. Credo!

Uma das minhas primas uma vez saiu com um carinha que estava a fim dela. Foram passear na orla, brisa marinha, lua cheia, sentaram num banquinho e o cara como não sabia o que fazer pra se aproximar, abriu a boca e falou: "Vamos lá?"
Pra quê? Uma fumaça verde de bafo de cebola foi de cheio no rosto da minha prima. Ela quase caiu dura. Uma tristeza!

Tem cara que só de beijar o rosto da menina já deixa a catinga de fedô. Aí ela tem que sair rindo, disfarçando, mas quando bate um vento que leva o cheiro pra o nariz dela, afe, pense que é o fim!

Enfim, beijo é bom, mas vamos escovar os dentes antes e depois das refeições, ao dormir e ao acordar... vamos colaborar!
Claro que tem aqueles que se cuidam direitinho e beijam maravilhosamente bem, mas entre amigas e primas a gente não conta quem é pra não abrir concorrência.

Beijinhos!!!!!

segunda-feira, 11 de setembro de 2006

"Não podemos retomar os caminhos percorridos. 
A vida é o momento e a quota de erros e acertos que cometemos".

sábado, 2 de setembro de 2006

quinta-feira, 24 de agosto de 2006

Correr atrás do vento




"Então olhei de novo para toda a injustiça que existe neste mundo. Vi muitos sendo explorados e maltratados. Eles choravam, mas ninguém os ajudava. Ninguém os ajudava porque os seus perseguidores tinham o poder do seu lado.

Por isso, cheguei a esta conclusão: aqueles que morreram são mais felizes do que os que continuam vivos.

Porém mais felizes do que todos são aqueles que ainda não nasceram e que ainda não viram as injustiças que há neste mundo.

Também descobri por que as pessoas se esforçam tanto para ter sucesso no seu trabalho: é porque elas querem ser mais do que os outros. Mas tudo é ilusão. É tudo como correr atrás do vento.

Dizem que só mesmo um louco chegaria ao ponto de cruzar os braços e passar fome até morrer.

Pode ser. Mas é melhor ter pouco numa das mãos, com paz de espírito, do que estar sempre com as duas mãos cheias de trabalho, tentando pegar o vento.

Descobri que na vida existe mais uma coisa que não vale a pena: é o homem viver sozinho, sem amigos, sem filhos, sem irmãos, sempre trabalhando e nunca satisfeito com a riqueza que tem. Para que é que ele trabalha tanto, deixando de aproveitar as coisas boas da vida? Isso também é ilusão, é uma triste maneira de viver".

(Eclesiastes 4:1-8)

quarta-feira, 23 de agosto de 2006

Está ficando cada vez mais difícil conviver diariamente com gente tão mesquinha.
Agora mesmo eu só queria sumir daqui. Puff! Só deixando uma fumaça mágica.
Todo dia eu peço a Deus pra me dar outro emprego.
Alguém mais aí quer orar por mim também?
Estou precisando e serei enormemente grata.

sexta-feira, 18 de agosto de 2006

Triste. Tristinha.
Engordei. Engordei, não, ganhei massa muscular. Quase 50Kg. Obesa. Uma bunda do tamanho do Brasil. Pernas quase torneadas. Gostosa. Será que a Jennifer Lopez tem problemas com a bunda dela? É que eu nunca vi tantas referências a mim por causa dessa parte do meu corpo. Já tá enchendo o saco.
Mas não é por isso que estou triste. Cansada de passar o dia inteiro com pessoas mal-amadas. Tento ser agradável, mas só tomo patada. Agora entro muda e saio calada. Cansada. Proibida de viver. Proibida de rir ou conversar:

- Fulano, você teve que devolver o cachorrinho que comprou?
- Não quero falar nesse assunto.

- Sicrano, o que foi? Você falou que está com muita coisa pra fazer...
- Afe, como você é chata. Cala a boca.

(...)

:(

quinta-feira, 17 de agosto de 2006

A gente se acostuma...mas não devia




A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor.
E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora.
E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas.
E porque não abre as cortinas logo se acostuma a acender cedo a luz.
E a medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora.
A tomar o café correndo porque está atrasado.
A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem.
A comer sanduíche porque não dá para almoçar.
A sair do trabalho porque já é noite.
A cochilar no ônibus porque está cansado.

A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir.

A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta.
A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita.
E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar.
E a pagar mais do que as coisas valem.
E a saber que cada vez pagará mais.
E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma à poluição.
Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro.
À luz artificial de ligeiro tremor.
Ao choque que os olhos levam na luz natural.
Às bactérias de água potável.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer.
Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá.

Se a praia está contaminada a gente molha só os pés e sua no resto do corpo.
Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço.
Se o trabalho está duro a gente se consola pensando no fim de semana.

E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que gasta de tanto se acostumar, e se perde de si mesma.

(Marisa Colasanti)

Eu não me acostumo é nunca!

quinta-feira, 10 de agosto de 2006




Esperar - (Maninho)

Passar e não perder de vista
Andar e não contar os passos

Falar sem perder a linha
Tocar sem poupar o tato

Há tanto tempo espero
Que nada me parece longe

Continuo passando
Andando
Falando
Tocando

Se a espera
Por somente força própria
Motiva a tudo isso
Que o amar seja o motivo eterno
De continuar esperando

quarta-feira, 9 de agosto de 2006

Não me faça te pegar nojo





E me deixe, que hoje eu tô azeda!
Mas quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece!
Ultimamente tenho dado de cara com cada tipo de gente que Deus me livre. Ô povinho complexado! Estou começando a achar que o problema é comigo, só pode, porque eu nunca vi ninguém atrair tantos problemáticos como eu.
Começando pelo povo da Reforma, que não sei por que cargas d´água eu continuo insistindo em pensar que são gente boa. Na verdade eu nunca vi um lugar pra ter tanta gente mesquinha.
Discuti com uma ex-amiga da igreja no orkut e depois por e-mail. Tudo isso por causa do babado de ter sido expulsa do grupo da igreja. Aliás, eu fui literalmente expulsa da igreja, mas isso é outra história. O que eu quero dizer é que no meio da confusão fiquei sabendo que outro amigo (também componente do grupo) deu graças a Deus por eu ter saído, e completou dizendo: "Deixa essa encrenqueira ir, só é uma pena por causa do carro e dos cds dela". Pense o quanto eu fiquei decepcionada em saber disso, logo eu que tinha a maior consideração por ele.

No trabalho está acontecendo quase a mesma coisa. Um cara era a maior coisa comigo vivia me enchendo de mimos, de doces, chocolates, comidinhas e de repente, da noite pra o dia, me soltou uma piada e nunca mais falou comigo. Eu, hein? Acho que na verdade ele estava a fim de mim, mas ele é casado e velho, não dei bola então resolveu agir dessa maneira comigo. Que estranho um homem velho ficar de mal de outra pessoa, assim do nada, como se fosse guri de escola!

Agora tem outro, vizinho de mesa, que também vive a me dar piadas e já está passando dos limites. Outro dia no refeitório foi bem desrespeitoso comigo dizendo: "Kkkkkk!!!! Olhando de lado assim como você está, só dá pra ver a bunda". Eu fiquei pretérita e logo em seguida completou em voz alta: "Tá vendo? Aqueles caras ali estão de olho na sua bunda!" e apontou pra uma mesa rindo novamente.
Menina, eu virei na pêga e estava escrachando ele quando outra colega chega e vem me repreender dizendo que ele era gente boa e que se ele tinha dito aquilo é porque eu tinha dado ousadia e que eu tinha que parar de encrencar ele.
Veja se alguém merece ouvir tamanha idiotice! Eu já não estou suportando mais.

Antes disso teve o lance do e-mail cheio de incoerências.
A gerência da empresa convidou algumas pessoas do meu setor pra um jantar, eu inclusive. Ao ser convidada fiquei preocupada se eu seria a única mulher a ir, se era só o nosso setor (que só tem 3 mulheres e nenhuma ia) ou se outros setores também foram convidados. Na verdade eu estava procurando algum conhecido pra poder ficar conversando no jantar, que seria num restaurante japonês onde eu não como coisa alguma e com a companhia de japoneses e turcos falando inglês.
Mando, então, um e-mail pra esse colega de sala dizendo:
"Fulano, você também foi convidado pra esse jantar?"
E olha a resposta que eu recebo:

"Isto ainda não me pertence. Um dia chego lá.
Quem sabe aos 47 do segundo tempo. Estamos aqui somente para a labuta".


Na verdade o jantar era só para os engenheiros, e os supervisores, assistentes, auxiliares técnicos não foram convidados. Só que eu não sabia disso, então respondo:

"'Estamos' se referindo apenas a você, né?
Porque eu fui convidada, mas não estou nem um pingo interessada em 'chegar lá'. Nem comida japonesa eu como!"


E então ele se retou e me mandou o discurso:

"Ok! Você não foi muito clara na sua frase já que é toda excluída, oprimida. Realmente pensei que estivesse falando dos outros convidados do qual sei que seu radar capturou tudo. Inclusive que ele não veio até mim. Você realmente é muito ligada a pequenas coisas. Vou para reuniões onde posso ir e nem por isso tiro onda com quem é menor que eu. Quanto ao interesse de ir, não conheço uma mulher em tentativas de ascensão que não fosse curiosa o suficiente para não saber do que vai rolar neste jantar. (...) Ah! Tenho faculdade que no momento é a coisa mais importante pra mim".

Fiz cara de "oxe!" e não acreditei no que li.
Na verdade ele estava pensando que eu estava humilhando ele como se dissesse: "Eu vou, você não va-ai! Porque eu tenho nível superior e você não tem-em!"
Ah, me poupe! Eu não agüento mais isso. Definitivamente peguei nojo e agora não tem mais jeito.

segunda-feira, 7 de agosto de 2006

Eu mereço!



"Quando tu passas por mim
Por mim passam saudades cruéis
Passam saudades de um tempo
Em que a vida eu vivia a teus pés.
Quando tu passas por mim
Passam coisas que eu quero esquecer
Beijos de amor infiéis, juras que fazem sofrer
Quando tu passas por mim,
Passa o tempo e me leva pra trás,
Leva-me a um tempo sem fim
A um amor onde o amor foi demais.
Eu que só fiz te adorar e de tanto te amar
Penei mágoas sem fim,
Hoje nem olho pra trás
Quando tu passas por mim".


Não, definitivamente, eu mereço!
Se eu acreditasse em outras vidas, eu poderia jurar que fui uma pessoa muito má em outras encarnações. Eu devo ter escarrado no pão da santa ceia ou colado chiclete na cruz, só pode.
Ontem depois de um dia bucólico onde intercalei banhos de sol com banhos de piscina e de chuva, num sítio agradável com a companhia do meu namorado, chego em casa, tiro um cochilo e sou acordada por uma ligação indesejada.
Atendo sonolenta e rouca:

- A-lô...
- Erika?
- Hum... quem é?
- Não lembra mais da minha voz?
- ... diga...
- Tudo bem?
- Tudo.
- Cadê o namorado?
- Tá aqui.
- Casa quando?
- Estamos planejando. O que é que você quer?
- É que eu estava aqui pensando na vida e eu acho que eu fui muito ingrato com a sua mãe...
- ...
- Queria poder ligar pra ela pra pedir desculpas... não quero que ela tenha raiva de mim porque ela foi muito bacana comigo como ninguém nunca foi.
- Ah...
- Não quero voltar aí, ir falar com ela e ela não falar comigo. Ela tem muita raiva de mim, não tem?
- Hum... bem... considerando que ela financiou um carro pra você e nunca mais viu a cor do dinheiro, e que você sumiu no mundo e nunca mais deu satisfação, eu posso dizer, sinceramente, que ela não tem raiva de você, mas que ela te considera como uma pessoa morta ou alguém que nunca existiu.
- Ah, mas eu não fiz de propósito. Foi a vida, não sei explicar, não foi por maldade.
- Então também não foi por mal que você pegou todo o dinheiro da nossa conta conjunta onde só eu depositava e transferiu tudo pra conta da sua mãe?
- Não, tá vendo, não foi...
- E quando você disse que não me amava mais, vendeu as coisas que a gente tinha comprado no meu cartão e foi embora, também não foi de propósito?
- Não, não, foi sem pensar, sem analisar...
- Não foi? E depois de 7 anos você vem me dizer isso? Esse tempo todo pra me ligar hoje pra dar satisfação? Não acha que é tarde demais?
- É, foi... por isso estou ligando hoje... pra tentar consertar isso.
- Olha, não precisa ficar preocupado, porque nada que você faça vai mudar coisa alguma. Dizem que é preciso ter 3 boas atitudes pra poder corrigir 1 erro que se faz. Imagina o que você teria que fazer!
- Mas eu queria uma chance...
- Ah, sem contar quando você me traiu com uma mulher horrorosa, mãe de 6 filhos e teve o descaramento de me ligar 3 horas da manhã pra me dizer...
- Eu... eu... liguei porque você sempre me ouvia...
- Ah, e era? Ligou chorando dizendo que me amava e contando detalhes da transa.
- Eu estava mal, mas eu te amava, eu ainda amo, até hoje, você é a única pessoa que eu amei em toda a minha vida e amo até hoje.
- Olha, tá difícil, porque aquela menina não existe mais. Hoje eu sou uma mulher adulta e independente, e às vezes, muito raramente, quando paro pra pensar nesse tempo eu até duvido que tenha realmente acontecido, que eu tenha realmente tido algum tipo de envolvimente com você, porque se fosse hoje, com a pessoa que sou hoje tudo seria diferente, eu jamais sequer olharia pra alguém como você.
- É? Mas... bem... eu tenho que ir trabalhar agora... posso te ligar outro dia pra saber como pedir desculpas a sua mãe?
- Não, meu namorado vai ficar muito irritado com esses telefonemas.
- Então... tchau...
Tu-tu-tu-tu...

Depois disso Fábio ainda encontra uma aliança antiga e brincando tenta colocar no dedo. Eu grito: "NÃO, DÁ AZAR! ERA DO FALECIDO!". O bichinho de Fábio joga a amaldiçoada longe, assustado. Tomara que tenha ido parar no inferno.
Pra se ter uma idéia, a aliança era de ouro, com garantia e tudo, mas o tempo a corroeu.

sexta-feira, 4 de agosto de 2006

Carta de amor recebida a algum tempo atrás.

Todas cartas de amor são ridículas, mas essa é no mínimo, criativa. Encontrei por acaso na minha caixa de e-mail e achei que tinha que deixar aqui registrado.
Carta de amor recebida a algum tempo atrás.

"hum... Será que eu devo pedir, para a fábrica de sabonete, permitir que eu beije cada sabonete, para que o meu beijo chegue ate voce, na hora em que voce tomar uma ducha... no calor que faz... nessa cidade linda?...
Ohhhh... Mas assim os meus beijos podem atingir outras pessoas!!! E isso nao pode acontecer, pois os meus beijos sao só seus...

Eu abri, no meio da floresta, um buraco numa rocha. Foi dificil. Foi muito dificil. Quando eu terminei, eu cavei a terra. Toneladas de terra eu tirei de lá de dentro. Atingi novamente uma camada de rochas. Estava escuro. Eu só podia tentar quebra-las quando o sol estava alto. À noite, enquanto eu descansava, eu falava com os bichos da floresta. As corujas e os grilos sao muito amigaveis. Questionavam o motivo de eu estar fazendo aquilo. Mas eu nada respondia. Alguns me ajudaram a levar as pedras e terra, para longe. E as aproveitaram. As formigas gostaram de ter suas casas em morrinhos novos e revoltos. Os castores aproveitaram as pedras, para reforçar suas represas. Cavei e quebrei rochas, ate chegar num vao subterraneo. Senti algo borbulhar. Subi ate a superficie, e cortei um bambu. Peguei um pedaço de pele de onça, e amarrei no bambu. Depois eu peguei uma lasca do bambu, de uns 70 centimetros, e o usei tudo como um arco e flecha.

Acertei no fundo do buraco que eu abri. Foi o suficiente para um jato de agua subir com toda a força. Seu diametro de 3 metros, foi tomado por uma coluna de agua limpida que subia uns 200 metros. Eu nao perdi tempo. Abri uma valeta, na direçao de Sergipe, e na direçao da Bahia. A agua notou o meu intuito, e me seguiu, formando um rio volumoso, e rapido. Às suas margens, cresceram lindas flores, lindas plantas, e arvores de todo tipo de especie. as macieiras, em especial, mostravam suas maças grandes como melancias, vermelhas e doces, como mel... as abelhas vieram velozes, e construiram suas colmeias na beira do rio. Eu pedi para elas abrirem uma portinha na parte de baixo da colmeia. Assim, o que fosse feito a mais de mel, cairia no rio. e seguiria junto com a agua, que ja ia num ritmo apressado. Eu ficava 24 horas ali, abrindo a valeta que se estendia por centenas de quilometros. E os castores, formigas, e abelhas, resolveram me ajudar nisso tambem. Com suas maozinhas pequeninas, eles retiravam quilos e quilos e ate toneladas de terra. Os elefantes tambem vieram me ajudar, replantando arvores em outros lugares, para nao atrapalhar o fluxo da agua. As girafas tiravam os matinhos mais altos, que poderiam cair no rio, e dificultar a passagem da agua. uma delas, eu reconheci. ela era a girafa que tinha comido as fotos minhas, que eu deixei perto da janela do meu apartamento.

Finalmente, a valeta que eu abri, chegou em aracaju. A outra valeta, chegou em paulo afonso. Com cuidado e em silencio, eu fiz uma canalizaçao ate às suas duas casas. Corri de volta ate o buraco que eu fiz, e lá, na nascente desse novo rio, eu coloquei um beijo meu em cima de uma folha (folha de arvore). E eu disse: este vai para a casa da minha Kinha, em paulo afonso. E coloquei outra folha, com outro beijo meu, no rio, dizendo: este vai para aracaju. Mas depois de alguns minutos, um hipopotamo me disse, quase sem folego: "olha, a folha chegou em aracaju, mas ela nao consegue chegar no apartamento da Kinha. é lá no ultimo andar...". Entao eu contratei 300 beija-flores. E expliquei o que eles deveriam fazer. Eles deveriam ir ate o seu condominio, perto do seu predio, e ficar um embaixo do outro, e ir passando a folha que eu mandei, de bico em bico. E quando chegasse lá em cima, no ultimo beija flor, ele deveria deixar a folha no parapeito da sua janela. Eu disse para uma abelhinha, no ouvido dela, que colocasse um pouquinho de mel, junto com o meu beijo. e, se possivel, um pote de suco de laranja. E gagau tambem. E cuscuz com leite. Daí, a abelhinha me disse que a vaquinha estava viajando. perguntou se poderia usar leite em pó. e eu disse que sim.

Deu certo? Hoje voce olhou a sua janela? Viu quantas folhas estao aí?

mas eu quero ficar perto de voce, minha amada.
a sua voz, pelo telefone, me faz muuuuuuuuuito bem...
e me corta o coraçao, quando voce está dengosa, e eu nao posso te
beijar.

eu te amo muito".


É... meus namorados sempre foram surreais...
Pode rir.

quarta-feira, 2 de agosto de 2006

Pequenos bons momentos da vida.





Dias desses aí eu aceitei participar de uma festa na academia.
Até o último dia eu estava relutante, mas reclamaram que eu nunca participava de nenhum dos eventos, então acabei aceitando. Enfim, pensei que é sempre bom aproveitar cada minutinho da vida, nem que seja pra fazer um programa de índio, numa academia bizarra com seres antológicos e caricatos.

Cheguei atrasada propositadamente e estranhei quando vi a academia vazia, alguns gatos pingados na porta e o povo meio desanimado.
Já entrei com vontade de rir, mais ainda quando eu vi o cara-mais-lindo-da-academia em pé, folheando uma revista de halterofilismo com a maior cara de quem diz: "O que é que eu vim fazer aqui?"
Acabei me aproximando dele e conversa vai, conversa vem, eu rindo pra me acabar, mangando da situação, o professor chama pra começar a festa.

O professor é o personagem mais interessante da academia e nem podia ser diferente.
O bichinho fez uma cirurgia na cabeça e acabaram deixando uma cicatriz enorme. Normalmente ele vive de boné, acho que por isso tem uma coceira brava no couro cabeludo, vive levantando o boné e com as unhas faz "ruco-ruco" em tempo de rancar o resto do pixaim. Em eventos aonde vai arrumadinho e o boné não combina, ele coloca uma meia peruca, e assim estava quando começou o discurso no meio do salão pra poder começar a festança.

Quando disseram, "pode vir que tá na mesa", o povo timidamente ficou arrodeando a mesa, comendo um amendoinzinho, um milhinho, quando soltaram o Vinho do Frei, aí a galera se animou. Eu, claro, que já estava impaciente, apesar de ter a companhia do surpreendentemente-lindo, aticei o professor pra apagar as luzes e ligar o globo estilo discoteca que tem no meio do salão. A negada aprovou, caíram no forró e eu ri mais ainda com as qualidades dos dançarinos. A animação tava massa, eu me sentindo no Quilombo dos Palmares, os ancestrais clamando, a zabumba cantando e olhos-verdes-uma-sentença-de-morte de colírio ali do meu ladinho.

Vale a pena frisar que as mulheres da academia não gostam muito de mim. Acho que é inveja porque quem conseguiria ser magra e gostosa como eu sou? Mas, enfim, nessa noite estavam todas minhas amigas. Por que será? Oh, mas elas estavam falantes! Altos papos e ele só ria, eu ria, todo mundo ria.
A mais ousadinha era uma Hérica (parece que toda Erika, seja como for a ortografia, é ousada) que é até bonitinha: loira, rosto bonito, assistente social, mas bem gordinha, e a bicha tanto conversou que acabou roubando a atenção de olhos-verdes-que-homem-é-esse-me-mate só pra ela. Eu recolhi-me a minha insignificância e sai pra circular.

No meio da bagunça improvisaram uma quadrilha de São João que mais parecia uma quadrilha de assalto a bancos. Olhos-verdes-uma-perdição já cansado da maresia entrou na dança. Aliás, todo mundo entrou, eu inclusive que fiz par com Alcidar´t (este deixou de ser Boiolar´t, largou os cabelos aloirados de franjinha e agora adota um modelito cavanhaque, cabelo arrepiado, mais masculino). O estonteatemente-maravilhoso fez par com a Hérica (claro, e ela ia largar o osso?), mas, pra minha surpresa, ele só queria estar comigo. Ri horrores com essa quadrilha que não saía do lugar. "Quebrar o caranguejo" foi uma luta, ou como diria o matuto: "Uma lôitcha!".

Depois da quadrilha frustrada, um casamento matuto. A noiva que já é feia, se esforçava pra parecer mais feia ainda pensando que isso era bonito, e enfronhada num vestido branco estava parecendo a besta-fera-saída-das-profundezas.
No meio do bafafá, faltou gente pra fazer alguns papéis, sobrou pra mim e pra olhos-verdes-já-quero. Ele, na maior simplicidade, aceitou participar de tudo. Sem nem lembrar que sendo o mais alto, mais forte, mais lindo, com aquele rosto tipo Thiago Lacerda, destava-se na negrada, ou melhor, na marronzada.
De última hora puxaram a gordinha-loira pra fazer o papel da "mulher" dele. Hum, sei! Mas ele não se empolgou muito não.
Sei que ri de dar dor na queixada com a encenação. Misericórdia, o que era aquilo? Que povo engraçado!

Resultado da festa: até que não foi ruim.
Ri bastante, conversei muito, sujei e limpei as vistas repetidas vezes, tive uma boa companhia e no final deu tudo certo. No final até que foi muuuuuito bom. No final valeu à pena. Valeu o programa de índio, valeu à pena meeeesssssmo.
E já que o post ficou grandão e eu não vou poder contar mais nada, apenas repito: é sempre bom saber aproveitar as-coisas-boas-da-vida. Hehehe!!!!

Falei e Disse.