FELIZ ANO NOVO!!!



O reveillon foi uma comédia! Mas ninguém achou graça!
Primeiro eu fui pra igreja, claro, pra poder receber as bênçãos do meu Pai e agradecer pelas vitórias.
Só que tava tão sem graça, meu Deus me perdoe, que fiquei o tempo todo lá fora conversando com Melri. Mas eu ainda fiquei uns minutinhos dentro da igreja, fazendo um esforço sobre-humano pra me concentrar no que o irmão estava dizendo. Um irmão resolveu louvar, mas, tadinho, não tem o dom de voz, digamos que ele é meio subtonado, e minha mãe, discreta como só ela sabe ser, durante as notas mais desafinadas tampava os ouvido e fazia uma careta, se inclinando pra frente pra se esconder.
Minha querida mãe é assim, discretíssima.
Lembro de outra vez, numa reunião de jovens em que uma menina foi cantar e a voz dela era um pouquinho estridente, meio de gralha e mainha que já estava o tempo todo olhando e ouvindo a menina com uma cara de incrédula, falou em voz claramente audível: "Valha-me, Deus!", num daqueles momentos em que a música acaba, ou tem um intervalo de silêncio, e a voz sai alta e isolada.
Depois do culto minha mãe fez uma dinâmica de grupo em que todo mundo tinha que dar uma folha de árvore com uma mensagem pra pessoa de quem mais gostasse ou pra quem quisesse ser conciliar.
Eu ganhei a folhinha da irmã Mércia, que justificou a escolha dizendo que quando me conheceu me achava metida e intrometida (por quê ela achava isso? Não tô entendendo!), mas que agora não tinha mais essa imagem de mim, que me achava legal e blá, blá, blá. A minha folhinha eu dei para o meu ex-futuro-sogro de quem eu TINHA ódio mortal. É exagero, eu não tinha ódio mortal, mas se ele morresse naquele tempo eu não sentiria falta, nem choraria nenhuma lágrima.
Depois teve os comes e bebes tradicionais. Comi que nem o cavalo do padre e quando cheguei em casa comi mais um pouquinho.
Kedmma, Jamille, Íris com Nicole e Vinícius vieram pra minha casa e depois a gente foi ver os fogos na praia.
É nessa parte da história que começa a comédia sem graça.
Imagine 4 mulheres sozinhas, mal-amadas inveteradas, com duas crianças chorando e berrando dentro de um carro com o ar-condicionado quebrado em plena noite quente de Ano Novo. Era praticamente a sucursal do purgatório!
O trânsito na orla estava engarrafado, a meia-noite se aproximava e a gente não conseguia achar lugar pra estacionar.
Kedmma já estava desacatando a autoridade dos guardas que bloquearam todas as entradas para a orla, Nicole dormiu de tanto chorar no colo de Jamille, que não dava uma palavra de tão triste que estava com a ausência do namorado. Vinícius acabou dormindo também.
Quando conseguimos estacionar só faltavam 5 minutos.
Tivemos que andar uns dois quarteirões, de salto alto, numa rua de areia, carregando os guris dormindo no braço. A idéia de Íris era levar Vinícius, que só tem 4 anos, pra ver a beleza dos fogos. Mas o guri chorou e pediu colo o tempo todo.
E ficamos lá, as quatro, com cara de pateta, olhando pra cima, festejando a entrada de 2004. Uau, que emocionante!
Jamille disse antes que para 2004 ser maravilhoso no lado amoroso, tínhamos que beijar um desconhecido assim que desse meia-noite.
Quando os fogos começaram, os champanhes foram estourados, a gente olhou pros lados e não encontrou nem um homem solteiro pra fazer chá. Não que a gente acreditasse nessas simpatias, mas não custava tentar.
Como os guris não paravam de reclamar, tivemos que voltar pra casa, mais um congestionamento, deixá-los e depois voltar, mais outro congestionamento.
No posto de gasolina, conseguimos dois paqueras. Pense nuns gatos: dois gordos, bêbados de cair, que perguntaram onde seria a nossa festa. Perguntou o nome de Íris e ela disse que se chamava Creuza, rimos descontroladamente e saímos do posto voando com medo de que eles fossem atrás da gente.
Pra não dizer que ninguém ligou pra mim, meu amigo Raul lembrou e combinamos de nos encontrar na orla, junto com os amigos de faculdade dele.
E voltamos pra orla. Ficamos nos batendo tentando estacionar entre dois carros. Das três mulheres que sabiam dirigir, nenhuma sabia fazer baliza. Kedmma ficou com a teoria dela dizendo a Iris, mais pra esquerda, enrola duas pra direita e eu acrescentava: duas não, duas e meia, isso, isso, pode vir...
Depois de suar e pagar mico, andamos, andamos, andamos, encontramos alguns poucos conhecidos, conversamos um pouquinho... Raul ligou e disse que não estava conseguindo chegar por causa do engarrafamento e voltou pra casa.

Kedmma encontrou umas amigas solteironas que só falavam em encontrar um namorado, dois caras bêbados se aproximaram e ficaram conversando um monte de besteira... e ás 3 da manhã, nos vimos sentadas no calçadão, vendo um tal de Cid Natureza, o cantor mais paia que eu já ouvi, cantando músicas mais paias ainda, sozinhas e com a maior cara de tédio.
Kedmma, que tem um fogo que o diabo benza, queria por que queria estar lá na muvucada dançando com Cid Natureza.
Íris queria andar pra ver se encontrava alguém. Jamille queria ir pra casa. Eu só queria estar na beira da praia, ouvindo alguém tocar um violão, olhando as estrelas do céu.
Mas apesar de estar na orla, tínhamos que andar uns 500 metros pra chegar no mar e eu já estava cansada demais pra tamanho esforço.
Resultado: Eu e Kedmma começamos a discutir porque eu não estava a fim de me estressar com Cid Natureza ás 3 horas da manhã e ela queria a todo custo se divertir. Nossos conceitos de diversão são extremamente diferentes.
Voltamos pra casa.
Dormi que foi uma beleza.


Ano Novo, mas vamos voltar ao template antigo. Chega de figurinhas de Natal.

Jamille, no auge da sua tristeza noturna, resolveu cantar essa música.
Dá pra sentir o clima do nosso Reveillon?

A canção tocou na hora errada

A canção tocou na hora errada,
e eu que pensei que sabia tudo
Mas se é você eu não sei nada,
quando ouvi a canção era madrugada
Eu vi você, até senti tua mão
e achei até que me caia bem como uma luva
Mas veio a chuva e ficou tudo tão desigual
A canção tocou no rádio agora,
mas você não pode ouvir por causa do temporal,
Mas guardei tuas cartas com letras de fôrma
Mas já não sei de que forma mesmo você foi embora
Mas já não sei de que forma mesmo você foi embora

A canção tocou na hora errada,
mas não tem nada não,
eu até lembrei das rosas que dão no inverno
Mas guardei tuas cartas com letras de fôrma
Mas já não sei de que forma mesmo você foi embora
Mas já não sei de que forma mesmo você foi embora

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