Coisas que só acontecem comigo


"Como pode alguém fazer tanto sentido,
e sair por uma porta sem voltar,
e sumir da minha vida de uma vez,
sem deixar nenhuma pista de onde está..."

(Simony - Caixa Postal)
 

Que eu sou cegueta, isso quase todo mundo sabe. Mas nem eu mesma acredito no tamanho da minha cegueira na hora de dormir. Cegueira e falta de tato, o que é pior.
Explicando. Todas as noites eu executo a seguinte rotina: desforro a cama, pego o lençol e o travesseiro, troco de roupa, tiro as lentes, apago a luz, me aproximo da cama, coloco o joelho esquerdo em cima, o direito, junto as mãos, faço uma prece, abaixo a cabeça procurando com as mãos pelo travesseiro e deito. Todas as noites é assim.
Outra noite eu calculei mal a distância e acabei resvalando o joelho esquerdo na beirada da cama e caí com tudo de quatro no chão. Cômico. Mas até aí, tudo bem.
Ontem foi pior. Calculei mal a distância da minha a cabeça até o travesseiro, e sabe-se lá como, meti a testa com toda força na cabeceira de ferro da cama. Foi um barulho feio. Vi estrelinhas de verdade. Resultado: galo cacarejante na minha testa, que já é pequena, e só faltava esse galo pra povoá-la. Era só o que me faltava.

Não, faltava mais uma coisa. Xeu contar.
Entrei na academia. Isso tem umas duas semanas. Nem vou dizer que estou toda dolorida.
O professor escreveu lá na minha ficha: SEDENTÁRIA. Nossa, fiquei indignada! Como é que ele pode me chamar disso, assim, na minha cara. Mas, realmente: sedentária, entrevada, enferrujada. Quebrada. Estou toda móida. Mas não era sobre isso que eu ia falar.
Quero dizer que entrei na academia, mas moooooorro de vergonha de desfilar meu corpitcho perante a ala masculina. Mas tudo bem. Tudo bem até eu perceber que um guri... sim, um GURI, um garoto... está me paquerando. Eu tô lá, malhando de frente pra o espelho e ele atrás de mim, me encarando através do reflexo. Mon Dieu! Ele pensa que eu sou uma guria também. Ai, que raiva que eu tenho de parecer uma menina de 16 anos. E o menino me persegue. Se eu vou pra bicicleta, lá está ele. Se estou no step, ói ele do meu lado. Calado. Apenas me olhando... "mêda".

E pra finalizar...
Só vou dizer que estou morreeeeendo de saudades. Definhando. Delirando. Até cantando música de Simony. Apelei, não foi?
E encucada: por que todo mundo de quem eu gosto some da minha vida? É sempre assim. Sempre perco. Sempre tenho que me acostumar forçadamente com a ausência. E pode dar o sangue no meio da canela, se a pessoa não me ligar mais... eu também não ligo. Se esqueceram de mim... também hei de me esquecer.


E hoje tem Top na Linha. Eu. Euzinha. Com texto light e cheia de rimas pobres, falando das calmarias que me levam a tempestades. Vão lá. Leiam-me.
topsdelinha.weblogger.terra.com.br

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