Esperança

Visto-me com o sol da esperança nos dias nublados. 
(Lígia Guerra)

Ontem a sala de espera da UTI parecia uma feira. Era neguinha de biquini, de saída de praia, de chapéu, sandália suja de areia, nunca vi uma coisa daquela. Na UTI estão 20 internos e para cada um deles uns 4 visitantes, imagine! Todos dentro de uma salinha abafada. Não tinha cadeira que desse para todo mundo. E tem gente que não tem respeito pela dor alheia. O celular tocando à toda altura e a Maria atendendo aos berros: "Oi, Naninha! Naninha? Alô? Oi! Tô no hospital, minha fia"... e blá-blá-blá-blá-blá-blá. Isso bem alto e dando gargalhadas. Nem os palhaços gigantes nos posteres pedindo silêncio a todo momento não faziam o povo diminuir o tom de voz.


E a cirurgia do meu pai foi um sucesso, glórias a Deus! Começou 3 da tarde e 7 e pouca da noite o cirurgião saiu para nos dar o boletim. Corremos todos para ouvir as boas novas e, no meio da correria, marido meu ainda conseguiu deixar um pedaço do joelho numa cadeira que estava no meio do caminho.

Cercamos o cirurgião que nos explicou, fazendo carinho no rosto de uma ou na bochecha de outra, que foram feitas 3 pontes de safena. Mais pontes no coração do meu pai do que no PAC de Dilma. Depois da notícia que tudo tinha corrido bem, sem nenhuma intercorrência, que ele reagiu bem a todo o procedimento, ficamos aliviados e logo em seguida tivemos todos uma crise de riso. Chorando e rindo ao mesmo. Marido meu passava a mão no joelho roxo e ria. Ri tanto que fiquei com uma dor na garganta. A amiga de mainha que debulhou vários terços a tarde inteira, continuou rezando agora para agradecer a benção. E a gente seguiu rindo de alívio e felicidade. Agora é aguardar a recuperação. 

Comentários

  1. Etiqueta para hospitais, djá. Na verdade, um pouco de bom senso já bastava..

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