Desde ontem que chove sem parar. Hoje a cidade ficou toda alagada, uma parte do teto do Shopping Jardins caiu, casas ficaram rachadas, pessoas morreram eletrocutadas por raios e eu, claro, tive que pagar um mico básico.
Quando cheguei do trabalho a Avenida em frente ao meu Condomínio estava alagada. O que eu poderia fazer? Seguir no ônibus até a chuva passar ou tentar chegar com vida até o meu prédio? Escolher a segunda opção me pareceu mais lógica, apesar de ser a mais perigosa.
Assim que desci do ônibus com minha sombrinha transparente, minúscula, me deparei com água até os joelhos. A minha saia compriiiida, jeans, logo absorveu água até a metade das cochas e foi então que tive que usar toda a minha força hercúlea para vencer a força da correnteza que me levava em direção oposta ao portão do Condomínio, aliada a saia que pesava mais do que meu peso próprio.
Em certo momento tentei pedir ajuda do porteiro que me olhava com uma cara de indiferença (será que ele não percebeu que eu estava preste a morrer afogada?), mas achei que seria assumir a minha derrota, então com um pouquinho mais de luta consegui me desvencilhar das mãos aquáticas que queriam me levar até a boca de lobo mais próxima.
Depois disso, pensei que já estivesse livre, mas senti um arrepio de medo a percorrer a minha espinha quando ouvi um som assustador de um trovão. Lembrei do que tinha ouvido de manhã pela boca do topógrafo: "Duas pessoas morreram de raio no interior".
Misericórdia! Deve ser uma morte terrível! E mais que depressa tentei chegar em casa. Meu medo era tanto que não passava nem óleo (pronto! O meu crítico particular Fernando dessa vez me censura de vez!).
Durante os cinco minutos que decorreram da entrada do condomínio até a porta do meu prédio, fiquei a imaginar como seria uma morte por descarga elétrica de um raio. Lembrei de ter assistido uma reportagem no Discovery Channel e a pessoa tinha sobrevivido. Teria eu a mesma sorte?
Bom, se eu estou aqui contando essa história, por certo sobrevivi. Cheguei molhada dos pés a cabeça. Assanhada. Assustada. Mas viva. Graças! Sou mais uma sobrevivente de enchentes catastróficas.


Falei e disse.
Dêem o desconto que quiserem.

P.S.:Ligaram pra desmarcar a consulta que minha mãe tinha porque estava tudo alagado na clínica, e ela reclamou: "Pôxa, tanto que eu queria ir ao médico hoje!". Nunca ouvi ninguém gostar de ir ao médico.

Comentando comments:

Flavinha, amiga, senti sua falta. Estou aqui, na de sempre. Sabe aquela carta que te escrevi e que tinha perdido? Achei. Vou te mandar. O assunto está atrasado, mas acho que você vai gostar de ler. Já tenho outra engatilhada, só espero não perdê-la novamente. Resta agora esperar pra que elas acertam o caminho até o correio. Beijinhos!

Kedmma, minha filha, você sempre tem uma história cômica... kakakaka!!! Mas é que a arraia "mestrôa" mesmo, não sabia?

Recadinhos:

Sarinha, foi muuuuuito bom falar com você.

Amore... amore.... ;-(

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